Jornais do Brasil nessa Quinta Feira 19 de Maio

Por - em 9 anos atrás 475

19 de maio de 2016

O Globo

Manchete : Escolha de líder mostra que Temer dependerá de Cunha

Por maioria, cargo é entregue a um aliado do deputado afastado

Integrante do pequeno PSC, André Moura é réu em três processos no STF e cuidará da articulação entre o Planalto e a Câmara, que discutirá projetos importantes para recuperação da economia

Réu da Lava-Jato e afastado da presidência da Câmara pelo STF, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) mostrou força ao garantir um aliado no cargo de líder do governo Temer na Casa, o deputado André Moura (PSC-SE), que responde a três processos no STF e pertence a um partido nanico. Temer cedeu à pressão do chamado centrão, grupo comandado por Cunha e que reúne 291 deputados, o que deixou claro que o novo governo dependerá do presidente afastado da Câmara para aprovar medidas impopulares necessárias para recuperar a economia. A decisão causou mal-estar entre aliados de Temer, desagradando especialmente ao DEM, que queria Rodrigo Maia. “Isso terá consequências ruins para o governo”, disse o líder do partido, Pauderney Avelino. (Págs. 3 e 4)

Dirceu é condenado a 23 anos

Moro aplica ao ex-ministro, já sentenciado no mensalão do PT, a maior pena desde o início da Lava-Jato; juiz diz que petista recebeu propina inclusive quando estava sendo julgado pelo STF

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a 23 anos e três meses de prisão por corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro, na maior pena já aplicada na Lava-Jato. O petista é acusado de receber propina em dinheiro e imóveis da empreiteira Engevix em troca de contratos com a Petrobras. Parte da propina foi paga durante o julgamento do mensalão, segundo Moro. Como Dirceu, de 70 anos, ainda não cumpriu integralmente a pena determinada pelo STF, ele terá mais dificuldades para obter progressão para o regime semiaberto. “É uma prisão perpétua”, protestou seu advogado, Roberto Podval. Na decisão, Moro afirma não reconhecer Dirceu “como comandante do grupo criminoso”, sem citar outro nome. Ao todo, dez acusados foram condenados, entre eles o ex-tesoureiro do PT João Vaccari e o dono da Engevix, Gerson Almada. (Pág. 7)

Serra: política externa não servirá a partido

Em seu primeiro discurso no Itamaraty, José Serra criticou a política externa sob o comando do PT e disse que a diplomacia brasileira voltará a servir ao país, e não a um partido. Serra divulgou diretrizes para o ministério, entre elas maior atenção a acordos bilaterais. Na OEA, representantes de EUA e Argentina rejeitaram a tese de golpe no Brasil. (Pág. 6)

Cultura ganha secretário e promessas

Em meio a protestos contra o fim do Ministério da Cultura, Marcelo Calero assumiu a secretaria do setor. O governo prometeu mais verbas. (Pág. 8)

Estados pedem moratória de R$ 27 bilhões

O pedido dos estados de perdão da dívida com a União custaria R$ 27 bilhões este ano. Meirelles cobrou “medidas duras” de ajuste. (Pág. 21)

Reforma da Previdência sai em 15 dias

Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles disse não ser “boa solução” reforma poupar trabalhador na ativa. Proposta sairá em 15 dias. (Pág. 22)

‘Gado fica calmo ao chegar a curral’

Homem de confiança de Temer, Moreira Franco diz que as intrigas entre os aliados acabaram, pois “gado fica calmo ao chegar a curral”. (Pág. 5)

Maduro reprime protesto da oposição

O governo Maduro reprimiu protestos da oposição que apoiavam um referendo para tirar o presidente da Venezuela. Maduro foi tachado de “ditadorzinho” pelo chefe da OEA e retrucou. (Pág. 29 e 30)

Colunistas

ILIMAR FRANCO – O jogo pesado do centrão para nomear o novo líder. (Pág. 2)

MERVAL PEREIRA – Interpelação do STF a Dilma é um marco na luta política. (Pág. 4)

CARLOS SARDENBERG – “New York Times” errou ao comprar a versão de Dilma. (Pág. 18)

DEMÉTRIO MAGNOLI – Reação firme a países bolivarianos é prova de fogo de Serra. (Pág. 19)

VERISSIMO – Levy no Ministério foi a andorinha que, só, não fez verão. (Pág. 19)

MÍRIAM LEITÃO – Nova equipe pode expor o rombo fiscal deixado por Dilma. (Pág. 22)

————————————————————————————

O Estado de S. Paulo

Manchete : Itamaraty deve servir ao País, não ao partido, afirma Serra

Tucano assume Ministério das Relações Exteriores com críticas ao PT

O senador José Serra (PSDB-SP) criticou gestões anteriores do Itamaraty sob comando do PT ao tomar posse ontem como ministro das Relações Exteriores. O tucano anunciou dez diretrizes da “nova política externa brasileira”. A número um, segundo ele, é que a diplomacia deve refletir interesses de toda a sociedade, não de um só segmento. “Deve servir ao Estado, não a um governo, e jamais a um partido.” Serra afirmou que a relação com países em desenvolvimento, priorizada na gestão anterior, não será abandonada, mas redirecionada.Também prometeu uma guinada em busca de resultados, sobretudo no comércio, anunciou incremento de negociações do Brasil com países e não com blocos e disse que a Argentina será o principal foco de sua gestão. Na Organização dos Estados Americanos (OEA), o representante dos Estados Unidos, Michael Fitzpatrick, disse que o impeachment de Dilma Rousseff respeitou a Constituição e as instituições brasileiras. (Política A4, A5 e A7)

Passaporte diplomático

José Serra concedeu passaporte diplomático ao pastor Samuel Ferreira, da Assembleia de Deus, investigado na Lava Jato por suspeita de lavar dinheiro
para Eduardo Cunha (PMDB-RJ). (Pág . A5)

Moro condena Dirceu a 23 anos de prisão na Lava Jato

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu foi condenado a 23 anos e 3 meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa – a maior pena da Lava jato. A sentença do juiz Sérgio Moro diz que o petista recebeu R$ 15 milhões em propinas da empreiteira Engevix, por contratos da Petrobrás. Para a defesa de Dirceu, preso em Curitiba desde agosto de 2015, a pena é “prisão perpétua”. (Política A10)

Janot vê ‘papel central’ de Lula

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, atribui “papel central” a Luiz Inácio Lula da Silva na tentativa de comprar silêncio do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró na Lava Jato. (A12)

Temer planeja ‘denunciar’ rombo deixado por Dilma

Michel Temer planeja fazer uma “prestação de contas” ao País e revelar como encontrou a situação do governo. Ele foi aconselhado por senadores a “abrir a caixa-preta” da administração Dilma Rousseff. Pelas estimativas de sua equipe, o rombo nas contas públicas ultrapassa R$ 150 bilhões. Temer pediu aos líderes do Senado que aprovem a revisão da meta fiscal. “Se não aprovar, daqui a pouco quem estará cometendo pedalada sou eu”, disse. (Economia B5)

Mudança na aposentadoria

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, defendeu reforma da Previdência também para trabalhadores hoje na ativa. Para ele, mudar regra só de quem vai entrar no mercado seria “má solução”. (B4)

Bolsa de NY suspende venda de ações da Eletrobrás

A Eletrobrás teve suspensa a negociação de ações no pregão da bolsa de Nova York. Desde abril de 2015, o órgão fiscalizador do mercado de capitais dos EUA cobrada empresa a entrega da documentação que comprove os balanços de 2014 e 2015. A suspensão é o primeiro passo para a retirada dos papéis da bolsa, o que pode levar até três meses. A medida deve forçar o Tesouro a fazer uma capitalização de R$ 4 bilhões na Eletrobrás. (Economia B1 e B3)

Escolha de líder do governo fortalece Cunha

A confirmação do deputado André Moura (PSC-SE), aliado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como líder do governo fortalece o parlamentar afastado e reduz a hipótese de cassação, segundo avaliação no Congresso. Réu em três inquéritos no STF, incluindo um por tentativa de homicídio, ele fará a interlocução entre o Executivo e a Casa. (Política A8)

Universidades têm queda de repasse

Com a queda de receita do Estado, as três universidades paulistas receberam no primeiro quadrimestre deste ano o menor repasse dos últimos sete anos. (Metrópole a18)

José Roberto de Toledo

Governo de reação – Despreparo não é novidade implantada por Temer. Problema é que fica a impressão de que ninguém negociou com os ministros o que eles fariam (política A6)

Fábio Alves

Dólar nervosinho – A pressão externa, particularmente vinda das decisões do Fed, deve começar a influenciar o câmbio no Brasil com maior peso no curto prazo. (Economia B4)

Notas&Informações

Nova equipe terá de correr – Governo tem poucos dias para avaliar a situação e propor ao Congresso a revisão da meta. (A3)

Desaparelhando o governo – Medidas saneadoras foram recebidas pelos simpatizantes do PT como uma afronta.(A3)

————————————————————————————

Folha de S. Paulo

Manchete : Serra diz que novos acordos bilaterais são prioritários

Em primeiro discurso como chanceler, tucano critica ‘penúria’ do Itamaraty

Em seu primeiro discurso à frente do Itamaraty, o ministro José Serra afirmou que o país deixará de guiar sua diplomacia por interesses “de um governo ou de um partido”, em referência aos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Ele apresentou dez novas diretrizes. A principal é que o Brasil vai priorizar acordos bilaterais em vez do multilateralismo adotado pela gestão Lula em especial — para Serra, o modelo isolou o país. O chanceler fez menção à Argentina como parceiro preferencial na América Latina, país ao qual deve fazer sua primeira viagem como chanceler,no domingo (22). Citou ainda EUA, China, Japão e União Europeia como prioridades da pasta. No discurso, Serra buscou dirimir receios de que terá foco só no comércio exterior. Segundo ele, o Itamaraty será vigilante a violações da “democracia, liberdades e direitos humanos em qualquer país”, em recado claro a países como a Venezuela. O chanceler fez aceno ao corpo diplomático e servidores do órgão ao prometer se esforçar para tirar o Itamaraty do estado de “penúria” . José Serra pediu mais de R$ 800 milhões ao Ministério do Planejamento para sanear a pasta. (Mundo a12)

Análise

Matias Spektor – Chanceler adota mesmo partidarismo que critica (Pág. 13)

Moro condena José Dirceu a 23 anos de prisão por corrupção

O juiz Sergio Moro condenou a 23 anos e três meses de prisão o ex-ministro José Dirceu, acusado de lavagem de dinheiro, corrupção e formação de quadrilha. Para o magistrado, Dirceu recebeu R$ 15 milhões em propina de empreiteira por contratos superfaturados com a Petrobras. A defesa dele nega e vai recorrer. (Poder a11)

Líder na Câmara é suspeito de tentativa de homicídio de vigia

Escolhido por Michel Temer para liderar a sua base na Câmara, o deputado André Moura (PSC-SE) é réu em três ações penais no STF sob acusação de desviar verba pública. Também é investigado por suposta participação em tentativa de homicídio de vigia e em corrupção na Petrobras. Ele nega as acusações. (Poder a5)

Reforma do INSS deve incluir todos, afirma Meirelles

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, considera “má solução” uma reforma da Previdência que vigore apenas para quem ainda não entrou no mercado, sugerindo que mudanças devem incluir trabalhadores já na ativa. Ele também defendeu fixar idade mínima para a aposentadoria. (Mercado a20)

Para evitar críticas, Temer quer divulgar ‘herança maldita’

Michel Temer quer dar esclarecimento público sobre problemas recebidos do governo Dilma, o que aliados chamam de “herança maldita”. Os dados foram encomendados a todos os ministérios. A intenção é mostrar as dificuldades para se proteger de futuras críticas. (Poder a4)

Mulheres recusam, e Marcelo Calero assume a Cultura

Marcelo Calero, hoje secretário municipal de Cultura do Rio, assumirá a Secretaria Nacional de Cultura. O presidente interino, Michel Temer, desistiu de colocar uma mulher na chefia do órgão, após cinco recusarem o convite. Governo estuda vincular o secretaria à Casa Civil. (Poder a8)

Pasquale Cipro Neto

Interino tropeça ao juntar linguagem e tom opostos

Temer sapecou uma mesóclise e também algumas ênclises inusuais, em que tropeçou na concordância. Tentar conciliar o tom informal com a linguagem formal exige a travessia de águas muitas vezes turbulentas. (Cotidiano B2)

Editoriais

Leia “Concessões demais”, sobre líder do governo Temer na Câmara, e “Emergência venezuelana”, acerca do estado de exceção decretado no país. (Opinião a2).

Redação