Jornais do Brasil neste sábado 26 de maio
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26 de maio de 2018
O Globo
Manchete : Grevistas ignoram acordo, e militares são convocados
STF autoriza uso da força, mas à noite ainda havia 519 pontos de bloqueio de rodovias
Liderança do movimento pede que caminhoneiros liberem as estradas, enquanto a PF investiga a participação de empresários na paralisação. Palácio do Planalto agora negocia com os estados uma redução do ICMS sobre o diesel
Depois de anunciar um acordo com os caminhoneiros na quinta, que na prática não surtiu efeito na greve da categoria, o governo federal convocou as Forças Armadas para intervir nas estradas e editou um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em todo o país. Ante a iminência da atuação dos militares, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), principal porta- voz do movimento, pediu que os grevistas liberassem as rodovias. O STF autorizou o uso da força e a aplicação de multas de R$ 100 mil por hora às entidades envolvidas no bloqueio. À noite, manifestantes ainda faziam bloqueios parciais em 519 pontos do país. A Fazenda negocia com os estados redução no peso do ICMS sobre o diesel, que, somada a outras medidas, pode gerar alívio de R$ 0,35 por litro. A Polícia Federal investiga a participação de empresários na paralisação. (PÁGINAS 19 a 24 e editorial ‘Greve de caminhoneiros sequestrou a sociedade’)
Como identificar as fake news da crise
Mensagens alarmistas sobre a situação do país multiplicam-se nas redes sociais. O GLOBO montou um guia para tirar dúvidas sobre a crise. (PÁGINA 24)
Farpas, gafes e um oceano de críticas
Planalto e base aliada batem de frente, irmã da primeira-dama posta foto de carro com tanque cheio e internautas se unem nas críticas ao governo. (PÁGINA 3)
Colunistas
MÍRIAM LEITÃO
Governo terá que subsidiar importação de diesel. (PÁGINA 20)
MERVAL PEREIRA
Em casos como esse, o governo reprime e depois negocia. (PÁGINA 4)
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O Estado de S. Paulo
Manchete : Por que parou
Porque os caminhoneiros fizeram chantagem com o País
Porque o governo foi incompetente ao demorar para agir
Porque o Congresso optou pelo oportunismo eleitoral
Porque o Brasil é dependente das rodovias e dos caminhões
Porque os governadores foram omissos
Uma sequência de queixas ignoradas pelo governo, um acordo costurado de última hora e a radicalização chantagista de uma categoria pararam o Brasil. Desde outubro de 2017, o setor de transportes tem chamado a atenção do Planalto, mas o governo deixou o tema de lado. Quando a negociação foi iniciada, o movimento já era maior que os líderes. Assim, mesmo depois de o governo ceder aos grevistas, vários grupos insistiram em bloquear estradas e tornaram o País refém de seus pleitos. No Planalto, a avaliação é de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) falhou ao não prever o alcance do movimento. (ECONOMIA / PÁGS. B1 a B15)
Acordo fracassa e governo chama as Forças Armadas
O governo chamou as forças federais de segurança, que incluem as Forças Armadas, para desbloquear as estradas depois que a trégua de 15 dias prometida pelos movimentos grevistas não foi cumprida. Após o anúncio do presidente, a principal entidade contrária ao acordo pediu que os motoristas liberassem as rodovias. À noite, ainda restavam 519 de 938 pontos de bloqueios no País. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizou o uso de força e a imposição de multas a manifestantes nas estradas. (PÁGS. B1 e B4)
Crise pode custar R$ 27 bi ao governo (PÁG. B8)
Líderes sindicais trocam acusações (PÁG. B10)
Na Dutra, grevistas recebem apoio (PÁG. B11)
Prefeito de SP decreta emergência (PÁG. B13)
STF solta preso por morte de Dorothy Stang (POLÍTICA / PÁG. A9)
Incêndio em invasão deixa 3 crianças mortas
Um incêndio em um galpão invadido no bairro da Mooca, na zona leste, deixou três irmãos mortos – um deles bebê – ontem. A mãe das crianças não estava no local. A causa do incêndio não havia sido esclarecida até o fim da noite. (METRÓPOLE / PÁG. A17)
Na Venezuela, comida apodrece por falta de luz
Os poucos alimentos disponíveis para a população do interior do país estragam por falta de gás e de energia elétrica, informa o enviado especial Rodrigo Cavalheiro. Quem tem o que cozinhar usa lenha. (INTERNACIONAL / PÁG. A10)
Adriana Fernandes
Solução ‘pé no chão’
O ministro Eduardo Guardia nega que o programa para o diesel represente uma volta à política de subsídios do governo Dilma. (PÁG. B7)
Fernando Dantas
As razões de cada lado
Que os caminhoneiros queiram exercer pressão é parte do jogo. Mas bloquear estradas não está na regra do jogo de país nenhum. (PÁG. B8)
Notas&Informações
Indústria já estava derrapando
Nova sondagem setorial da CNI trouxe más notícias, que ficaram quase ignoradas. (PÁG. A3)
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Folha de S. Paulo
Manchete : Paralisação continua após acordo e governo mobiliza Forças Armadas
Segundo o Planalto, 45% dos bloqueios em rodovias haviam cessado ontem; protestos provocam racha no agronegócio
Diante da continuidade da paralisação de caminhoneiros ontem, mesmo após anúncio sobre acordo, o Planalto recorreu a ações policiais e judiciais para desmobilizar os protestos. O presidente Michel Temer (MDB) anunciou plano de segurança que inclui o emprego das Forças Armadas para liberar as estradas federais obstruídas e viabilizar o abastecimento. O governo, que apura a suposta participação de empresários no movimento, ainda editou decreto que estabelece a aplicação da GLO (Garantia da Lei e da Ordem) em todo o país e ameaçou decretar confisco temporário de caminhões. Disse ainda investigar 20 dirigentes de empresas. Após a ação, ministros anunciaram a liberação do acesso à Refinaria Duque de Caxias, no Rio, e ao porto de Santos (SP). Disseram ainda que as obstruções haviam sido reduzidas em 45%. José da Fonseca Lopes, presidente da Abcam (associação de caminhoneiros), disse ontem que “pode correr sangue” nas estradas a depender do emprego de força policial. Em nota, a entidade contemporizou. A paralisação causou um racha no agronegócio. Enquanto produtores de grãos apoiam o protesto, o setor de carnes quer o fim dos bloqueios. (Mercado A17)
Preços disparam, e alimentos perecíveis somem de mercados
Os preços de frutas e legumes dispararam na Ceagesp. Supermercados não fizeram reajustes, mas alguns itens perecíveis acabaram. Segundo o setor, serão necessários 10 dias para a normalização dos estoques. (Mercado A20)
SP decreta emergência e tem dia com cara de feriado
A cidade de São Paulo teve trânsito com jeito de feriado ontem, mesmo com a suspensão do rodízio pelo segundo dia. Sem gasolina e com menos ônibus, paulista nos mudaram a rotina. A capital está em situação de emergência, e o prefeito Bruno Covas avalia decretar feriado na segunda (28). (Mercado A22)
Hélio Schwartsman
Não nos pusemos nessa posição de fragilidade a troco de nada (Opinião A2)
Editoriais
Reação tardia
Sobre o uso de militares contra abusos de grevistas (A2)
Passo para trás
Acerca de negociações entre EUA e Coreia do Nortem (A2).
Redação