Jornais do Brasil nesta quarta feira 12 de abril
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12 de abril de 2017
O Globo
Manchete: Sobrou para todos
Investigação sobre políticos e autoridades citados pela Odebrecht abre chance de passar a política a limpo
FACHIN AUTORIZA INQUÉRITOS CONTRA 97 PESSOAS NO STF E MANDA CERCA DE 200 PARA OUTROS TRIBUNAIS
O ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no STF, autorizou inquéritos sobre quase cem políticos e autoridades delatados por executivos da Odebrecht, entre eles oito ministros do governo Temer, a cúpula do Congresso, 24 senadores, 37 deputados e três governadores. A maioria vai responder por corrupção e lavagem de dinheiro. Os casos sobre mais nove governadores, os ex-presidentes Lula, Dilma, Fernando Henrique e José Sarney e dezenas de outros citados foram encaminhados para o STJ ou instâncias inferiores da Justiça. Senador, Collor já responde no STF. Para analistas, investigação tão ampla de corrupção envolvendo políticos de tantos partidos pode ser chance de passar país a limpo. (Págs. 3 a 11)
MERVAL PEREIRA
País terá de encontrar um novo caminho político. (Pág. 4)
MÍRIAM LEITÃO
Governo sub judice, sistema político sob suspeição. (Pág. 26)
JORGE BASTOS MORENO
Após a lista, futuro do governo depende das ruas. (Pág. 8)
JOSÉ CASADO
Novos inquéritos são um golpe no foro privilegiado. (Pág. 8)
RICARDO NOBLAT
Que esteja surgindo uma Nova República. (Pág. 8)
ELIO GASPARI
Interrogatório de Lula poderá virar espetáculo. (Pág. 22)
No governo, preocupação com reformas
A liberação da lista de políticos e autoridades a serem investigados no STF provocou preocupação no governo e no Congresso com as reformas, especialmente a da Previdência e a trabalhista, mas líderes governistas disseram que planejam manter o ritmo de votações. Um dos alvos de inquérito, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), manteve a pauta ontem. Também investigado, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), disse que os inquéritos não vão atrapalhar as reformas: “Agora a Justiça e o Ministério Público começam a cumprir seu papel, e o Congresso precisa cumprir o seu, legislar.” A Câmara adiou, porém, a votação do pacote de socorro a estados, previsto para ontem. (Pág. 6)
Ex-secretário de Saúde, Côrtes é preso
Ex-secretário de Saúde de Sérgio Cabral, Sérgio Côrtes foi preso ontem, acusado de integrar esquema que desviou até R$ 300 milhões. Ele teria recebido propina em troca de direcionar licitações. Segundo o MP, Cabral “roubou em todas as áreas” do governo. (Págs. 12 a 14)
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O Estado de S. Paulo
Manchete: A lista de Fachin
Relator da Lava Jato no STF autoriza abertura de inquéritos contra 98 pessoas Investigações têm como base delações da Odebrecht, que não terão mais sigilo Processos de Lula, Dilma e Fernando Henrique Cardoso serão enviados a outros tribunais Presidentes de PSDB, Aécio Neves, e PMDB, Romero Jucá, têm maior número de inquéritos Um dos alvos, presidente da Câmara suspende votação de socorro a Estados após divulgação
O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), mandou abrir inquéritos contra 98 pessoas, incluindo 8 ministros, 24 senadores e 39 deputados. A decisão, revelada com exclusividade pelo Estado, teve como base delações da Odebrecht. Investigações sobre os ex-presidentes Dilma Rousseff, Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso foram enviadas a instâncias inferiores por eles não terem mais foro privilegiado. Também serão investigados no STF um ministro do Tribunal de Contas da União e três governadores. Os presidentes do PSDB, Aécio Neves, e do PMDB, Romero Jucá, terão o maior número de inquéritos: 5. Após divulgação da lista, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (PMDB), outro alvo, suspendeu votação. Ele e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), são acusados de receber propina. Todos os envolvidos negam irregularidades. (POLÍTICA / PÁGS. A4 a A16)
Petições para outras instâncias envolvem mais 9 governadores
O ministro Edson Fachin remeteu 201 petições a outras instâncias judiciais, incluindo o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Entre elas estão os nomes de nove governadores. Três delatores da Odebrecht afirmaram à Procuradoria- Geral da República que o governador de SP, Geraldo Alckmin (PSDB), usou cunhado para receber R$ 10,3 milhões da empreiteira em 2010 e 2014. Alckmin diz que campanhas foram feitas dentro da lei. (PÁG. A14)
Advogados fazem romaria ao Supremo
Edson Fachin viajava por Santa Catarina quando soube, pela ministra Cármen Lúcia, que estava nos EUA, dos abalos causados em Brasília pela divulgação de suas decisões. Logo, uma romaria de advogados querendo acesso aos autos tomou o STF. (PÁG. A14)
Delação cita pedido de Lula para filho e irmão (Pág. A15)
Quase metade das acusações é de caixa 2 (Pág. A12)
Análises
Vera Magalhães
Septicemia republicana
Com organismo político-institucional corrompido, País tem de ir para UTI. Cabe ao Judiciário, o menos atingido dos Poderes, tentar debelar infecção. (PÁG. A6)
Eliane Cantanhêde
Uma profusão de ‘Genis’
É impossível o PSDB atirar pedras no PT, o PT atirar pedras no PSDB ou qualquer partido atirar qualquer coisa contra os outros. Uma política de “Genis”. (PÁG. A8)
Eloísa Machado de Almeida
Os desafios da Corte
O STF tem muitos desafios. Se vencê-los, a Lava Jato acompanhará o caso mensalão e a aplicação da lei aos poderosos poderá deixar de ser exceção. (PÁG. A6)
Alberto Bombig
Uma triste farsa
Enquanto o PT dizia na televisão ter sido quem mais combateu a corrupção, a lista de Fachin escancarava a relação de Lula e seus demais dirigentes com os delatores da Odebrecht. (PÁG. A14)
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Folha de S. Paulo
Manchete : Oito ministros, comando do Congresso e 24 senadores são investigados no STF
O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de inquérito contra oito ministros do governo de Michel Temer (PMDB), 24 senadores e 39 deputados federais. Serão abertas 76 investigações pedidas pela Procuradoria-Geral da República após as delações da Odebrecht. Entre os citados estão os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB).
Dois dos principais aliados de Temer, Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), também estão na lista, que abrange ainda os senadores Romero Jucá e Renan Calheiros, do PMDB, e Aécio Neves (PSDB). No total a relação tem 98 nomes e inclui três governadores e um ministro do Tribunal de Contas da União. Algumas suspeitas da Procuradoria são corrupção, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, fraude e cartel.
Fachin remeteu 201 outros casos a tribunais de instâncias inferiores envolvendo citados sem foro no Supremo — entre os mencionados estão os ex-presidentes Lula, Dilma Rousseff e Fernando Henrique Cardoso. Os inquéritos iniciam longo trâmite. Investigarão o teor das delações, que precisarão de provas adicionais para tomar-se efetivas. Ainda há as fases da denúncia e do processo, com ampla defesa, antes do julgamento. (Poder A4)
Políticos citados negam estar envolvidos em irregularidades
Políticos que tiveram a abertura de inquérito autorizada pelo ministro Edson Fachin, do STF, negam envolvimento em irregularidades e afirmam aguardar o acesso ã investigação para poder elaborar a defesa.
Os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco afirmaram que só falarão nos autos do processo. O deputado Rodrigo Maia disse que provará sua inocência. O senador Eunício Oliveira declarou não ter medo dos “enfrentamentos que a vida pública oferece”. (Poder A8 e A9)
Proposta pode reduzir impacto da nova Previdência
O relator da reforma da Previdência, Arthur Maia (PPS-BA), quer sugerir regra de transição que valerá para todos os trabalhadores, com idade mínima progressiva para solicitação da aposentadoria. A proposta, que atenuaria o impacto do projeto do governo, deve beneficiar quem tem 30 anos ou mais, diz O deputado. (Mercado A21)
Trump tem a pior aprovação após 3 meses de governo (Mundo A16)
Efeito Fachin
0 plenário da Câmara, vazio no começo da noite de ontem, após o STF ter autorizado inquéritos contra políticos, entre eles 40 deputados; votação do programa de socorro aos Estados em crise financeira foi adiada (Poder A11)
STJ avaliará menções a Alckmin e outros oito governadores (Poder A10)
Sob pressão, Temer pode rever critérios para afastar auxiliar (Poder A11)
Inquéritos instauram um clima antipolítico no país, diz analista (Poder A14)
Para líderes partidários, lista encoraja delação de acusados do PT e PSDB (Painel A4)
Editoriais
“Sem maniqueísmo”, sobre doutrinação ideológica nas escolas, e “Sobram dólares”, acerca de números favoráveis nas transações com o exterior. (Opinião A2).
Redação