Jornais do Brasil nesse Sábado 10 de Dezembro
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10 de dezembro de 2016
O Globo
Manchete : Delatores citam Temer, Renan, Maia, Padilha, Moreira, Alckmin, Serra…
E mais: Jucá, Eunício, Palocci, Kátia Abreu, Geddel, Agripino, Cunha, Jaques Wagner, Marco Maia, Ciro Nogueira, Gim Argelo
Ex-executivos da maior empreiteira do país começam a ser ouvidos pela Lava-Jato e relatam doações legais e ilegais para integrantes das cúpulas do governo e do PMDB, além de tucanos, petistas e partidos aliados do Planalto
Em delação para a Lava-Jato, o ex-diretor da Odebrecht Claudio Melo Filho citou o presidente Temer e integrantes das cúpulas do governo e do PMDB como beneficiários de doações, legais ou via caixa dois, em troca de apoio a interesses privados da empreiteira, segundo o “Jornal Nacional” da TV Globo. Melo afirmou que, em 2014, Temer pediu a Marcelo Odebrecht ajuda para campanhas e que o então presidente da empresa deu R$ 10 milhões para Skaf em SP e para Eliseu Padilha, hoje ministro. Parte do dinheiro teria sido entregue no escritório de José Yunes, amigo e assessor de Temer. Em nota, o presidente repudiou “com veemência as falsas acusações” e disse que as doações foram legais. Segundo o delator, foram repassados R$ 22 milhões ao senador Romero Jucá. Também foram citados os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Rodrigo Maia, e petistas como Jaques Wagner. Executivos da Odebrecht delataram ainda caixa dois para campanhas do governador Alckmin e do hoje ministro Serra, do PSDB. Os acusados negam irregularidades. (Págs. 3 a 5)
Lula e filho são denunciados na Zelotes
O ex-presidente Lula e seu filho Luiz Cláudio Lula da Silva foram denunciados pelo Ministério Público Federal por tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Investigados na Operação Zelotes, eles teriam se envolvido em negociações irregulares na compra de 36 caças suecos pelo governo brasileiro. Advogados de Lula e seu filho disseram que a denúncia é midiática e que o ex-presidente não interferiu no processo de compra dos caças. (Pág. 6)
Maracanã – Reta final
O governo estadual criou comissão para, em até dez dias, dar aval aos candidatos a comprar da Odebrecht a concessão do estádio. (Pág. 38)
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O Estado de S. Paulo
Manchete : Delator da Odebrecht cita Temer e cúpula do PMDB
Segundo ex-diretor, presidente pediu R$ 10 milhões e parte do dinheiro foi paga em escritório de seu amigo
O ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho disse que o presidente Michel Temer pediu a Marcelo Odebrecht “apoio financeiro” para as campanhas do PMDB em 2014 e o dono da empreiteira se comprometeu em pagar R$ 10 milhões. Segundo anexo de 82 páginas entregue ao Ministério Público Federal durante tratativas para acordo de delação premiada, uma das entregas de dinheiro foi feita no escritório de advocacia de José Yunes, assessor da Presidência. O delator cita ainda o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), o secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos do governo, Moreira Franco, e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), além de outros parlamentares. Melo precisará confirmar as informações em depoimento formal, que será encaminhado para homologação do ministro do STF Teori Zavascki. (Política A4 e A5)
Campanha de Dilma pagou R$ 2 mi de despesas do vice
O presidente Michel Temer teve despesas de transporte aéreo pagas pela campanha de Dilma Rousseff em 2014. Notas fiscais foram anexadas à prestação de contas enviada ao TSE, que julgará se a chapa reeleita foi beneficiada com recursos desviados da Petrobrás. Em abril, a defesa de Temer adotou estratégia de tentar separar as contas para evitar eventual condenação. (A4)
‘Marco Aurélio acabará entrando na história pela porta dos fundos’
Entrevista – Renan Calheiros, presidente do Senado
O presidente do Senado, Renan Calheiros, disse a Luiz Maklouf Carvalho que, “com decisões atrapalhadas”, o ministro do STF Marco Aurélio Mello “acabará entrando para a história pela porta dos fundos”. Uma delas, em sua opinião, foi a que o mandou se afastar do comando do Senado. Renan citou lei que elevou de 70 para 75 anos idade de aposentadoria no STF. “Minha proposta era de que houvesse nova sabatina no Senado, mas ele se revoltou e acabei retirando. Errei. Marco Aurélio precisava de nova sabatina.” (Política A10)
Lula e filho são denunciados na Zelotes por ajudar lobistas
O Ministério Público Federal denunciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu filho caçula, Luís Cláudio, por lavagem de dinheiro e organização criminosa. Eles são acusados de receber R$ 2,5 milhões de lobistas para influenciar na prorrogação de incentivos fiscais a montadoras e na compra de caças suecos. (Política A12)
Inflação é a menor para novembro desde 1998 (Economia B1)
Artigos e Colunas
Roberto Romano
O realismo político à custa da cidadania sempre termina em tragédia. Ou comédia. (Espaço Aberto A2)
João Domingos
O STF, guardião da última esperança dos desesperançados, foi julgado pela sociedade. (Política A6)
Notas&Informações
Em defesa do interesse nacional – Supremo impediu que se agravasse um confronto (A3)
Sem peso no mercado global – Brasil continua incapaz de avançar para o pelotão dos maiores exportadores e importadores (A3)
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Folha de S. Paulo
Manchete : Odebrecht diz ter pago caixa 2 em empresa de amigo de Temer
Ex-executivo cita em delação cúpula do PMDB e chefe da Câmara; todos negam as acusações
Ex-executivo da Odebrecht disse em delação premiada, ainda não homologada pela Justiça, que parte do caixa 2 ao PMDB em 2014 foi entregue em dinheiro vivo no escritório de José Yunes, amigo e assessor de Michel Temer. O ex-vice de Relações Institucionais Cláudio Melo Filho disse que, além de Temer, outros caciques do PMDB (Renan Calheiros, Moreira Franco, Eduardo Cunha, Eunício Oliveira e Romero Jucá) receberam da empreiteira. Melo Filho citou à Lava Jato mais de 20 políticos, entre os quais Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara. O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, seria um dos operadores de recursos para Temer. Ele nega. Segundo Melo Filho, foram pagos R$ 10 milhões ao PMDB após solicitação de Temer a Marcelo Odebrecht, herdeiro da empresa. A Presidência confirmou o encontro, mas disse que foram pedidos apenas recursos legais. Temer repudiou “as falsas acusações” de Melo Filho. Os demais citados negam o recebimento de verbas ilícitas. À delação do ex-executivo da Odebrecht ainda deverão ser acrescentadas provas e depoimentos. (Poder A4 e A5)
Inflação cede e abre caminho para redução maior dos juros
A inflação atingiu 0,18% em novembro, desacelerando em relação a outubro (0,26%), segundo o IBGE. No acumulado de 2016, a inflação está em 5,97%, acima do centro da meta de 4,5% do governo. O resultado surpreendeu o mercado e abriu caminho para redução mais forte da taxa básica de juros, hoje em 13,75% ao ano, pelo Banco Central em 2017. (Mercado A20)
MPF denuncia Lula, que pode se tornar réu pela quarta vez
O Ministério Público Federal no DF denunciou o ex-presidente Lula, seu filho Luiz Cláudio e mais duas pessoas sob acusação de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Eles teriam participado de negociações para compra de caças e prorrogação de incentivos a montadoras. A defesa nega atuação deles nos casos. Lula será réu pela quarta vez em uma ação penal se a denúncia for aceita. (Poder A5)
Empreiteira diz ter dado R$ 300 mil a senador do PT
A Odebrecht relatou no acordo de delação com a Lava Jato que o senador Jorge Viana (PT-AC) recebeu, em 2014, R$ 300 mil em espécie da empreiteira. Atual vice-presidente do Senado, Viana disse que não pediu ou recebeu recursos ilegais. (Poder A6)
Campo de golfe causa bloqueio dos bens de Paes, prefeito do Rio (Poder A9)
Leandro Colon
Presidente chega ao fim do ano cambaleando (Opinião A2)
Demétrio Magnoli
Caso Renan-STF celebra república dos privilégios
O caso Renan ilustra exemplarmente os mecanismos da conciliação por cima, em meio ao fogo quente da crise. O enredo envolvendo STF e Senado desenrolou-se em quatro atos farsescos, até um pacto final que celebra a república dos privilégios. (Poder A8)
Editoriais
Leia “Medidas duvidosas”, acerca de panorama ruim da economia, e “Conflitos de Trump”, sobre negócios do presidente eleito nos EUA. (Opinião A2).
Redação