Jornais do Brasil nesse Domingo 01 de Maio
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01 de maio de 2016
O Globo
Manchete: Programas sociais têm cortes de até 87% com Dilma
Às vésperas da votação do impeachment, presidente reajusta Bolsa Família
Aumento, que terá impacto de R$ 1 bilhão ao ano, será anunciado hoje. No entanto, pelo menos dez projetos reduziram recursos desde 2015, entre eles o Minha Casa Minha Vida, que perdeu R$ 20 bilhões
Apesar de dizer que seu afastamento é ameaça à continuidade de programas sociais, a presidente Dilma Rousseff já vem promovendo cortes drásticos em ao menos dez iniciativas na área, devido à retração da economia e ao ajuste fiscal, relatam RENATA MARIZ e CRISTIANE JUNGBLUT. Uma comparação entre os orçamentos de 2015 e o deste ano mostra reduções de verbas de até 87%, como na construção de creches, que perdeu R$ 3,7 bilhões. O Minha Casa Minha Vida, ao qual haviam sido destinados R$ 27 bilhões ano passado, agora tem dotação de R$ 7 bilhões. Nem o Bolsa Família escapou: seu orçamento foi de R$ 30,4 bilhões para R$ 28,7 bilhões. Apesar dos cortes, e às vésperas da votação do impeachment, Dilma anuncia hoje, 1º de maio, reajuste no Bolsa Família, com impacto de R$ 1 bilhão ao ano. (Pág. 3)
‘Planaltinho’ marcou agonia de Collor
À espera do desenlace de seu impeachment, ex-presidente despachava em biblioteca, conta MARIA LIMA. (Pág. 6)
Temer reativa velha-guarda do PMDB
“Aposentados” da política eleitoral, Moreira, Padilha e Geddel formam núcleo duro de Michel Temer. (Pág. 12)
Auxiliares já arrumam as gavetas
Com o afastamento iminente de Dilma, Jaques Wagner já pensa em assumir cargo público na Bahia; Edinho Silva planeja disputar prefeitura em São Paulo. (Pág. 7)
Encalha um sonho de gigante
Planejada pelo governo em 2011 como um projeto para incentivar a indústria e gerar empregos, a reativação do setor naval teve fôlego curto. Nos 36 estaleiros em funcionamento hoje no Brasil, não há encomendas novas. No auge dos investimentos, o setor estimou que empregaria 100 mil trabalhadores. Mas, hoje, são só 37 mil. Os estaleiros que não fecharam as portas tentam se dedicar a outras atividades, como o reparo de embarcações. O setor sentiu o golpe da crise na Petrobras e do escândalo da Lava-Jato. O pedido de recuperação judicial da Sete Brasil, empresa criada para intermediar a construção de sondas do pré-sal, agrava a situação. No Rio, principal polo do país, a arrecadação com ICMS da indústria naval despencou 44%. (Págs. 31 e 32)
Merval Pereira
Os motivos da queda na qualidade parlamentar do país. (Pág. 4)
Elio Gaspari
Mariz de Oliveira disse o que pensa, algo em falta na política. (Pág. 9)
Lauro Jardim
Temer estenderá a mão a Lula e ao PT assim que assumir. (Pág. 2)
Ancelmo Gois
No DNA do programa Bolsa Família está o PMDB. (Pág. 17)
Míriam Leitão
País está desgovernado, tendo dois governos ao mesmo tempo. (Pág. 32)
Obras são alteradas por prazos e custos
Nove entre dez obras olímpicas analisadas pelo GLOBO tiveram seus projetos alterados para que ficassem prontas dentro do prazo ou do orçamento, revelam RENAN FRANÇA e SELMA SCHMIDT. O Centro de Tênis, por exemplo, terá apenas um quarto de sua arena coberta. (Págs. 14 e 15)
As confissões de Eduardo Paes
Em conversa com JORGE BASTOS MORENO, Eduardo Paes admite que ciclovia deveria ter sido fechada por causa da ressaca e diz que ficou surpreso com apatia de Dilma. (Pág. 13)
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O Estado de S. Paulo
Manchete : Atrasos de salário afetam 1,5 milhão de servidores
Onze Estados tiveram de parcelar ou escalonar pagamentos por causa de dívidas e queda de arrecadação
Sem dinheiro em caixa e com contas crescentes,Estados têm deixado de pagar em dia o salário de funcionários públicos. Levantamento do Estado em sindicatos e associações de servidores mostra que 11 unidades da Federação atrasaram, parcelaram ou escalonaram a folha de pagamento desde o início da gestão. O problema já compromete a vida de 1,5 milhão de trabalhadores e a expectativa é de que, nos próximos meses,a lista cresça. Mesmo quem ainda não foi atingido pelos atrasos tem prejuízo. Alguns Estados congelaram salários e benefícios. A deterioração das contas estaduais teve origem na forte queda da arrecadação,sobretudo de ICMS,e no aumento do endividamento. Os casos mais dramáticos são Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. (Economia /Págs. B1 e B3)
Reformas de Michel Temer vão esperar ‘clima’ político
Um eventual governo de Michel Temer deve propor reformas previdenciária e trabalhista somente depois que for criado um ambiente político em que elas tenham chance de aprovação. Temer tem trabalhado para consolidar uma base sindical que lhe dê apoio, dialogado com empresários, com o Supremo Tribunal Federal, com o Congresso e até com o PT. (Política/Pág. A4)
1° de Maio
A presidente Dilma Rousseff participa hoje, em São Paulo, da comemoração do Dia do Trabalho da CUT. Ao lado do ex-presidente Lula, Dilma vai insistir na tese de que o impeachment é “golpe”. (Pág.A4)
Arquivos inéditos detalham tortura no regime militar
Métodos para prolongar o sofrimento, monitoramento da resistência do torturado e até jacaré em celas. Documentos inéditos do Comitê Internacional
da Cruz Vermelha revelam em detalhes sessões de tortura promovidas pelo regime militar de 1965 a 1975, informa Jamil Chade. (Política/Pág. A13)
Escola Fernão Dias volta a ser ocupada
Cerca de 80 jovens invadiram novamente na madrugada de ontem o colégio estadual em Pinheiros que virou símbolo das ocupações feitas entre novembro e janeiro. (Metrópole/Pág. A23)
Coluna do Estadão
A Petrobrás deu R$ 370 milhões a três escritórios de advocacia e um grupo de notáveis por auditoria ineficaz na empresa. O valor é 61% maior que os R$ 230 milhões obtidos em delações premiadas. (Pág. A4)
As responsabilidades políticas :: Fernando Henrique
Houve “crime” de responsabilidade no fato de a presidente ter utilizado os bancos públicos para mascarar a verdadeira situação fiscal da República. (Espaço Aberto/Pág. A2)
O tamanho do desafio :: Affonso Cekso Pastore
Expectativa é de que as oposições se unam em torno de soluções e se lembrem de que políticos pagarão custo alto caso não aceitem esse desafio. (Economia/Pág.B5)
Notas & Iinformações
Esgares de intolerância
Com sabotagem da administração pública, Dilma e os petistas pretendem registrar seu protesto. (Pág. A3)
Funcionalismo inchado e caro
Em 2015, o peso das despesas com o pagamento dos servidores públicos federais foi o maior em 17 anos. (Pág. A3)
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Folha de S. Paulo
Manchete: Temer deve ter base capaz de alterar a Constituição
Negociação de cargos e verbas por apoio a eventual governo, porém, já causa atritos
Caso Dilma Rousseff (PT) seja afastada da Presidência, o vice, Michel Temer (PMDB), deve assumir com apoio suficiente para aprovar até mudanças na Constituição. Na Câmara, a perspectiva éadeque sua base reúna ao menos 367 dos 513 deputados. Emendas constitucionais precisam de 308 votos. Compõem a eventual base de Temer o PMDB, a maior sigla da Câmara, partidos hoje de oposição e o “centrão”, formado principalmente por PP, PR, PTB, PSD e PRB. As legendas rivais, com o PT à frente, têm 96 deputados. O cenário do Senado depende da votação do afastamento, prevista para o dia 11. Temer já enfrenta, porém, obstáculos. O maior deles é a composição do governo, com oferta de cargos e verbas federais. O vice precisou reduzir a meta de corte de pastas para acolher aliados. Maioria na Câmara,deputados do “baixo clero” criticam negociações só com líderes e presidentes de siglas. Sob a tese de que o impeachment é golpe, legendas de esquerda prometem oposição aguerrida. O PT passou a impedir votações. Some-se a isso a situação do aliado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que comanda a Câmara mesmo sendo réu no STF, sob a acusação de elo como petrolão. (Poder A4)
Fim de feira
O ocaso do governo Dilma instaurou um clima de final de expediente em Brasília. Considerando seu provável afastamento pelo Senado, a presidente já levou a papelada do Palácio do Planalto para o Alvorada, onde mora. Servidores comissionados por livre nomeação devem ser remanejados para locais com gestão do PT. (Poder A11)
Gasto público ineficiente freia Brasil, diz estudo
Pesquisa feita pelo banco Credit Suisse aponta gastos do governo brasileiro acima da média de países emergentes, mas o investimento é ineficiente, o que prejudica o crescimento. O desempenho é pior em áreas como educação e saúde. (Mercado A19)
Henrique Meirelles
Para retomada, país precisa aproveitar a conjuntura mundial
A economia mundial avança em ritmo moderado, com EUA, Reino Unido e Alemanha fortes, China instável e Japão com dificuldades. O Brasil deve aproveitar as oportunidades da conjuntura internacional para apoiar a retomada econômica. (Opinião A2).
Redação