Jornais do Brasil nessa Quarta Feira 12 de Janeiro
Por - em 9 anos atrás 604
13 de janeiro de 2016
O Globo
Manchete : Petrobras encolhe e retrocede uma década
Volume de investimentos e valor de mercado caem abaixo do nível de 2007
Estatal vai cortar R$ 130 bilhões até 2019 e produzirá menos petróleo. Ações despencam 9,2%, e analistas preveem aporte da União
A Petrobras anunciou ontem mais um corte de investimentos, de R$ 130 bilhões (cerca de US$ 32 bilhões) até 2019, devido à subida do dólar e à queda da cotação do petróleo. A estatal também informou que produzirá menos do que o previsto no plano anterior. Com os cortes, as ações da empresa despencaram 9,2% e encerraram o pregão a R$ 5,53, o menor valor desde 2004. A profunda crise, iniciada com a Operação Lava-Jato em 2014, já fez a Petrobras retroceder quase uma década: os investimentos estão no nível de 2007, auge da euforia com a descoberta do pré-sal, e a petrolífera vale 64% menos. Analistas preveem que haverá necessidade de aporte de até R$ 200 bilhões pela União na companhia. (Pág. 19 e 21)
Delatores e Lula têm versões contraditórias sobre indicação à BR
O ex-presidente Lula e dois delatores da Lava-Jato apresentaram versões contraditórias sobre a indicação de Nestor Cerveró para a BR Distribuidora. Segundo Fernando Baiano e o próprio Cerveró, a escolha foi decidida por Lula em retribuição à ajuda do indicado para quitar um empréstimo do PT no Banco Schahin, depois contratado pela Petrobras. Baiano diz ter negociado com José Carlos Bumlai, amigo de Lula. O ex-presidente afirma que o pedido foi de aliados. (Pág. 3)
Cerveró também cita Collor e Renan
O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró disse ter ouvido do ex-presidente Fernando Collor, na Casa da Dinda, que a presidente Dilma teria posto à sua disposição o comando da BR Distribuidora. Cerveró também relatou três encontros com o presidente do Senado, Renan Calheiros, para tratar de propina. (Págs. 4 e 5)
André Esteves se dedica a provar que Lava-Jato errou
Há 26 dias em recolhimento domiciliar, o banqueiro André Esteves esmiúça dia e noite os detalhes de sua defesa para provar que sua prisão, no âmbito da Lava-Jato, foi um erro, informa BRUNO ROSA. Esteves restringiu os contatos à mulher, aos três filhos e à trinca de advogados que contratou e ainda não conversou com os sócios do BTG Pactual. O banqueiro escolheu a corrida na esteira como válvula de escape. (Pág. 25)
Educação cortará merenda e telefone
O ano letivo nas escolas estaduais do Rio, que começa no próximo dia 2, será de aperto. Os cortes, que devem somar R$ 102 milhões, vão da substituição de pratos quentes por lanche frio na merenda, uma vez por semana, à redução de linhas telefônicas. Eventos culturais, como o Salão do Livro, foram cancelados. (Pág. 9)
Coluna : Míriam Leitão
Crise chega quando a Petrobras perdeu valor e reputação. (Pág. 20)
Coluna : Merval Pereira
É preciso controlar a criação de partidos. PÁGINA 4
Coluna : Elio Gaspari
Lei que prende empresários deveria punir desordeiros. (Pág. 16)
Opinião : Zuenir Ventura
Na pátria sem memória, vilões voltam como bons moços. (Pág. 17)
Opinião : Roberto da Matta
Lambuzar-se no mel do poder é modo de governar no país. (Pág. 17)
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O Estado de S. Paulo
Manchete : Cerveró cita Dilma; impeachment volta a preocupar Planalto
A delação do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró deixou em alerta o Palácio do Planalto, que teme a influência das denúncias no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff em curso na Câmara. Cerveró declarou, em 7 de dezembro, à Procuradoria-Geral da República, ter ouvido o senador Fernando Collor (PTB-AL) dizer que as negociações para indicar cargos de chefia na BR Distribuidora haviam sido conduzidas diretamente pela presidente Dilma. Segundo Cerveró, condenado na Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro, Collor revelou que havia se reunido com Dilma e ela teria colocado à disposição a presidência e todas as diretorias da subsidiária da Petrobrás. Em outra ocasião, Collor negou “ter exercido qualquer ingerência sobre a Petrobrás ou sua subsidiária”. Segundo assessores, Dilma teria ficado irritada com o depoimento de Cerveró que, segundo ela, foi a pessoa responsável pelo “relatório falho” que levou à compra da Refinaria de Pasadena. (Política / Pág.A4)
‘Gratidão’ de Lula
O ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró disse que foi indicado para a BR Distribuidora pelo ex-presidente Lula por “gratidão” por uma operação que serviu para quitar empréstimo. (Pág. A5)
Petrobrás corta investimento; ação cai ao valor de 2004
A Petrobrás anunciou novo corte de US$ 32 bilhões na estimativa de investimentos até 2019, a segunda revisão do plano de negócios 2015-2019. A projeção para a cotação do barril de petróleo passou para US$ 45, ante previsão anterior de US$ 55. Ontem, o barril atingiu US$ 30. A divergência entre esse cenário e as estimativas da Petrobrás reforçou a desconfiança do mercado e as ações da estatal caíram ao menor nível desde maio de 2004. (Economia / Pág. B1)
Gasto anual será de US$ 18 bi
O gasto médio anual da Petrobrás será de US$ 18 bilhões até 2019. A fatia destinada à área de exploração e produção, que inclui projetos do pré-sal, subiu, e o Comperj voltou ao orçamento. (Pág. B3)
Correção do IR não é prioridade da Fazenda (Economia / Pág. B3)
Cardozo leva a Dilma caso de cientista (Internacional / Pág. A10)
Eliane Cantanhêde
Strike
É intrigante, angustiante confirmar a desenvoltura e a sofreguidão com que a BR Distribuidora foi tomada de assalto pelo poder político. (Política / Pág. A7)
Roberto DaMatta
Quem nunca comeu melado…
Jaques Wagner desvenda os tabus de um governo que se lambuzou, como jamais se viu na história do capitalismo, no melado do poder. (Caderno2 / Pág. C6)
Notas & Informações
No reino da corrupção
Lula e a tigrada petista não inventaram a corrupção. Apenas aprimoraram os desvios de conduta. (Pág. A3)
Consertando a Petrobrás
A empresa continua a encolher, enquanto se recupera dos danos sofridos durante anos de pilhagem. (Pág. A3)
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Folha de S. Paulo
Manchete : Petrobras decide vender a sua fatia na Braskem
Estatal anunciou corte de US$ 32 bi no orçamento, o que fez ações despencarem
Em crise após as investigações da Lava Jato, a Petrobras deve anunciar nos próximos dias a venda de sua participação na petroquímica Braskem. A fatia de 36% vale cerca de R$ 5,8 bilhões. Fundos de investimento internacionais já demonstraram interesse no negócio, informam Renata Agostini e Natuza Nery, do Painel. A oferta é uma tentativa de recuperar as finanças da estatal, que nesta terça (12) anunciou corte de US$ 32 bilhões em seu orçamento. A maior redução, referente ao período de 2015 a 2019, será em exploração e produção: US$ 28 bilhões. A meta de extração de petróleo em 2020 caiu de 2,8 para 2,7 milhões de barris por dia. A divulgação do corte fez as ações da empresa despencarem. As preferenciais, mais negociadas e sem direito a voto, fecharam em queda de 9,2%, a R$ 5,53 cada uma. Já as ordinárias caíram 7,65%, para R$ 7. São os menores valores desde 2003. Antes da Lava Jato, os papéis eram cotados na faixa dos R$ 20. Um documento do banco Credit Suisse, que lança dúvidas sobre a viabilidade do plano de recuperação da empresa, também impulsionou a queda nas ações. A Petrobras afirma que a redução nos investimentos objetiva adequar os gastos ao novo cenário de preços do petróleo e de taxa de câmbio. (Poder a4 e Mercado a12)
Após obras da Olimpíada, 35 mil devem ficar sem emprego
O início da Olimpíada, em agosto, deve marcar a demissão de até 35 mil trabalhadores, da construção civil. A onda de dispensas será um novo baque no mercado de trabalho no Rio, que, afetado pela crise econômica e o menor dinamismo do petróleo, perdeu 72 mil vagas formais nos últimos 12 meses até novembro. (Mercado a14)
Polícia muda tática e sufoca ato contra alta da tarifa em SP
O segundo ato expressivo contra a alta das tarifas de transporte em São Paulo foi marcado pela mudança de estratégia da Polícia Militar. Agentes reprimiram a manifestação antes de haver confronto com “black blocs”, usando bombas para a dispersão. Além de revistas, cordões evitaram o avanço do movimento. Ao menos quatro manifestantes foram feridos. (Cotidiano B1)
Compositor Lindinho Brahma Robin
Investigações da Lava Jato identificaram 22 pessoas citadas por apelidos, com o objetivo de despistar a entrega de propina no esquema de desvios na Petrobras. O doleiro Alberto Youssef, empreiteiros e ex- executivos da estatal estão entre os autores dos codinomes. (Poder a5)
Aécio processa, sob alegação de danos morais, semanário criado pelo MST (Poder A7)
Brasil avalia caso de professor que França condenou em 2009 (Mundo A8)
Comida de presos na Grande SP é alvo de investigações
Com gastos anuais acima de R$ 200 milhões, a comida dos presos na Grande SP é alvo de investigação de governo do Estado, tribunal de contas e promotores. Suspeita- se de superfaturamento e de “quentinhas” de qualidade inferior ao previsto. A gestão Alckmin (PSDB) afirma punir ao identificar irregularidades. (Cotidiano B1)
Elio Gaspari
Deixar desordeiro solto estimula as novas violências
A prisão preventiva só se justifica pelo flagrante de delito ou para impedir que ele continue praticando um crime. Se a prisão dos empreiteiros tem a virtude de desestimular futuras traficâncias, o fato de não haver um só desordeiro na cadeia torna-se estímulo a novas violências, que inibe atos pacíficos. (Poder a6)
Editoriais
Leia “Acerto geral”, sobre desdobramentos do escândalo da Petrobras, e “O prazo da cracolândia”, acerca de esforços para solucionar o problema. (Opinião A2).
Redação