Jornais do Brasil nessa Sexta Feira 04 de Março
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04 de março de 2016
O Globo
Manchete : Delação de Delcídio põe Dilma no centro da Lava-Jato
Presidente é acusada de interferir na investigação
Delator: Lula mandou comprar silêncio de Cerveró
Planalto ataca vazamento de informações
Em depoimento prestado na negociação para uma delação premiada, o senador Delcídio Amaral (PT), líder do governo até novembro, pôs a presidente Dilma no centro da Lava-Jato ao afirmar que ela atuou para interferir nas investigações. No depoimento, revelado pela revista “IstoÉ”, Delcídio disse que, a pedido de Dilma, negociou o voto de um ministro do STJ para tentar soltar os empresários Marcelo Odebrecht e Otávio Azevedo. Afirmou também que ela sabia das irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, e que o ex-presidente Lula ordenou a tentativa de comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Embora o senador diga que não confirma a reportagem, a revelação deixou o Planalto atônito. A oposição exigiu a renúncia e decidiu incluir as acusações no pedido de impeachment em tramitação. Dilma condenou o vazamento de dados, mas não comentou o conteúdo da delação. (Págs. 3 a 9)
Por unanimidade, Cunha vira réu no Supremo
Ministros aceitam denúncia de corrupção e lavagem de dinheiro, por 10 a 0; próximo passo é julgar afastamento. (Pág. 10)
Brasil a caminho de outra década perdida
Economia teve em 2015 o pior resultado desde o confisco de Collor, em 1990. Analistas preveem novo tombo de 4% este ano e recessão tão profunda como a da década de 1980 (Págs. 21 a 28)
‘Aedes’: União cortou ações de vigilância
Em 2015, em meio à escalada dos casos de zika, o governo federal deixou de aplicar R$ 460 milhões em vigilância em saúde, reduzindo em 23% os gastos destinados para o combate ao Aedes. (Pág. 11)
DIÁRIOS DO ANTROPOCENO
Originário da floresta, vírus mayaro é novo mal que mosquito ameaça levar para áreas urbanas. (Pág. 13)
Colunistas
Merval Pereira – Depoimento é devastador para Dilma e Lula (Pág. 4)
Lauro Jardim – Delação expôs as vísceras da era petista no poder (Pág. 6)
Míriam Leitão – Para o mercado, não há saída com Dilma no poder (Pág. 6)
Jorge Bastos Moreno – Ao não negar delação, Delcídio parece confirmá-la (Pág. 8)
Ricardo Noblat – Lula tudo controlava, mas agora a casa caiu (Pág. 4)
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O Estado de S. Paulo
Manchete : Delcídio acusa Dilma e Lula na Lava Jato e agrava crise política
Senador diz que presidente e ex-presidente se envolveram em tentativas de barrar investigações
Dilma teria acompanhado todo o processo de compra da refinaria de Pasadena
Depoimento é parte de acordo preliminar para delação
Dólar cai e Bolsa sobe
O senador Delcídio Amaral (PT-MS) disse em depoimento à Procuradoria-Geral da República que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula se envolveram diretamente em tratativas para tentar barrar a Lava Jato. Em novembro, Delcídio foi preso, acusado de obstruir a operação. No testemunho de 400 páginas, ele relatou que Dilma acompanhou o processo de compra da refinaria de Pasadena (EUA), investigada sob suspeita de irregularidades. As primeiras revelações do ex- líder do governo são parte de acordo preliminar de delação premiada, revelado pela revista IstoÉ e confirmado pelo Estado. Delcídio afirmou que Lula atuou para evitar a delação de Nestor Cerveró e intermediou pagamentos à família do ex-diretor da Petrobrás em troca do silêncio dele. O ex-presidente, ainda de acordo com o senador, também trabalhou para frear as investigações da CPI do Carf sobre a suposta compra de MPs. Defesa de Delcídio diz não reconhecer “a origem, tampouco a autenticidade dos documentos”. Divulgação do depoimento pode inviabilizar acordo de delação. O noticiário provocou queda do dólar para R$ 3,81. O Ibovespa subiu 5,12%. (Política A4 a A9 e Economia B7)
Análise – Eliane Cantanhêde
O Pedro Collor de Dilma? – Revelações forçam comparação entre este momento e os últimos de Collor (A6)
Planalto critica ‘vazamentos como arma política’
O governo adotou a estratégia de desqualificar Delcídio Amaral com um discurso contrário à “execração pública”. A presidente Dilma Rousseff criticou “vazamentos seletivos e ilegais” usados, segundo ela, como “arma política” e disse que a corrupção não começou na gestão petista. O ministro José Eduardo Cardozo, da AGU, afirmou que Delcídio “não tem credibilidade” e que ameaçava retaliar o governo. (A7)
Oposição reforça pedido de renúncia
A oposição vai acrescentar o conteúdo do depoimento de Delcídio Amaral no pedido de afastamento de Dilma Rousseff. A OAB pode apresentar novo pedido de impeachment (A8)
Supremo, por unanimidade, instala ação contra Cunha
O Supremo Tribunal Federal decidiu tornar réu o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele será o primeiro político a responder a ação penal na Corte por causa da Lava Jato. Os ministros acolheram acusação do procurador- geral da República, Rodrigo Janot, de que o deputado fez pressão para receber US$ 5 milhões em propina referentes a contratos da Petrobrás. Ele responderá por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. (Política A11)
Moro amplia prisão de João Santana
O juiz Sérgio Moro converteu em regime preventivo, sem prazo para terminar, a prisão temporária dos marqueteiros João Santana e sua mulher, Mônica Moura. (Política A10)
PIB recua 3,8%, pior resultado em 25 anos
A economia brasileira teve em 2015 o pior desempenho em 25 anos. Segundo o IBGE, a queda de 3,8% do Produto Interno Bruto ( PIB) foi a maior desde os 4,3% de 1990, ano marcado pelo confisco das poupanças. Economistas projetam retração superior a 3% para este ano. Duas reduções anuais seguidas só foram vistas em 1930 e 1931, quando o mundo enfrentava as consequências da quebra da Bolsa de Nova York. O resultado do ano passado sofreu impacto das quedas de 4% no consumo das famílias, que vinha sustentando o PIB, e de 14,1% nos investimentos. (Economia B1 e B3)
Especialistas cobram revisão de dados criminais (Metrópole A18)
Análises
Celso Ming
Marcha à ré – O governo continua dizendo que o tombo é consequência da crise externa. Esse desastre é obra nossa (B2)
José Paulo Kupfer
Economia em letargia – Dificilmente a dose amarga não será repetida, mesmo com contribuição mitigadora do setor externo (B3)
The Economist
Ecos da derrota de Evo – O revés do presidente boliviano deve repercutir em toda a América do Sul. Acabaram-se os dias em que era fácil conquistar popularidade. (Visão Global A13)
Notas&Informações
O homem que sabe demais – Revelações de Delcídio Amaral tornam insustentável a permanência de Dilma Rousseff no cargo (A3)
O PIB da sucata – A economia brasileira está virando sucata, com seu potencial encolhendo por falta de investimento (A3)
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Folha de S. Paulo
Manchete : Ex-líder do governo liga Dilma e Lula à Lava Jato, e oposição pede renúncia
Delcídio diz que ambos atuaram para obstruir a Justiça; eles negam e presidente critica vazamento como ‘arma política’
Em seu acordo de delação premiada, o senador e ex-líder do governo Delcídio do Amaral (PT-MS) afirmou que a presidente Dilma Rousseff e o antecessor Lula atuaram para tentar obstruir a Operação Lava Jato, que apura desvios na Petrobras. Trechos do documento foram publicados nesta quinta (3) pela revista “IstoÉ” e confirmados à Folha por pessoas próximas à investigação. O acordo com procuradores ainda precisa ser homologado pelo ministro do Supremo Teori Zavascki. Segundo Delcídio, Dilma tentou interferir três vezes na operação com ajuda de José Eduardo Cardozo, então ministro da Justiça. Numa delas, teria nomeado um ministro ao Superior Tribunal de Justiça com a missão de evitar punições a empreiteiros. O senador disse ainda que intermediou, a pedido de Lula, propina ao ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró para tentar evitar sua delação. Delcídio afirma também que o ex-presidente pagou pelo silêncio de Marcos Valério, um dos pivôs do mensalão. Após a revelação do acordo, a oposição pediu a renúncia de Dilma. Em reação, a Bolsa subiu (5,1%) e o dólar caiu para R$ 3,80 (2,1%). Para advogados e juristas, o vazamento da delação, que deveria ser sigilosa, não é suficiente para invalidá-la. A presidente negou as acusações e disse repudiar “o uso abusivo de vazamentos como arma política”. O ex-presidente Lula e José Eduardo Cardozo, atual advogado-geral da União, também negaram qualquer irregularidade. (Poder a4 a a9)
PIB cai 3,8%, pior resultado desde 1990
O PIB (Produto Interno Bruto),medida da renda de bens e serviços produzidos no país, teve uma queda de 3,8% em 2015, na comparação com o ano anterior, para R$ 5,904 trilhões. É o pior resultado desde 1990, época do Plano Collor, quando o indicador, então apurado com uma metodologia diferente, caiu 4,35%. A renda média por habitante, de R$ 28.876 anuais ao fim de 2015 (R$ 2.406 por mês), é 4,6% inferior a 2014, considerada a inflação. A combinação do atual momento político com desemprego e inflação em alta e incerteza de empresários e consumidores deve reforçar a retração da economia nos próximos meses. (Mercado a17)
Moro decreta a prisão preventiva de João Santana
O juiz Sergio Moro decretou a prisão preventiva (sem tempo determinado) do publicitário João Santana, responsável por três campanhas presidenciais do PT, e da mulher, Mônica Moura. Eles foram detidos no mês passado pela Lava Jato, sob acusação de receber dinheiro de corrupção na Petrobras. Os dois negam. (Poder a13)
Sistema falha, e contribuinte tem que baixar nova versão do IR (Mercado A28)
Disparam em SP mortes que balanços não contabilizam
A polícia de SP registrou 60.050 óbitos com a classificação “morte suspeita” entre 2012 e 2015. São ocorrências em que não se define o motivo da morte e que não são inseridas nos balanços. Só em 2015, foram 18.620, ante 3.757 homicídios. A gestão Alckmin ( PSDB) diz rever os dados quando os casos são esclarecidos. (Cotidiano B1)
Casos de dengue disparam na região olímpica no Rio (Esporte B7)
Colunistas
Mônica Bergamo – Com receio de se tornar alvo, PSDB atacará senador (Ilustrada C2)
Hélio Schwartsman – Estrago já está feito, e Planalto tende a tornar-se ruínas (Opinião A2)
Reinaldo Azevedo – PT transformou o assalto ao Estado em teoria do poder (Poder A13)
Carlos E. Lins da Silva – Presidente interferir em apuração pode ser pior que acusação (Poder A11)
Editoriais
Leia “Isolada e à deriva”, sobre agravamento da crise política, e “A caminho dos mercados”, acerca de negociação do governo argentino com credores. (Opinião A2).
Redação