Jornais do Brasil nessa Quarta Feira 30 de Março
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30 de março de 2016
O Globo
Manchete: Sem PMDB, Dilma vai usar cargos contra impeachment
Em 3 minutos e com gritos de ‘Fora PT’, partido oficializou ruptura
Três dos sete ministros devem ficar, apesar da decisão partidária; presidente cancela viagem aos EUA
Em reunião que durou três minutos e após dez anos de aliança, o PMDB, maior partido do Congresso, oficializou sua saída do governo Dilma por aclamação, sinalizando que ficará unido pela aprovação do impeachment da presidente. A reunião, sem a presença do vice Michel Temer, teve gritos de “Fora PT” e “Temer presidente”. O senador Romero Jucá, que leu a moção de ruptura, disse que “ninguém (do partido) no país está autorizado a exercer qualquer cargo no governo federal”. Três ministros, porém, devem ficar, sem previsão de punição: Kátia Abreu (Agricultura), Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Marcelo Castro (Saúde). Com o rompimento, Dilma já prepara reforma ministerial, que deve ser anunciada até sexta e distribuirá cerca de 580 cargos ocupados por peemedebistas. O objetivo dela é tentar conquistar votos contra o impeachment. Para o ministro Jaques Wagner, a saída do PMDB dá oportunidade de uma “repactuação”, um “governo novo”. (Págs. 3 a 7 e editorial “A farsa do ‘golpe’ construída pelo lulopetismo)
Moro pede desculpas ao STF por polêmica com grampos de Lula
O juiz Sérgio Moro pediu “respeitosas escusas” ao STF pela polêmica causada após a divulgação dos áudios do ex-presidente Lula, que elevaram a crise política: “Jamais foi a intenção desse julgador.” Moro ressaltou que o fim do sigilo das gravações não teve “propósito político-partidário” e que elas indicam que Lula tentou obstruir a Lava-Jato. O juiz disse não ver suspeita na conduta da presidente Dilma. (Pág. 9)
Cunha tenta nova manobra no Conselho de Ética
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, tentou mais uma manobra para se beneficiar no Conselho de Ética: aprovou, na Mesa Diretora, mudança da composição de comissões e do conselho. A oposição reagiu. (Pág. 8)
‘Situação é trágica. Nunca vi nada igual’
O governador em exercício do Rio, Francisco Dornelles, disse considerar trágica a situação das finanças do estado. Sem dinheiro até para pagar os salários dos servidores, ele afirma em entrevista a CARINA BACELAR e LEILA YOUSSEFF que está em busca de solução, mas que a crise atual no país e no estado não tem precedentes: “Nunca vi nada igual”. (Pág. 11)
Alstom: Justiça aceita 8ª denúncia
A Justiça paulista aceitou a 8ª denúncia contra 7 executivos da Alstom e da CAF, acusados de integrar cartel e fraudar licitação na compra de trens no governo de SP. (Pág. 10)
Ex-presidente da Assembleia preso
O ex-presidente da Assembleia Legislativa de SP Leonel Julio e mais seis pessoas foram presos acusados de atuar na máfia da merenda no governo Geraldo Alckmin (PSDB). (Pág. 10)
Conta de luz vai ficar mais barata
Em abril, a conta de luz não terá mais a cobrança de bandeira tarifária. No Rio, o valor deve cair 2,6%. Depois de subir mais de 50% em 2015, a tarifa já recuou 8% este ano. (Pág. 25)
União tem rombo de R$ 25 bilhões
Em fevereiro, Tesouro, Previdência e BC tiveram déficit de R$ 25 bilhões. O rombo foi o triplo do registrado em fevereiro de 2015 e o pior resultado para o mês em 19 anos. (Pág. 24)
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O Estado de S. Paulo
Manchete: Após saída do PMDB, Dilma tenta atrair apoio com verbas e cargos
Governo usará vagas para tentar frear ameaça crescente de impeachment; PP também pode deixar base e é cortejado pelos dois lados
O PMDB definiu o rompimento com o governo da presidente Dilma Rousseff e decidiu que seus filiados terão de entregar, nas próximas duas semanas, os ministérios e os cerca de 600 cargos que ocupam no Executivo. A decisão do partido praticamente implodiu a base de apoio do Planalto na Câmara e fez crescer o risco do impeachment. Para tentar conter a debandada, o Planalto vai intensificar a liberação de cargos e de verbas para emendas. O gesto do PMDB pode ser seguido por partidos como PSD e PP. Dono da terceira maior bancada da Câmara, com 49 deputados, o PP está sendo cortejado por Dilma e por Michel Temer, que oferecem ao partido controle de estatais e de ministérios em troca de apoio. O ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidência, Jaques Wagner, afirmou que a saída do PMDB abre caminho para uma “repactuação” com os demais aliados, que serão chamados para negociação. Entre os postos disponíveis estão ministérios de peso, como Turismo e Esporte, e cargos em estatais e bancos públicos. (Política/ Págs. A4 a A6)
Temer planeja uma ‘Caravana da Vitória’
O vice Michel Temer planeja iniciar em abril viagens pelo País para “aquecer” a militância do PMDB para a disputa municipal de outubro. O giro é chamado de “Caravana da Vitória”. (Pág. A4)
Até dia 19 Câmara vota impeachment
O cronograma do impeachment, planejado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), prevê votação em plenário até dia 19 e envio ao Senado até 30 de abril. (Pág. A7)
Moro pede desculpa por divulgar áudios
O juiz Sérgio Moro, da Lava Jato, pediu desculpas ao STF pela divulgação de áudios do ex-presidente Lula. Não houve intuito “político partidário”, disse Moro. (Pág. A10)
Cunha manobra para evitar cassação
Manobra do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aprovou projeto sobre trocas de partido. A decisão muda a composição do Conselho de Ética, onde ele é processado. (Pág. A8)
Dora Kramer
Começar de novo
Se não resultar numa proposta firme e séria de recomeço, o impeachment não terá valido de coisa alguma. Trocar seis por meia dúzia não vai angariar simpatia do público. (Pág. A6)
Eliane Cantanhêde
Lula e o pós-Dilma
Lula e o PT sabem que Dilma está perdida e já discutem o “day after”. Para todos os efeitos, Lula tenta salvar Dilma. Na prática, se mexe para que nem ele nem o PT morram com ela. (Pág. A8)
Ex-presidente da Alesp é preso por fraude na merenda
O ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo Leonel Julio e outros seis investigados na Operação Alba Branca foram presos por fraude e desvios na merenda escolar. Também foi decretada prisão do presidente da União dos Vereadores do Estado, Sebastião Miziara. A decisão é da Justiça de Bebedouro, onde ficava a base da organização. A operação investiga esquema de desvios de recursos públicos e fraudes em licitações para a contratação de cooperativas para fornecimento de merenda escolar para prefeituras e Secretaria Estadual de Educação. (Política/ Pág. A11)
Contas registram rombo de R$ 25 bi em fevereiro (Economia/ Pág. B1)
SP já tinha dados sobre a alta de H1N1 há 4 meses (Metrópole/ Pág. A16)
Justiça aceita denúncia contra cartel dos trens (Política/ Pág. A11)
Roberto DaMatta
Mandamentos
Se tudo tem um interesse e uma segunda versão, como resolver as crises? Se honestidade é contextual, entramos num poço sem fundo. (Caderno 2 / Pág. C8)
Notas & Informações
Marginais em ação
Para o lulopetismo, o princípio à luz do qual leis devem ou não ser respeitadas é o interesse de Lula. (Pág. A3)
Fim de feira
Presidente Dilma Rousseff decidiu vender seu governo a granel para impedir o impeachment. (Pág. A3)
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Folha de S. Paulo
Manchete: PMDB deixa governo, que lança ofensiva anti-Temer
Para líderes do PT, vice articula golpe e não possui a ‘legitimidade do voto’
Em reunião de três minutos, o PMDB confirmou o esperado e anunciou, após votação simbólica, o afastamento da base aliada do governo Dilma Rousseff (PT). Aos gritos de “Brasil para frente, Temer presidente” e “Fora, PT”, o partido aprovou uma moção que determina a entrega de todos os seus cargos no Executivo. O vice-presidente, Michel Temer, foi o articulador da tomada de posição da sigla. A decisão é um baque na pretensão de Dilma de evitar o avanço do impeachment. O PMDB é a legenda com mais deputados e senadores. O líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA),classificou Temer de golpista. Ministro- chefe do gabinete de Dilma, Jaques Wagner disse que o vice não tem a mesma “legitimidade do voto”. A fim de obter apoio para barrar o impeachment na Câmara, onde o processo tramita, o governo redistribuirá cargos nos ministérios e apressará a liberação de verba orçamentária. (Poder A4)
Cunha volta a manobrar para tentar impedir a sua cassação
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), manobra de novo para barrar seu processo de cassação. Após troca-troca de partidos, ele negociou com líderes a aprovação de projeto que atualiza a composição proporcional das comissões, entre elas o Conselho de Ética. A eventual mudança elevaria o número de aliados de Cunha no conselho. (Poder A10)
Moro se desculpa por polêmicados grampos de Lula
O juiz Sergio Moro, responsável por processos da Lava Jato, pediu “respeitosas escusas” ao Supremo pela polêmica causada pela divulgação, autorizada por ele, de conversas grampeadas do ex-presidente Lula — uma envolvia a presidente Dilma. O magistrado afirmou que seu ato não teve motivação político-partidária. (Poder A8)
Preso ex-chefe da Assembleia de SP sob acusação de fraudar merenda
Leonel Julio, ex-presidente da Assembleia Legislativa paulista, e Sebastião Misiara, presidente de associação de vereadores do Estado, foram presos sob suspeita de elo com a máfia da merenda. Os dois negam as acusações. A Operação Alba Branca apura propina em contratos superfaturados de merenda com o governo paulista e ao menos 22 prefeituras. (Poder A11)
Justiça transforma em réus acusados em cartel dos trens
A Justiça paulista aceitou denúncia sobre o cartel de trens no Estado e tornou réus cinco executivos da Alstom e da CAF. Segundo a Promotoria, os acusados participaram de fraudes em licitação de R$ 1,8 bilhão na gestão Serra (PSDB). Eles negam. (Poder A11)
Hélio Scwartsman
Se Dilma cair, será pela perda de apoio, não por um crime
Se Dilma de fato cair, será não porque perpetrou crimes monstruosos ou por ter sido vítima de um golpe, mas porque perdeu sua base política. Um governo que não consegue convencer um terço dos parlamentares a ficar em casa em vez de votar para derrubá- la não tem mesmo condições de continuar. (Opinião A2)
Wagner Moura
É desonesto dizer que governista é a favor da corrupção
Ser legalista não é o mesmo que ser governista, ser governista não é o mesmo que ser corrupto. É intelectualmente desonesto dizer que os governistas são a favor da corrupção. Há uma tentativa de derrubar na marra um governo eleito por 54 milhões. Um golpe clássico. (Opinião A3)
Editorial
Leia “Os donos da festa”, a respeito de desembarque do PMDB. (Opinião A2)
Antonio Delfim Netto
Números de 2015 governaram o Brasil e revelam como ele foi governado. (Opinião A2).
Redação