Jornais do Brasil nesta quarta feira 24 de maio

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24 de maio de 2017

O Globo

Manchete: Temer já enfrenta perda de apoio no Congresso

Resistência ao presidente inviabiliza votações e provoca tumulto no Senado

Para não ser derrotado, governo manobra e inverte pauta de votações na Câmara; senadores da base e da oposição brigam em debate sobre reforma trabalhista; parlamentares já discutem nomes para crise

Investigado em inquérito no STF por corrupção, obstrução de Justiça e organização criminosa, o presidente Temer já enfrentou dificuldades no primeiro dia de votações após a delação dos donos da JBS. O enfraquecimento político ficou claro na Câmara, onde, para não ser derrotado, o governo teve de inverter a pauta e começar votando a MP que autoriza saques de contas inativas do FGTS, que tem apoio da oposição. O texto foi aprovado em meio a gritos de “Fora, Temer”. No Senado, o clima de guerra foi na Comissão de Assuntos Econômicos, onde, com ameaças entre parlamentares, Tasso Jereissatti deu como lido o relatório de Ricardo Ferraço sobre a reforma trabalhista. Embora não admitam publicamente, líderes da base já discutem um nome de consenso para substituir Temer. (Págs. 3 e 4)

Faltam R$ 35 mil

O deputado Rocha Loures entregou à PF a mala de dinheiro que recebeu da JBS, mas com R$ 35 mil a menos. (Pág. 6)

PF prende assessor do presidente

Tadeu Filippelli, assessor do presidente Temer, foi preso ontem pela PF junto com os ex-governadores do Distrito Federal José Roberto Arruda (PR) e Agnelo Queiroz (PT). Eles são acusados de participar de esquema que desviou cerca de R$ 900 milhões das obras do estádio Mané Garrincha, a arena mais cara da Copa de 2014. Filippelli foi exonerado pelo Planalto logo após ser preso. (Pág. 8)

STF divulga conversa de jornalista com fonte

Ao tirar o sigilo de conversas gravadas no rastro da delação dos donos da JBS, o STF divulgou não apenas gravações incluídas no inquérito, mas também áudios irrelevantes para a apuração porque envolvem terceiros e não contêm indícios de crimes. Entre os interlocutores de investigados, há também um jornalista, cujo sigilo da fonte é garantido pela Constituição. Procurada, a presidente do STF, Cármen Lúcia, sem explicar a divulgação dos áudios, afirmou em nota: “O Supremo tem jurisprudência no sentido de se respeitar integralmente o direito constitucional ao sigilo da fonte.” Juristas criticaram a divulgação de fitas não incluídas no inquérito. (Pág. 10)

Janot defende delação: sem ela, ‘país seria mais lesado’

O procurador-geral, Rodrigo Janot, defendeu o acordo de delação feito com os donos da JBS. Os fatos eram graves e a Justiça jamais chegaria a esses resultados pela investigação convencional, disse ele. (Pág. 7)

Duque exibe foto ao lado de Lula

Ex-diretor da Petrobras, Renato Duque entregou à Justiça foto em que aparece abraçado ao já ex-presidente Lula. Segundo a defesa do delator, a imagem é de 2012, numa das três reuniões dele com Lula para discutir contratos da Petrobras e dinheiro para o PT. (Pág. 12)

Um sítio onde o dono não vai

Cláudia Suassuna, mulher de Jonas Suassuna, suposto dono do sítio de Atibaia, disse que só esteve lá duas vezes e para festas de Lula. (Pág. 12)

Supremo condena Maluf à prisão

A 1ª Turma do STF condenou o deputado Paulo Maluf, de 85 anos, a 7 anos e 9 meses de prisão por lavagem. A decisão chega mais de 20 anos após Maluf ser acusado de ter contas no exterior. (Pág. 13)

Cabral se torna réu pela nona vez

O ex-governador Sérgio Cabral virou réu pela nona vez na Lava-Jato, acusado de receber propina de R$ 500 mil mensais da Carioca Engenharia por três grandes obras no Rio. (Pág. 12)

Segurança do Rio sofrerá intervenção

O governo federal fará, ainda neste semestre, intervenção federal na segurança pública do Rio. (Poder em Jogo, Pág. 2)

Colunistas

MERVAL PEREIRA

Dificuldade é achar nome de consenso e sem ligação com Lava-Jato. (Pág. 4)

MÍRIAM LEITÃO

Especulação da JBS com dólar pode resolver o dilema de Janot. (Pág. 26)

ELIO GASPARI

Temer prova do veneno que ajudou a injetar em Dilma. (Pág. 22)

SILVIA FONSECA

O perito mais importante de todos já confirmou a conversa. (Pág. 8)

SERGIO FADUL

Não há inocentes na conversa entre Temer e Joesley. (Pág. 6)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: Janot defende delação; Congresso quer CPI da JBS

Procurador-geral diz que colaborações revelaram crimes graves, ‘muito maiores que áudios questionados’

Alvo de críticas por causa da condução da delação de Joesley Batista e outros seis executivos da JBS, o procurador- geral, Rodrigo Janot, defendeu pela primeira vez o acordo com o grupo. Disse que foram revelados crimes graves, “muito maiores do que os áudios questionados” – em referência à gravação de conversa entre Joesley e o presidente Michel Temer –, justificou os benefícios concedidos aos delatores e afirmou estar certo de que tomou a decisão correta. “Trouxeram eles indícios consistentes de crimes graves”, escreveu em texto publicado no portal UOL. No Congresso, líderes da base aliada articulam retaliações à JBS. Além de uma CPI para apurar as operações da empresa no mercado financeiro, parlamentares querem que a companhia seja investigada pela Comissão de Fiscalização e Controle. Em outra frente, projeto proposto pelo líder da maioria na Câmara, Lelo Coimbra (PMDB-RJ), prevê sanções a delatores que obtiverem lucro com as colaborações. (POLÍTICA / PÁGS. A4 e A5)

Benefícios podem ser revistos

Marco Aurélio Mello, do STF, disse que a Corte pode rever benefícios dados aos delatores da JBS. “A negociação pode partir do Ministério Público, mas quem fixa benefícios é o Judiciário.” (PÁG. A4)

Assessor de Temer e dois políticos são presos pela PF

A Operação Panatenaico da Polícia Federal prendeu ontem, temporariamente, os ex-governadores do Distrito Federal Agnelo Queiroz (PT) e José Roberto Arruda (PMDB) e o assessor do presidente Michel Temer, Tadeu Filippelli. A operação investiga fraude na reforma do estádio Mané Garrincha, de Brasília, orçada em R$ 600 milhões, mas que custou R$ 1,5 bilhão. Eles são acusados de receber propina das empreiteiras Andrade Gutierrez e Via Engenharia. O juiz da 10.ª Vara Federal, Vallisney Oliveira, bloqueou R$ 60 milhões de 13 alvos da investigação. (PÁG. A6)

Mala de Loures tinha R$ 35 mil a menos, diz polícia

A defesa do deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), aliado do presidente Michel Temer, entregou na Polícia Federal de São Paulo a mala na qual ele teria recebido R$ 500 mil da JBS em 24 de abril em estacionamento de uma pizzaria na capital. Segundo a PF, ao contar o dinheiro os agentes encontraram somente R$ 465 mil. (PÁG. A6)

STF condena Maluf à prisão por corrupção

A Primeira Turma do STF condenou o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) a prisão em regime fechado e perda do mandato por corrupção e lavagem de dinheiro. Ele é acusado de movimentar US$ 15 milhões entre 1998 e 2006 em contas na ilha de Jersey. (PÁG. A11)

Foto- legenda: Tumulto no Congresso

Reunião da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado culminou em bate-boca entre oposicionistas e governistas que tentavam fazer avançar o parecer da reforma trabalhista e mostrar normalidade na agenda do governo no Congresso. Diante do tumulto, o relator Ricardo Ferraço (PSDB-ES) deu o texto por lido, permitindo a tramitação da reforma. (ECONOMIA / PÁG. B4)

Crise política paralisa negócios (Economia / Pág. B8)

Senado aprova MPs que reduzem parques (Metrópole / Pág. A18)

Seleção lavou dinheiro, revela investigação

Jogos amistosos da seleção brasileira foram usados para lavar dinheiro e desviar recursos usando bases no Catar e contas secretas em Andorra. É o que revelam investigações realizadas na Espanha com a ajuda do FBI. A polícia espanhola prendeu ontem Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona e parceiro do ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira, que é considerado pelos espanhóis o cabeça do esquema. (PÁG. A19)

Notas & Informações

Sem rumo

São um insulto aos brasileiros de bem e um escárnio da Justiça os termos da colaboração premiada assinada entre o sr. Joesley Batista e a Procuradoria- Geral da República. (PÁG. A3)

Compromisso com o Brasil

Nenhum governo, nem o atual, se resistir, nem um futuro, pode prescindir das reformas. (PÁG. A3).

Redação