Jornais do Brasil nesse Sábado 16 de abril
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16 de abril de 2016
O Globo
Manchete: Planalto faz ofensiva, mas oposição mantém vantagem
Em vídeo, Dilma acusa adversários de planejar acabar com Bolsa Família
Presidente desistiu de falar em rede de rádio e TV por temer ação da Justiça; vice-presidente da Câmara e aliado de Eduardo Cunha, Waldir Maranhão muda voto, é levado ao Planalto, grava vídeo em apoio à presidente e é punido por seu partido, o PP
Uma ofensiva do Planalto, a dois dias da votação do impeachment, tentou estancar a debandada de aliados em favor da saída da presidente Dilma. Governadores do Norte e do Nordeste alinhados com o Planalto pressionaram deputados para tentar reverter votos, ameaçando, inclusive, retirar aliados deles de cargos nos estados. Levantamento feito pelo GLOBO, porém, mostra que a oposição ganhou duas adesões em relação a anteontem, alcançando 344 votos pelo impeachment, enquanto o governo ganhou quatro votos (chegando a 122). Em vídeo para ser divulgado na internet, depois de desistir falar em rede nacional de TV, Dilma ressuscitou estratégia da campanha eleitoral, conta JORGE BASTOS MORENO: afirmou que seus adversários querem acabar com programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida. (Págs. 3 e 4)
Temer aclamado em jantar
Cercado por deputados pró-impeachment, o vice Michel Temer foi aclamado como virtual presidente da República. (Pág. 4)
Na Câmara, 72 horas sem sair do ar
A maratona do impeachment começou ontem e levou a Câmara a manter sessões ininterruptas de discussão, com apenas pequenos intervalos, até amanhã. Servidores se prepararam para dormir na Casa. Deputados fizeram fila cedo para falar na sessão, que começou às 8h55m. (Pág. 8)
Propina em obra indicada por Lula
Ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo disse que pagou propina ao ex-tesoureiro João Vaccari por obra ganha com ajuda do ex-presidente Lula. A empreiteira teria vencido a disputa pela obra, na Venezuela, após pedido de Lula ao ex-presidente Chávez. (Pág. 11)
Aposentados vão à Justiça por pagamento
Em meio à crise no Rio, secretário de Fazenda tira dez dias de folga por orientação médica
A Defensoria Pública foi à Justiça pedir o arresto de R$ 1 bilhão dos cofres do estado para pagar a aposentados e pensionistas que ficaram sem salários este mês. Em meio à grave crise financeira, o secretário de Fazenda, Julio Bueno, que ontem anunciou folgas de dez dias por recomendação médica, diz que a situação deve piorar em 2017 quando o déficit de caixa, previsto este ano em R$ 18 bilhões, poderá chegar a R$ 22 bilhões. A ruína das finanças, além de ameaçar a folha de pagamento, já atinge áreas essenciais como saúde e educação. (Págs. 14 e 15)
Empresário ligado a Pimentel é preso
Ligado ao governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), o empresário Benedito Rodrigues Neto, o Bené, foi preso ontem pela PF. Ele é acusado de cobrar propina para intermediar financiamentos públicos. (Pág. 10)
Merval Pereira
Lewandowski abriu espaço para novas contestações. (Pág. 4)
Jorge Bastos Moreno
Visita de Dilma ao MST joga por terra discurso pelo pacto. (Pág. 3)
Míriam Leitão
Procurador nega mudança de entendimento do TCU. (Pág. 24)
Ancelmo Gois
Grupo anti-PT propõe boicote a Caetano e Gil em Miami. (Pág. 16)
Patrícia Kogut
Telespectador foi fisgado pela política, campeã de audiência na TV. (Pág. 8)
Luiz Antônio Novaes
O maior obstáculo a qualquer cálculo político ainda é a Lava-Jato. (Pág. 2)
Ana Maria Machado
O Brasil está diante de uma escolha de Sofia. (Pág. 20)
Zuenir Ventura
Num país dividido pela política, amigos viram desafetos. (Pág. 20)
Cristovam Buarque
É preciso também decretar o impeachment do modelo. (Pág. 21)
Maduro muda fuso da Venezuela
Com o país em crise energética, o presidente Maduro desfez uma mudança de Chávez, de 2007, e voltou a pôr a Venezuela no fuso horário antigo. Ele ainda decretou novo feriado segunda. (Pág. 28
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O Estado de S. Paulo
Manchete: Governo tenta última cartada; placar indica impeachment
Planalto busca conter debandada de votos de deputados, mas oposição mantém número necessário para aprovar pedido de saída de Dilma
Com ajuda de seis governadores do Nordeste, a presidente Dilma Rousseff tentou ontem estancar a debandada de votos de deputados iniciada na terça-feira com a saída do PP da base aliada. Placar do Impeachment do Estado registrou movimento a favor do governo – à 0h30 de hoje, 133 se posicionavam contra a saída de Dilma. Mas a oposição mantém o número necessário para aprovar o pedido de impedimento, amanhã, no plenário da Câmara. A mais significativa reversão de voto em favor do Planalto foi a do primeiro-vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), antigo aliado de Eduardo Cunha. Ao longo do dia, dezenas de deputados discursaram, em meio a gritos de “não vai ter golpe” e “vai ter impeachment”.A líderes partidários, o vice Michel Temer tem garantido que as legendas terão “espaço” em seu eventual governo, mas sem antecipar que ministérios distribuirá. (Política/Págs. A4 a A8)
Dilma cancela pronunciamento
Presidente gravou pronunciamento para rádio e TV, mas exibição foi suspensa para evitar panelaço e contestação jurídica. À noite, vídeo foi divulgado. (Pág. A5)
Análises
Dora Kramer
O estado de defesa no radar
Entrou no radar da oposição a hipótese de Dilma Rousseff e seus conselheiros avaliarem a decretação de estado de defesa no País se houver graves conflitos de rua. (Pág. A6)
Celso Ming
São as pedaladas
O impeachment não precisa de razão jurídica relevante. Basta que haja suficientes razões políticas. Mas sua motivação última é econômica. (Economia/Pág. B2)
Pró-impeachment, Clarissa Garotinho pede licença
Filha de Anthony Garotinho (desafeto de Eduardo Cunha), deputada do PR-RJ está grávida. (Págs. A12 e A13)
Foto-legenda: A favor e contra
Jurista Miguel Reale Júnior e advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, discursam na Câmara: ex-ministro cogita contestar no STF sustentação feita pelo autor do pedido de impeachment por ter citado fatos de 2014 e mencionado relações do governo com empreiteiras da Operação Lava Jato. (Pág. A8)
Documento mostra suposta propina de US$ 4,6 mi a Cunha
O empresário Ricardo Pernambuco Júnior, da Carioca Engenharia, entregou à Lava Jato planilha que aponta 22 depósitos, num total de US$ 4,68 milhões, em supostas propinas pagas a Eduardo Cunha(PMDB-RJ) entre 2011 e 2014.O documento é o primeiro a detalhar supostos repasses a Cunha. (Pág. A14)
MST protesta e bloqueia rodovias
O MST liderou a maior parte dos protestos que ocorreram em pelo menos 15 Estados, ontem, contra o impeachment. Os manifestantes bloquearam rodovias. (PÁG. A9)
BC compra US$ 24 bi para segurar dólar (Economia/Pág. B1)
Preso empresário ligado a Pimentel
Apontado pela PF como operador de esquemas de corrupção do governador de MG, Fernando Pimentel (PT), o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, foi preso. (Pág. A16)
Fernando Reinach
Dilma endossa o charlatanismo
Aprovar, sem nenhuma evidência científica, o uso da fosfoetanolamina para o tratamento de câncer é um ato de desonestidade intelectual. (Metrópole/Pág. A23)
Notas & Informações
O bom senso interrompido
STF não pode discutir decisões do Legislativo se estas seguirem o mandamento constitucional. (Pág. A3)
Barbosa faltou, a crise, não
Ministro da Fazenda abriu uma lacuna cheia de significado ao faltar à reunião de primavera do FMI. (Pág. A3)
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Folha de S. Paulo
Manchete: Governo Dilma contém favoritismo do impeachment a 48 horas da votação
No primeiro dia de sessão histórica na Câmara, Planalto afirma ter revertido votos,mas Kassab deixa ministério
O governo Dilma Rousseff (PT) deflagrou sua última ofensiva com objetivo de frear o favoritismo crescente do movimento pró-impeachment na Câmara. Petistas dizem ter revertido votos a seu favor e acordado abstenções. Para o processo avançar no domingo (17), 342 dos 513 deputados precisam chancelar o pedido. Levantamento da Folha na Casa indica 339 votos a favor do processo e 129 votos contrários. Cabe ao Senado afastá-la ou não. Na sexta (15), a presidente se reuniu com políticos nordestinos. O vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), mudou seu voto. Horas depois, porém, Gilberto Kassab (PSD) deixou o cargo de ministro das Cidades depois que seu partido aderiu ao impeachment. Na abertura dos três dias de debate e votação, José Eduardo Cardozo, advogado-geral da União, negou a acusação de crime de responsabilidade. Já o jurista Miguel Reale Jr., um dos autores da denúncia, criticou o uso de pedaladas fiscais. (Poder A4)
Empreiteiro diz que PT cobrou propina após ajuda de Lula
Otávio de Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, afirmou à Justiça do Rio que Lula ajudou a empreiteira a ganhar um negócio na Venezuela em 2008, quando era presidente. Depois, disse Azevedo, o então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, cobrou da empresa 1% do valor que o BNDES financiou no projeto. PT, Lula e Vaccari não se pronunciaram. (Poder A18)
Empresariado já articula medidas para eventual governo Temer (Mercado Pág 1)
Suposto operador de propina para campanha de Pimentel é preso (Poder A18)
Dilma Rousseff
É golpe derrubar presidente eleita sem que ela tenha cometido crimes
Fazer oposição e criticar meu governo é parte da democracia. Derrubar uma presidente legitimamente eleita, sem que tenha cometido qualquer crime, não faz parte da democracia. É golpe! Nossa democracia não pode ser violentada. O voto de cada brasileiro deve ser respeitado. Sem a legitimidade concedida pelo voto direto, nenhum governo é capaz de construir saídas democráticas para a crise. (Poder A8)
Oscar Vilhena Vieira
Independentemente do resultado, ressaca precisa gerar mudança (Cotidiano B2)
Aécio Neves
Mudar é imperativo, não apenas necessário; o país sob Dilma faliu (Opinião A3)
Editoriais
Leia “O papel do Supremo”, acerca de decisões do STF com relação ao impeachment, e “Cláusula de ambivalência”, sobre limitar a proliferação de siglas.(Opinião A2).
Redação