Jornais do Brasil nesta quarta feira 08 de março

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08 de março de 2017

O Globo

Manchete: STF decide que caixa 1 não legaliza propina

Senador do PMDB vira réu, mesmo com doação oficial

Segunda Turma do Supremo indica que registro de verba de campanha é insuficiente para provar que origem de dinheiro é lícita

Ao decidir tornar réu o senador Valdir Raupp, a Segunda Turma do Supremo indicou ontem qual deverá ser a posição do tribunal nos casos em que a doação pelo caixa 1 for usada como “álibi” para ocultar crimes de lavagem de dinheiro e corrupção. Raupp recebeu da Queiroz Galvão R$ 500 mil em 2010. Há suspeita de que o dinheiro foi desviado da Petrobras. A doação formal teria sido usada para dar aparência lícita a recursos ilegais. Parlamentares temem que a decisão criminalize contribuições oficiais. (Pág. 3)

ELIO GASPARI

Terrível época para se criar o purgatório do caixa 2. (Pág. 14)

ZUENIR VENTURA

Lava-Jato: será que vai sobrar alguém em pé? (Pág. 15)

Delator: Lula é o ‘amigo’ em planilha da corrupção

Na lista de codinomes que aparecem nas planilhas de propina da Odebrecht, o ex-presidente Lula é o “amigo”, informou o ex-diretor da empreiteira Hilberto Mascarenhas ao TSE. Na planilha, consta que o “amigo” recebeu R$ 23 milhões. Segundo o delator, o setor de propinas da empreiteira movimentou US$ 3,4 bi em 8 anos. (Pág. 4)

Retomada lenta após pior crise da História

PIB recua 3,6% em 2016; para analistas, país saiu da recessão, mas crescerá pouco este ano

O IBGE informou que o PIB brasileiro caiu 3,6% em 2016. Em 11 trimestres, a economia amargou queda de 9%, na maior recessão de sua História. Para analistas, porém, o pior da crise passou e o país já voltou a crescer. Mas a recuperação será lenta. O desemprego, que deve chegar a 13% este ano, e o elevado endividamento das famílias e das empresas dificultarão a retomada. A previsão é que o PIB avance 0,8% este ano. (Págs. 17 a 22 e editorial “Os reais responsáveis pela crise histórica”)

MÍRIAM LEITÃO

Desastre feito por Dilma que Temer ainda não reverteu. (Pág. 18)

Concessões: só R$ 17,1 bi são de novos projetos

O pacote de concessões e privatizações anunciado pelo governo para tentar retomar o crescimento prevê só R$ 17,1 bi de novos investimentos. A maior parte do programa, de R$ 45,3 bi, é de renovação antecipada de contratos. (Pág. 24)

Prefeitura quer acabar com regalia

Presidente do Instituto de Previdência e Assistência do Município, Luiz Alfredo Salomão defendeu fim da aposentadoria integral para os servidores, como previsto em lei. Medida pode ajudar a reduzir déficit em R$ 400 milhões. (Pág. 11)

‘Reclama quem ganha mais’

O presidente Temer disse que, após reforma, 63% dos trabalhadores não terão redução da aposentadoria do INSS. E que crítica vem de minoria. (Pág. 24)

Temer iniciará a reforma tributária

Primeiro passo será medida provisória para simplificar cobrança do PIS, que deve ser enviada em 60 dias. (Pág. 23)

Conta dividida com o usuário

Proposta do governo para plano de saúde popular prevê que usuário pague pelo menos 50% de coparticipação. (Pág. 24)

Nova polêmica na reforma

Educadores criticam o fato de a reforma do ensino médio não explicitar a obrigatoriedade de história e geografia. (Pág. 27)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: Cenas do fundo do poço – Odebrecht: US$ 3,4 bi em dinheiro sujo

Parte foi destinada para caixa 2 de campanhas e o restante, para pagamento de propina, afirma delator

O ex-executivo da Odebrecht Hilberto Mascarenhas Filho afirmou ao ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o Departamento de Obras Estruturadas, o “setor de propinas” da empreiteira, movimentou US$ 3,39 bilhões em pagamentos ilícitos entre 2006 e 2014, segundo antecipou Erich Decat no estadão.com.br. Desse montante, de 15% a 20% foram destinados para financiar campanhas eleitorais via caixa 2 e o restante, para o pagamento de propina, obras e despesas no exterior. Ele depôs na ação que investiga abuso de poder político e econômico da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer. Mascarenhas Filho citou negociações com o marqueteiro João Santana e a mulher dele, Mônica Moura. De acordo com o delator, só em 2014, quando coordenou a campanha de reeleição de Dilma, Santana recebeu US$ 16 milhões via caixa 2. (POLÍTICA / PÁG. A4)

‘Propina disfarçada’

A 2ª Turma do STF tornou réu o senador Valdir Raupp por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os ministros admitiram que doações oficiais podem disfarçar propina. (PÁG. A8)

Manchete: Cenas do fundo do poço – PIB cai 7,2% em 2 anos: a maior crise da história

Economia encolheu 3,6% no ano passado, segundo IBGE; taxa de investimento é a pior em 20 anos e renda despencou

Aeconomia brasileira vive a maior crise de sua história. O Produto Interno Bruto (PIB), divulgado ontem pelo IBGE, mostra que a economia encolheu 3,6% no ano passado e que, em dois anos, a queda chegou a 7,2%. É a maior recessão registrada desde 1948, quando o IBGE começou a fazer o cálculo. Com esse recuo, o desempenho brasileiro volta ao patamar do terceiro trimestre de 2010. Desde o segundo trimestre de 2014, início deste período de recessão, o PIB já recuou 9%. A taxa de investimento apresenta o pior resultado em 20 anos. Como a população cresceu, a geração de riqueza por pessoa caiu 11% no período. Na prática, o brasileiro ficou mais pobre. O “bolo” a ser dividido está menor e há mais bocas para alimentar. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que a queda é “espelho retrovisor” e que 2017 pode ter um “crescimento robusto”. (ECONOMIA / PÁGS. B1 a B7)

‘Estrada será longa’

Para o economista José Roberto Mendonça de Barros, o PIB mostra, no retrovisor, o fracasso da política econômica. “Mas a estrada até a recuperação ainda vai ser longa”, diz. (PÁG. B7)

‘Amigo’ é mesmo Lula, diz empreiteiro

Marcelo Odebrecht diz em delação premiada que “amigo” e “amigo EO”, que aparecem em planilhas da empresa, se referem ao ex-presidente Lula, informa Vera Magalhães. Procuradores afirmam que as declarações do ex-executivo da empreiteira são “arrasadoras” para o petista. (PÁG. A6)

Análises

Celso Ming

Pibinho pode acelerar redução da Selic

Com esse PIB, mercado já aposta no corte de juros. (PÁG. B6)

Monica de Bolle

O tal do retrovisor

Agora temos as reformas, a recuperação, a safra recorde, avante. Avante? (PÁG. B2)

País vê fuga de 2 mil fortunas com a crise (Economia / Pág. B14)

Notas & Informações

Limitações da Lava Jato

É grave o fato de o MPF limitar investigações a um gênero de crimes. A Constituição determina a defesa não apenas do Estado, mas da ordem jurídica. (PÁG. A3)

Senado pede nova diplomacia

Lula impôs ao País uma política externa delirante. (PÁG. A3)

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Folha de S. Paulo

Manchete : Pior recessão da história abate 9,1% da renda média

Economia recuou 3,6% em 2016; consumo das famílias, deteriorado pelo desemprego, caiu 4,2%

A recessão em que a economia brasileira mergulhou a partir do segundo trimestre de 2014 provocou queda de 9,1% na renda per capita dos brasileiros, segundo o IBGE. Em 2016, a economia recuou 3,6%. O PIB (soma dos bens e serviços produzidos) por habitante ficou em R$ 30.407 em valores absolutos. A queda do PIB, que já dura 11 trimestres, é de magnitude rara na história recente do país. Retrações semelhantes tinham sido vistas nos anos de 1981 a 1983, durante a crise da dívida externa, e de 1989 a 1992, após o confisco da poupança feito pelo governo Collor. A recessão se mostra aguda. O desemprego atinge 123 milhões de pessoas e afeta o consumo das famílias, principal motor da economia. O setor recuou 4,2% em 2016, após ter caído 3,9% em 2015.O governo Michel Temer (PMDB) tenta desviar o foco do tema com agenda de reformas previdenciária, tributária e trabalhista e ações microeconômicas como a liberação de verba do FGTS. (Mercado A13)

Alexandre Schwartsman

Recessão foi agravada por intervencionismo excessivo (A22)

Análise – Érica Fraga

Sem reformas, capacidade de recuperação é limitada (A20)

Vinicius Torres Freire

Desastre é obra de conluio entre elite, PT e agregados (A16)

Odebrecht pagou R$ 10 bi ilegalmente, afirma delator

Ex-funcionário da Odebrecht, Hilberto Silva Mascarenhas disse à Justiça Eleitoral que setor da empreiteira movimentou por volta de R$ 10 bilhões de 2006 a 2014 em pagamentos ilícitos. Segundo o delator, de 15% a 20% desse valor foram destinados a campanhas eleitorais no Brasil por meio de caixa dois. O restante era usado para pagar propina, obras e serviços no exterior, afirmou Mascarenhas, que trabalhava na área responsável pelos repasses ilegais da empresa. Ele detalhou os valores movimentados ano a ano. A quantia cresceu ao longo do governo Lula e só diminuiu depois de deflagrada a Lava Jato, em 2014. (Poder A4)

‘Não estou preocupado’, diz Temer sobre 2ª lista de Janot (A7)

Entidade rural diz que não favorece filhos de dirigente

A diretoria da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo disse que a entidade não ê usada para favorecer parentes de seu presidente, o ex-deputado federal Fábio Meirelles. A Folha publicou na quinta (2) que cinco filhos do dirigente são beneficiados pela Faesp por meio de contratos, cargos e indicações. (Poder A8)

Aloysio faz crítica à Venezuela em sua posse no Itamaraty (Mundo A12)

1 em 3 brasileiras declara ter sido alvo de violência

Uma a cada três brasileiras com 16 anos ou mais afirmou que sofreu algum tipo de violência nos últimos 12 meses, indica pesquisa feita pelo Datafolha. O estudo também mostra que 66% da população presenciou uma mulher sendo agredida física ou verbalmente no mesmo período. (Cotidiano B1)

Para pesquisadora, preconceito contra candidatas atinge direita e esquerda (Poder A9)

Editoriais

Leia “Recessão histórica”, acerca de empobrecimento recorde do país, e “A vida das mulheres”, sobre lento progresso nas políticas igualitárias. (Opinião A2).

Redação