Jornais do Brasil nessa Terça Feira 19 de Abril
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19 de abril de 2016
O Globo
Manchete : Senado e STF farão roteiro conjunto para impeachment
Processo contra Dilma é entregue a Renan e será lido hoje por senadores
Votação que decidirá destino da presidente está prevista para ocorrer dia 11 ou 12 de maio; aliado do vice Michel Temer diz que, até lá, peemedebista já terá formado seu Ministério
Depois de aprovado na Câmara, o processo de impeachment da presidente Dilma chegou ontem ao Senado, que hoje fará a leitura do relatório. Os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e do STF, Ricardo Lewandowski, decidiram fazer um roteiro conjunto para o julgamento. O trabalho da comissão especial de senadores que analisará o caso deve começar na próxima segunda-feira, e a votação que poderá afastar Dilma está prevista para 11 ou 12 de maio. O vice-presidente Michel Temer, que assumirá a Presidência caso a petista seja afastada, já monta seu governo e, segundo o aliado Moreira Franco, estará com tudo decidido em maio. (Págs. 3 e 4)
Presidente se diz injustiçada e volta a falar em golpe
Na sua primeira aparição pública após a aprovação do impeachment pela Câmara, a presidente Dilma disse se sentir injustiçada e afirmou que o processo, referendado duas vezes pelo STF, é um “golpe de Estado”. Abatida, Dilma disse ser “estarrecedora” a atuação do vice Michel Temer, que chamou de traidor, e afirmou que está apenas no começo da luta. Também atacou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e voltou a dizer que não há contra ela acusação de desvio de dinheiro público. Para a oposição, ela não convenceu. (Pág. 6)
Na Câmara, já são 100 contra Eduardo Cunha
Réu na Lava-Jato e investigado no Conselho de Ética, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ouviu ao menos 39 deputados usarem o microfone, domingo, para pedir sua saída. Já chega a 100 o número de deputados contra ele. (Pág. 8)
Após votação, governo fica sem 6 ministros (Pág. 7)
Na mira da TV
Papagaios do impeachment – Postados na mira das câmeras, os “papagaios de pirata” do impeachment são dois deputados suplentes e quatro investigados. (Pág. 9)
Homenagem e cadeia – Elogiado pela mulher, deputada que votou pró-impeachment, prefeito foi preso pela PF. (Pág. 9)
Procurador: Lava-Jato seguirá em qualquer governo
Ex-diretor da Petrobras, Cerveró reafirma que Renan Calheiros recebeu US$ 6 milhões de propina
O procurador Deltan Dallagnol, um dos coordenadores da Lava- Jato, afirmou que o Ministério Público é uma instituição de Estado e que as investigações seguirão “independentemente de quem estiver no governo”. “A Lava-Jato é um caso de polícia, e não de política”, disse ele. Em Curitiba, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró reafirmou, no primeiro depoimento de sua delação, que o presidente do Senado, Renan Calheiros, recebeu US$ 6 milhões de propina referente a um contrato de afretamento de navio-sonda pela estatal. Laudo da PF mostra que uma conta pela qual a Andrade Gutierrez fez pagamentos suspeitos foi usada para repassar R$ 3,6 milhões à empresa e ao instituto do ex-presidente Lula. (Pág. 12)
Em crise, governo estadual planeja privatizar a Cedae em 2017 (Pág. 14)
Justiça dá 24h para Rio pagar a aposentados (Pág. 15)
Anatel adia limite de banda larga (Pág. 27)
Editorial
‘Temer precisará blindar a Polícia Federal’ (Pág 20)
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O Estado de S. Paulo
Manchete : Temer quer superministros na infraestrutura e área social
Vice também busca nome forte para a Fazenda; nova estrutura de ministérios deve ser mais enxuta
O vice Michel Temer definiu três eixos principais para seu eventual governo: economia, infraestrutura e área social. O plano é criar três super-ministérios para enxugar o tamanho da Esplanada e impulsionar transição que tenha como prioridades a retomada do crescimento e a estabilidade política. O vice está sob pressão do mercado para ajustar as contas, mas o meio político receia corte de despesas em ano eleitoral. Para assessores, só após definir estratégia na economia ele conseguirá atrair apoio na sociedade e formar um ministério de “notáveis” que ajude a aliviar pressões sobre o TSE pela cassação de sua chapa com Dilma Rousseff. Armínio Fraga e Henrique Meirelles são cotados para a Fazenda. Já José Serra é cogitado para Infraestrutura, mas também lembrado para Fazenda,Saúde e Itamaraty. Na área social, ainda sem nomes,a ideia é concentrar políticas públicas sob o mesmo guarda-chuva. (Política/ pág. A4)
Dilma se diz injustiçada e afirma que luta só começou
A presidente Dilma Rousseff disse que, “ao contrário do que muitos anunciaram, não começou o fim” e está no “início da luta que será longa”. Ressaltou que se sente “triste” e “injustiçada” e atacou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o vice Michel Temer, a quem voltou a chamar de “traidor”. “Não há contra mim acusação de enriquecimento ilícito,não tenho conta no exterior.” Ela afirmou“não estar avaliando agora” projeto para antecipar eleições, mas disse que toda alternativa legal pode ser tratada. “De certa forma, estou tendo meus sonhos torturados. Agora, não vão matar minha esperança.” (Pág.A7)
Empreiteira fez depósitos de R$ 3,6 mi para Lula, aponta PF
Laudo da Polícia Federal com base na quebra de sigilo fiscal da empreiteira Andrade Gutierrez destaca o pagamento de R$ 3,6 milhões para o ex-presidente Lula entre 2011 e 2014. São valores que “transitaram” por uma conta chamada “overhead”, o mesmo percurso do dinheiro que abasteceu empresas investigadas na Operação Lava Jato. O Instituto Lula afirmou que os pagamentos foram referentes a palestras do ex-presidente. (Política/pág. A14)
Cerveró diz à Lava Jato que Renan recebeu propina de US$6 mi
O ex-diretor da Petrobrás e delator da Lava Jato Nestor Cerveró disse ontem durante depoimento ao juiz Sérgio Moro que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),recebeu propina de US$ 6 milhões por meio do lobista Jorge Luz num contrato de afreta-mento do navio-sonda Petrobrás 10.000. A propina teria sido repassada na época da contratação do navio-sonda, em 2006. A assessoria de Renan Calheiros não respondeu. (Pág. A13)
STF confirma delação de assessor de Delcídio Amaral
O ministro Teori Zavascki, do STF, homologou delação de Diogo Ferreira, ex-assessor de Delcídio Amaral (sem partido-MS), à Procuradoria-Geral da República. Ferreira confirmou declarações do senador, inclusive a tentativa do Planalto de intervir na Lava Jato. (Pág. A15)
Angolanas buscam refúgio em SP
Cerca de 600 angolanas já chegaram a São Paulo este ano e fizeram a Prefeitura abrir dois abrigos emergenciais. As mulheres alegam perseguição política e religiosa. (Metrópole/pág. A19)
Abuso de droga contra H1N1 preocupa governo. Metrópole/pág.21)
Anatel defende fim de internet ilimitada. (Metrópole/pág.B16)
Renan vai definir rito com Supremo
Após receber de Eduardo Cunha autorização para o impeachment de Dilma Rousseff, o presidente do Senado, Renan Calheiros, se reuniu com o presidente do STF, Ricardo Lewandowski. Eles vão definir o rito a ser seguido na análise do processo no Senado. Renan disse que vai manter postura de ‘isenção’ e que ‘seguirá todos os prazos’. (Pág. A10)
Eliane Cantanhêde
A presidente deveria ter assumido um tom mais compatível com o momento. Para ficar no mais do mesmo, era preferível que tivesse ficado calada. (Pág. A6)
Dora Kramer
Dilma Rousseff se despiu do figurino da militante aguerrida e adotou a veste da estadista moderadamente indignada e convicta de que o jogo não terminou. (PÁG. A7)
José Paulo Kupfer
Desafio da confiança
O maior complicador para a retomada é que o tempo mais curto da política não encaixa no prazo mais longo da economia. (Economia/pág. B5)
Arnaldo Jabor
Dia D de Dilma
Declaro de peito aberto o que penso da vida e o que fiz para proteger meu Brasil brasileiro. Querem me impichar, dar um golpe. Será que conseguiram? (Caderno 2 / pág. C8)
Notas & Iinformações
Uma corrida contra o tempo
Cabe ao Senado amenizar os sofrimentos dos brasileiros, abreviando o rito do impeachment. (Pág. A3)
O grande derrotado
Lula tentou comprar a salvação de Dilma oferecendo cargos e verbas a deputados. (PÁG.A3)
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Folha de S. Paulo
Manchete : Dilma compara impeachment a tortura e indica que vai ao STF
Um dia após Câmara autorizar impeachment, presidente chama Michel Temer de traidor e conspirador
Em sua primeira declaração pública desde que a Câmara dos Deputados autorizou seu processo de impeachment, a presidente Dilma Rousseff (PT) comparou a decisão à tortura na ditadura militar e afirmou ter iniciado longa luta pelo mandato. “Estou tendo meus sonhos e direitos torturados, mas não mataram em mim a esperança, porque sei que a democracia é sempre o lado bom da história”, disse, abatida e com a voz embargada. Para tentar barrar a tramitação, sinalizou estratégia de questionar no Supremo Tribunal Federal do mérito da denúncia de fraude no Orçamento da União. Em seu pronunciamento, Dilma acusou o vice, Michel Temer (PMDB), de traição e conspiração. Ela será afastada Presidência por até 180 dias caso a maioria simples dos 81 senadores decida instaurar o processo na Casa. A avaliação do grupo próximo ao peemedebista é que, a partir de agora, o governo insistirá, cada vez mais, no discurso de vitimização da presidente e que Temer não deve deixar de dar respostas a essa ofensiva. (Poder a4 e a5)
Afastamento deve ser votado até 11 de maio, diz Renan
Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, recebeu nesta segunda (18) de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, o processo de impeachment de Dilma Rousseff. O senador indicou que deve ser instalada na próxima semana a comissão de análise do pedido. A votação deve ocorrer até 11 de maio. (Poder a6)
PF prende marido de deputada que foi elogiado em voto na Câmara (Poder A7)
Anatel afirma que a era da internet ilimitada acabou
O presidente da Anatel (agência reguladora do setor de telefonia), João Resende, afirmou que se reduziu o espaço para que as operadoras de banda larga fixa ofereçam serviços sem limitação, “porque a rede não suporta”. O segmento deverá migrar para o modelo de franquias, como o da internet móvel, em que o usuário contrata volume de dados e velocidade de conexão.(Mercado a20)
Painel
Armínio Fraga avisa Temer que não vai assumir pasta da Fazenda
No dia seguinte à votação na Câmara, o vice Michel Temer jantou com Aécio Neves e Armínio Fraga e ouviu que o economista não assumirá o Ministério da Fazenda, mas está disposto a auxiliar, de fora, seu eventual governo. O PSDB adotará o mesmo princípio: ajuda no que for preciso, mas sem cargos. Se algum tucano participar da administração o fará na cota pessoal de Temer. (Poder a4)
Benjamin Steinbruch
Temer não poderá adotar austeridade sem fazer reformas
Seremos todos perdedores se o eventual governo sucumbir à ideia de que a correção de rumos da economia pode se dar só com austeridade. Sem controle de gastos é impossível reduzir a carga tributária e pensar em prosperidade. Mas será um grave erro se forem ignoradas as reformas tributária, trabalhista, previdenciária e política. (Mercado a20)
Editoriais
Leia “Ação imediata”, a respeito do conjunto de medidas que um eventual governo Temer precisará adotar a fim de deter a grave crise econômica. (Opinião A2).
Redação