Jornais do Brasil nesta sexta feira 25 de maio

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25 de maio de 2018

O Globo

Manchete: Refém, governo faz concessões em troca de trégua de 15 dias

Paralisação provocou desabastecimento e sérios transtornos em todo o país

Acordo anunciado à noite prevê congelamento do preço do diesel por 30 dias. Ministro da Fazenda afirmou que política de reajuste da Petrobras será mantida, e governo vai subsidiar o combustível para compensar as perdas da estatal

Após quatro dias de protestos dos caminhoneiros, que bloquearam rodovias em 24 estados e no Distrito Federal, provocando desabastecimento e graves transtornos em todo o país, o governo federal cedeu em praticamente todas as reivindicações dos grevistas e fechou acordo para suspensão do movimento por apenas 15 dias. Ao fim desse prazo, haverá nova rodada de negociações. A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), principal porta-voz do movimento, não assinou o acordo, por discordar dos termos propostos. A medida mais importante anunciada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, em entrevista à noite, é a garantia do congelamento do preço do diesel por 30 dias. Segundo o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, após os 15 dias de desconto de 10% no preço do diesel já oferecido pela Petrobras, o governo vai compensar as perdas da estatal que, disse ele, não terá afetada sua política de reajustes. Na prática, a União vai subsidiar o combustível para autônomos e empresas de transportes. O congelamento será renovado a cada 30 dias. (PÁGINAS 17 a 21)

Liderança fragmentada foi entrave para negociação

A ausência de uma liderança única que representasse a classe dificultou as negociações para o fim da greve dos caminhoneiros. O movimento, que teve apoio de empresários do setor, está fragmentado em várias associações. (PÁGINA 18)

Pré-candidatos ao Planalto criticam atuação do governo

Os presidenciáveis atacaram ontem as ações do governo na crise. As críticas, feitas antes do acordo com os caminhoneiros, trataram da gestão dos preços da Petrobras e da demora do Planalto em reagir à paralisação. (PÁGINA 4)

Petrobras despenca

Depois de anunciar redução no preço do diesel, a Petrobras viu suas ações despencarem, levando a uma perda de R$ 47 bilhões em valor de mercado. Foi o maior revés já registrado pela estatal em um único pregão. Com isso, ela voltou a ser superada pela Ambev no topo do ranking. (PÁGINA 21)

Editorial

‘Impostos são um dos problemas nos combustíveis’ (PÁGINA 14)

Colunistas

BERNARDO MELLO FRANCO

Greve apoiada pelo setor patronal não é greve, é locaute. (PÁGINA 2)

MÍRIAM LEITÃO

Governo vai usar o Orçamento para subsidiar combustível fóssil. (PÁGINA 18)

MERVAL PEREIRA

O governo piscou. Cedeu sem que os bloqueios tivessem sido levantados. (PÁGINA 4)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: Acuado, governo vai subsidiar diesel e greve é suspensa

Após País sentir efeitos do desabastecimento, Planalto e 8 das 11 entidades de caminhoneiros anunciam suspensão da paralisação – Preço do diesel será fixado em R$ 2,10 por 30 dias – Governo pedirá ao Congresso crédito extra de R$ 4,9 bi para este ano

Pressionado depois de quatro dias de paralisação dos caminhoneiros, com cenas de desabastecimento e caos em todo o País, o governo cedeu mais uma vez ontem e representantes do movimento concordaram em dar uma trégua de 15 dias na greve. A equipe econômica criou uma câmara de compensação para subsidiar o preço do diesel e permitir que seja reajustado apenas a cada 30 dias. Para isso, o governo pedirá ao Congresso crédito extra de R$ 4,9 bilhões para este ano – o recurso sairá do cancelamento de outras despesas, que não foram especificadas. O litro do combustível ficará congelado em R$ 2,10 nos próximos 30 dias. Nos primeiros 15 dias, a diferença em relação à cotação no mercado internacional será bancada pela Petrobrás e, nos 15 seguintes, pelo governo. Depois disso, a Petrobrás manterá a política atual de reajuste, e a diferença de preço será subsidiada. Oito das 11 entidades dos caminhoneiros concordaram com os termos do acordo. (ECONOMIA / PÁGS. B1, B3, B4, B6 e B7)

Crise distancia antigos aliados

A greve dos caminhoneiros expôs a fragilidade do governo, revelou movimentos políticos para as eleições e mostrou o distanciamento de antigos aliados no Congresso. Na votação de mudanças nos tributos, na noite de quarta-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, entrou em rota de colisão com Michel Temer e com Eunício Oliveira. (PÁG. B3)

Colunistas

Eliane Cantanhêde

Os caminhoneiros produzem efeito cascata, isolam o governo e param o Brasil. (POLÍTICA / PÁG. A6)

Celso Ming

O governo está perdido. Enquanto isso, os oportunistas se puseram a sapatear. (ECONOMIA / PÁG. B2)

Adriana Fernandes

Governo e presidentes da Câmara e do Senado fizeram tudo o que podiam de errado. (ECONOMIA / PÁG. B3)

Fernando Dantas

Decisão sobre o diesel traz risco de descarrilar projeto de venda do controle de refinarias. (ECONOMIA / PÁG. B7)

Candidatas terão 140% mais verba

Partidos devem repassar 140% mais recursos, em média, para candidatas do que há quatro anos após decisão do TSE de reservar 30% do fundo eleitoral para as candidaturas femininas. As mulheres deverão receber R$ 515 milhões, de um total de R$ 1,7 bilhão do fundo. (POLÍTICA / PÁG. A4)

Notas & Informações

O caos como arma

A manutenção da greve, apesar das generosas concessões feitas aos caminhoneiros, demonstra um inaceitável comportamento. O nome disso é chantagem e irresponsabilidade. (PÁG. A3)

Capitais voláteis, um aviso

A solidez das contas externas do País tem sido um fator de segurança, mas convém dar atenção a sinais de alerta. (PÁG. A3)

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Folha de S. Paulo

Manchete: Contribuinte pagará conta do diesel mais barato para caminhoneiros

Acordo para suspender paralisação, que assustou a população, inclui subsídio para manter preço congelado por 30 dias

O governo Temer (MDB) anunciou ontem acordo com representantes dos caminhoneiros para suspender por 15 dias paralisação que desde segunda (21) provocava bloqueios nas rodovias de 25 estados, causando problemas de abastecimento no país. Em pronunciamento, ministros detalharam as condições da negociação. A redução de 10% no diesel, anunciada pela Petrobras na quarta, será mantida por 30 dias,período em que o valor será congelado. A estatal arcará com os custos da baixa na primeira quinzena. A partir de então, a União assumirá, com dinheiro dos contribuintes, o prejuízo, estimado em R$ 350 milhões. O Planalto ainda zerará a Cide, que incide sobre o diesel e eleva em R$ 0,05 o litro, até o fim de 2018. A rapidez com que a paralisação se alastrou despertou suspeitas de participação de transportadoras na mobilização, proibida por lei. Seria o chamado locaute, parada organizada pelo setor empresarial. A suspeita foi citada p e lo ministro da Segurança, Raul Jungmann, à Folha. A preocupação com a falta de produtos acarretou longas filas em postos de combustíveis. Em alguns supermercados, faltaram produtos e houve racionamento nas vendas. Os serviços também foram afetados. Hospitais cancelaram cirurgias eletivas em Santa Catarina e, no Rio, a Cedae pediu que moradores economizem água em razão de possível redução na produção. Em SP, houve anúncios de suspensão da coleta de lixo e da circulação de parte dos ônibus, assim como do rodízio de veículos. A Polícia Militar reduziu o patrulhamento. (Mercado A13)

Petrobras tem queda de 14% na Bolsa após intervenção

Os esforços do presidente da Petrobras, Pedro Parente, para acalmar investidores insatisfeitos coma intervenção do Planalto não surtiram efeito. Ontem, um dia após a estatal anunciar corte no preço do diesel, as ações da Petrobras despencaram 14%. Em teleconferência, Parente disse que a decisão foi excepcional e não acontecerá de novo. (Mercado A17)

Preço do diesel na bomba é 2Q maior da série histórica

O preço do diesel hoje (R$ 3,518) é o segundo mais alto da série histórica, iniciada em 2001. Em valores corrigidos pela inflação, o produto só foi mais caro em agosto de 2008, quando o barril de petróleo, hoje em US$ 80, era vendido por US$ 140. (Mercado A16)

Encurralado, governo teme repetição de protestos de 2013 (A20)

Colunistas

Mercado Aberto

Empresas conseguem na Justiça decisões contra movimento (A14)

Bruno Boghossian

Governo toma medidas improvisadas por alívio nas bombas (Opinião A2)

Marcella Franco

Nestes dias fica difícil resistir ao pânico no WhatsApp (Mercado A19)

Marina afirma que não muda discurso para atrair petistas

A presidenciável Marina Silva (Rede) disse que não fará discurso oportunista nem adaptará suas propostas para atrair eleitores do ex-presidente Lula. Questionada em sabatina de Folha, UOL e SBT sobre aliança com PT, ela afirmou que é independente. (Poder A6)

Editoriais

Quem pode mais

Sobre efeitos de abusos da greve dos caminhoneiros.

Marina sem rede

Acerca de sustentação p o lítica da pré-candidata. (Opinião A2).

Redação