Jornais do Brasil nesta terça feira 29 de janeiro
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29 de janeiro de 2019
O Globo
Manchete : Vale perde R$ 72 bilhões e será alvo de ação nos EUA
Empresa cancela pagamento de dividendos e de bônus a executivos
As ações da Vale tiveram a maior queda de sua história (24,52%) na Bolsa de São Paulo ontem. A companhia perdeu mais de R$72 bilhões em valor de mercado. Com R$ 11 bilhões bloqueados pela Justiça e multas de R$ 300 milhões, a Vale deve enfrentar processos de investidores no Brasil e no exterior. A empresa anunciou que não vai pagar dividendos a seus acionistas e cancelou bônus a seus executivos.O presidente da República em exercício, Hamilton Mourão, disse que o governo estudava destituir a diretoria da Vale, mas depois recuou.
(PÁGINAS 15 a 17)
Resgate no limite
EQUIPES TÊM QUE RASTEJAR EM BUSCA DE CORPOS
As equipes de resgate rastejam pela lama, para não afundar; penduram-se em helicópteros, escalam barrancos em busca de corpos em Brumadinho. Já são 65 mortos, 31 dos quais identificados, e 279 desaparecidos.
(PÁGINA 7)
Governo vê risco para São Francisco, e depois recua
Depois de informar pela manhã que a lama de rejeitos chegaria ao Rio São Francisco, governo volta atrás e acredita que reservatório de hidrelétrica vai reter antes o material.
(PÁGINA 4)
Técnica usada na barragem foi banida do Chile por ser insegura
Técnica de alteamento a montante, que eleva a barragem usando o rejeito da mineração, é mais barata, menos segura e foi proibida no Chile.
(PÁGINA 6)
Bolsonaro deve despachar de hospital a partir de amanhã
Após cirurgia de sete horas para reversão da colostomia, o presidente Bolsonaro deve despachar do hospital a partir de amanhã. Ele tem alta prevista em dez dias.
(PÁGINA 8)
EUA bloqueiam US$ 7 bilhões de estatal venezuelana
Para asfixiar o governo de Nicolás Maduro, a Casa Branca anunciou pacote de medidas que inclui bloqueio de bens da petroleira PDVSA.
(PÁGINA 19)
José Casado
Leniência de políticos por trás da tragédia
(PÁGINA 3)
Arnaldo Bloch
Se a utopia é intangível, a distopia é real
(SEGUNDO CADERNO)
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O Estado de S. Paulo
Manchete : Minas enterra seus mortos
Cemitério de Brumadinho abre 98 covas à espera de mais corpos • Sepultamentos são feitos sem velório • Mortos chegam a 65 e há 279 desaparecidos • Desespero de parentes aumenta com o passar do tempo • Brigadistas têm acesso a ônibus soterrado e retiram corpo dos escombros. (Metrópole / Págs. A14 a A17)
Autoridades cobram a Vale
Gabinete de crise do governo discute a possibilidade de afastar direção da mineradora • Presidente em exercício, Hamilton Mourão, e procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pedem punição severa • Bloqueio de recursos da empresa chega a quase R$ 12 bilhões. (Economia / Págs. B1, B2 e B4)
Ação cai 24,5% e empresa perde R$ 71 bi na Bolsa
No primeiro dia de atividade do mercado após a tragédia, o valor de mercado da empresa caiu de R$ 289,7 bilhões para R$ 218,7 bilhões. Advogados dos EUA preparam ações contra a Vale. (Págs. B1 e B4)
Barragens de todo o País serão vistoriadas
O governo determinou que todas as barragens com dano potencial alto associado à vida humana, como a de Brumadinho, sejam vistoriadas. Empresas terão de atualizar os planos de segurança. (Pág. A16)
Técnca usada em Brumadinho está obsoleta
As barragens que romperam em Brumadinho e Mariana usam modelo considerado obsoleto e que oferece maior risco. A técnica, chamada de alteamento a montante, foi proibida em Minas. (Pág. A17)
TIROS DE MISERICÓRDIA
Helicóptero procura animais presos na lama. Se não há condição de retirá-los, recebem um tiro de fuzil. “Não tem jeito. Tem animal preso, com perna quebrada”, disse o chefe da Defesa Civil, Evandro Borges. (Pág. A15)
BB reduzirá subsídio para o crédito rural
O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, disse ao Estado que “o grosso da atividade rural” pode se financiar sem subsídios. Em 2018, a União bancou R$ 5 bilhões de diferença entre o juro cobrado pelo banco e o custo da captação. O foco do BB será o financiamento a pessoas físicas e a pequenas empresas. (Economia / Pág. B9)
Meirelles quer mudar Previdência de SP logo (Política / Pág. A4)
EUA bloqueiam recursos da PDVSA (Internacional / Pág. A10)
Notas & Informações
Quando a impunidade mata
Urge que o Estado aja com firmeza para que os culpados realmente paguem pelo que fizeram – dos empresários que colocaram vidas em perigo até os funcionários públicos, que se omitiram criminosamente. (Pág. A3)
Sinais mistos nas contas externas
Comércio e contas externas exigem profissionalismo. (Pág. A3)
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Folha de S. Paulo
Manchete : Afastar a diretoria da Vale está em estudo, diz Mourão
Caminho é pelo conselho de administração, cuja maioria é aliada do governo
O presidente interino, Hamilton Mourão, afirmou que o Planalto estuda o afastamento da diretoria da Vale durante as investigações sobre a tragédia em Brumadinho (MG), onde rompimento de barragem deixou ao menos 65 pessoas mortas. O governo crê que, por ter aliados em maioria no conselho de administração, convencerá os demais representantes de acionistas a discutir a destituição da diretoria em assembleia. Banco do Brasil e funcionários da Vale liderariam o movimento. Mesmo como acionista da mineradora, o governo não tem poder para afastar, sozinho, a diretoria. Com direito a “goldenshare” (ação com poder de veto), pode, por exemplo, barrar decisões como venda de controle ou alteração de local da sede. Segundo um dos advogados da Vale, a empresa não vê “razões determinantes de sua responsabilidade” e diz que a diretoria ficará. (Mercado p.1)
Companhia afirma que vai doar R$ 100 mil para parentes de cada vítima (B5)
Mineradora perde R$ 71 bi em valor de mercado
A Vale perdeu R$ 71 bilhões em valor de mercado no primeiro pregão depois da tragédia em Brumadinho. É a maior perda em um único dia na história da Bolsa. Até a semana passada, a Vale era a terceira maior companhia brasileira na Bolsa, atrás de Petrobras e Itaú. Ontem, foi ultrapassada pelo Bradesco e pela Ambev. (Mercado p.1)
Empresa contesta R$ 8 bi em ações ambientais
Dona da barragem que se rompeu em Brumadinho, a Vale está envolvida em processos ambientais que podem resultar em condenações de R$ 7,93 bilhões.
Esse valor não inclui a tragédia em Mariana, em 2015, e a atual. Apesar disso, a empresa prevê somente R$ 13 milhões para custear perdas nessas ações a curto prazo. Os recursos estão na rubrica “provisões judiciais” do mais recente balanço financeiro da companhia de mineração, que foi publicado em setembro de 2018. Desde o desastre, na sexta-feira passada, R$ 11,8 bilhões da Vale foram bloqueados, sendo R$ 5 bilhões para a compensação de danos ambientais. (Cotidiano B1)
Bolsonaro passa por cirurgia com 7 horas de duração
Com duração de sete horas, a cirurgia em São Paulo para reconstrução do trânsito intestinal do presidente Jair Bolsonaro (PSL) teve êxito, segundo o Planalto. Ele terá gabinete provisório no hospital para despachar. (Poder A6)
Aumenta pressão por investigação de executivos
Além de indenizações e multas, poderão ser abertos inquéritos que responsabilizem criminalmente os executivos da Vale pelo desastre em Minas, como sugeriu a procuradora-geral da República, Raquel Dodge. (Cotidiano B2)
Família cava lama por conta própria para achar corpo
Familiares do sitiante Paulo Giovani dos Santos escavam por conta própria, atrás do corpo do produtor rural. O sítio em que Santos morava, a cerca de 3 km do centro de Córrego do Feijão, foi devastado pela lama. (Cotidiano B4)
Após tragédia, governo federal muda discurso sobre licenciamento (B1)
Equipamentos de Israel não são efetivos, afirma chefe da operação (B5)
EUA anunciam sanções contra petrolífera PDVSA
O secretário do Tesouro americano anunciou bloqueio de US$ 7 bilhões (R$ 26,3 bilhões) em ativos da petrolífera estatal venezuelana, em mais uma tentativa de aumentar a pressão sobre o ditador Nicolás Maduro. (Mundo A16)
Jornalista brasileiro é retido na Venezuela
Repórter do jornal gaúcho Zero Hora foi interrogado e retido em unidade militar por 2 horas. Ele já retomou ao Brasil. (Mundo A16)
Governo dificulta acesso a benefícios do INSS
Medida endurece regras de acesso a benefícios do INSS para quem volta a contribuir após período na informalidade. (Mercado p.10)
Hélio Schwartsman
Somos péssimos em avaliar riscos
Nossa espécie é péssima em avaliar riscos. A cultura de busca constante por mais segurança precisa ser disseminada. (Opinião A4)
Editoriais
Metas econômicas
Acerca das prioridades anunciadas pelo governo (A4)
Brinquedo favorito
A respeito da paralisação administrativa nos EUA (A4).
Redação