Jornais do Brasil neste domingo 2 de fevereiro

Por - em 6 anos atrás 440

jornais03 de fevereiro de 2019

O Globo

Manchete: Renan desiste e Davi, apoiado pelo governo, é eleito no Senado

Após articulação do Planalto, emedebista abre mão da candidatura. Pressão por renovação também pesou

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) desistiu ontem da candidatura à presidência da casa, abrindo caminho para a vitória de Davi Alcolumbre (DEM-AP), nome apoiado pelo governo federal. A saída de Renan marca o fim de um período de 16 anos em que seu grupo no MDB presidiu o Senado e foi resultado também de pressão dos demais senadores, inclusive de oposição, por uma renovação na casa. Após liminar do STF determinar que a votação deveria ser secreta, muitos senadores decidiram, em protesto, mostrar suas cédulas. Ao perceber que não seria eleito, Renan desistiu e indicou que pretende dificultar votações de interesse do governo. Aos 41 anos, Davi está no seu primeiro mandato no Senado. (PÁGINAS 4 E 6)

Colunistas

BERNARDO MELLO FRANCO

Erro grosseiro de cálculo de Renan (PÁGINA 3)

ASCÂNIO SELEME

Na Câmara, Rodrigo Maia vê seu poder crescer (PÁGINA 12)

LAURO JARDIM

Nova secretária da Agricultura ataca causas indígenas (PÁGINA 6)

ELIO GASPARI

É preciso uma Lava-Jato para as mineradoras (PÁGINA 8)

DORRIT HARAZIM

Brumadinho traz sentimento acima do fosso ideológico (PÁGINA 3)

A cada 2 minutos, uma medida para proteger a mulher

Levantamento do GLOBO em 19 dos 27 tribunais de Justiça do país mostra que, no ano passado, foi concedida uma medida protetiva a cada dois minutos, por causa de violência doméstica e familiar contra a mulher. A iniciativa, porém, não é suficiente para impedir o agressor de se aproximar das vítimas. (PÁGINA 39)

Eleito na Alerj, Ceciliano defende posse de presos (PÁGINA 17)

O risco oculto nas barragens do Rio

O Rio tem ao menos sete barragens com alto potencial de dano, que em caso de colapso podem provocar mortes e graves impactos, como a que fica em Quatis. Vizinhos desconhecem perigo e planos de fuga. (PÁGINA 14)

Florestas e animais sob ameaça

O desastre da Vale foi também uma tragédia ambiental: levou florestas, secou cursos d’água e ameaça uma área mais complexa para equilíbrio ambiental do que em Mariana. (PÁGINA 9)

Protestos tomam as ruas de Caracas

Autodeclarado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó recebeu ontem o apoio de um general e liderou ato contra Nicolás Maduro. (PÁGINAS 35 e 37)

————————————————————————————

O Estado de S. Paulo

Manchete : Aliado de Onyx vence no Senado, mas futuro de reformas é incerto

Davi Alcolumbre derrotou Renan Calheiros, o nome preferido de Paulo Guedes

Com apoio do ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e numa sessão longa e tumultuada, Davi Alcolumbre (DEM-AP) derrotou Renan Calheiros (MDB-AL) e será presidente do Senado até janeiro de 2021.

Renan, o nome preferido pelo ministro Paulo Guedes (Economia), desistiu da candidatura em pleno processo de votação. Apesar de ser considerado uma vitória do governo, aliados de Bolsonaro dizem que o resultado poderá ter impacto sobre votações importantes.

A principal é a da reforma da Previdência, que a equipe econômica quer encaminhar ao Congresso até o fim do mês. Alcolumbre, senador de 41 anos e em primeiro mandato, disse que o tema será sua prioridade.

Para Guedes, Renan e Rodrigo Maia (DEM-RJ), eleito presidente da Câmara, teriam mais condições de conduzir votações estratégicas para a área econômica. Na agenda do governo também há projetos tributários e privatizações. (Política / Págs. A4, A6 e A7)

 

Eliane Cantanhêde

Com a derrota, Renan é agora candidato a líder da oposição, com parte da esquerda, centro e direita. (Pág. A6)

 

Vera Magalhães

A queda de Renan, com influência da opinião pública, encerra um ciclo de 20 anos de crises no Senado. (Pág. A8)

 

Desalento cresce entre mais escolarizados

No terceiro trimestre do ano passado, 1,66 milhão de trabalhadores com dez anos ou mais de estudos – o que equivale a pelo menos o início do ensino médio – deixaram de procurar emprego, o chamado desalento.

Segundo analistas, um dos motivos é que os postos de trabalho criados durante a crise são de baixa remuneração ou informais. “Cansei de esperar o mercado melhorar”, resume a engenheira Adriana Mello, de 28 anos. (Economia / Págs. B1 e B4)

 

‘MINISTRO’ SEM PASTA E COM PODER

Perfil • Eduardo Bolsonaro – DEPUTADO FEDERAL (PSL-SP)

Terceiro dos 5 filhos de Jair Bolsonaro e reeleito deputado com quase 2 milhões de votos, Eduardo Bolsonaro, aos 34 anos, influi nas diretrizes do governo, faz contatos internacionais e foi o único parlamentar a acompanhar o presidente em Davos, informa José Fucs.

Embora seja defensor da moralização da administração pública, ele nem sempre abre mão de privilégios. No primeiro mandato (2015 a 2018), Eduardo morou com o pai, mas recebeu auxílio-moradia no valor de R$ 4,3 mil por mês. (Política / Pág. A8)

 

Em cinco anos, Venezuela perde metade do PIB

Por causa da crise no país, a economia venezuelana encolheu 44% desde 2014, segundo a ONU. O general da Força Aérea Francisco Yánez reconheceu ontem a autoridade do presidente autoproclamado Juan Guaidó. (Internacional / Págs. A12 e A1)

 

Fernando Henrique Cardoso

É preciso reconstruir a confiança entre sociedade e poder. Não parece que o presidente atual tenha essas qualidades.(Espaço Aberto / Pág. A2)

 

Renata Cafardo

Não há consenso sobre a eficácia do homeschooling. As contradições estão vivas até dentro do próprio governo. (Metrópole / Pág. A22)

 

Notas & Informações

O Supremo e a política

Mais do que nunca será preciso que o Supremo atue como órgão colegiado que deve ser por definição constitucional, e não por decisões individuais. (Pág. A3)

A responsabilidade dos eleitos

A população espera um Legislativo a serviço do Brasil. (Pág. A3)
————————————————————————————

Folha de S. Paulo

Manchete: Em eleição caótica, Renan desiste e governista vence

Davi Alcolumbre (DEM-AP) é escolhido presidente do Senado após sessão com suspeita de fraude

Após dois dias de conturbadas discussões, intervenção judicial, suspeita de fraude e desistência do principal concorrente, o Senado elegeu Davi Alcolumbre (DEM-AP) como seu novo presidente. Ele teve 42 de 77 votos. O resultado é uma vitória expressiva para o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que bancou o nome do virtualmente desconhecido Alcolumbre contra o favorito até então, Renan Calheiros (MDB-AL). O senador protagonizou o momento mais dramático dos dois confusos dias de discussão quando desistiu da candidatura, alegando que colegas tinham aberto o voto que deveria ser secreto, como mandou o Supremo. Alcolumbre na realidade ganhara apoios com a desistência de outros rivais já na primeira votação do dia, que acabou anulada sob suspeita de fraude: a urna tinha um voto amais do que eleitores registrados. Sigla média, o DEM agora comanda as duas Casas do Congresso, com Rodrigo Maia (DEM-RJ) na Câmara. Em tese, isso facilita a tramitação da reforma da Previdência, mas Renan pode ser um obstáculo. (Poder A4 e A6)

Bancada das mineradoras alterou ações de segurança

Uma pequena tropa de deputados eleita para a legislatura 2015-2018 com doações de mineradoras mostrou-se atuante e influente nos assuntos do setor. Houve propostas de mudanças em textos, que resultaram em retirada de fiscalização, e ocupação de cargos em comissões. Os congressistas negam o favorecimento. (Cotidiano B2)

Ala militar se indispõe com Araújo e tutela Itamaraty

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, criou indisposição após não consultar as Forças Armadas ao assinar documento que prevê fim de cooperação militar com a Venezuela. Oficiais chegaram a sugerir que o chanceler fosse demitido. Outros, que ele ouvisse mais os ministros militares. O caso levou a uma espécie de intervenção b ranca no Itamaraty. (Mundo A14)

Líder opositor na Venezuela recebe apoio de um general

O general venezuelano da ativa Francisco Yánez reconheceu o líder opositor Juan Guaidó como presidente interino. Yánez disse que as Forças Armadas são contra o regime chavista. Yánez é o primeiro oficial com essa graduação a romper com a ditadura de Nicolás Maduro. A Força Aérea, à qual ele pertence, acusou o general de ser um traidor. (Mundo A18)

Bolsonaro sente náusea; médicos colocam sonda

No quinto dia após cirurgia, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) teve náusea e vômito neste sábado (2). Segundo boletim médico, ele precisou de uma sonda nasogástrica. (Poder A10)

Governo quer destravar obras de infraestrutura

O ministro de Infraestrutura, Tarcísio Freitas, quer ajuda do TCU para liberar processos de obras e concessões de R$ 100 bilhões que se arrastam desde o governo Lula. (Mercado A23)

Elio Gaspari

Empresas do setor precisam de uma Lava Jato

As mineradoras blindaram-se, e a barragem delas teve solidez. Brumadinho deveria ser um apelo para nova Lava Jato. As astúcias minerais e os malfeitos expostos pela Lava Jato diferem na dinâmica, mas convergem no desfecho. (Poder A12)

Editoriais

A volta da toga

Sobre a retomada dos trabalhos no Supremo.

Escolher batalhas

Acerca das reformas prioritárias para o governo. (Opinião A2)

Redação