Jornais do Brasil nesta quinta feira 13 de abril
Por - em 8 anos atrás 546
13 de abril de 2017
O Globo
Manchete: A engenharia da corrupção
Delações da Odebrecht revelam propinas, mesadas e promiscuidade entre o público e o privado nos últimos anos
A divulgação das delações dos donos e de executivos da Odebrecht revelou de maneira inédita como funcionava a engrenagem da corrupção no país. As delações levaram o relator da Lava-Jato no STF, ministro Edson Fachin, a abrir inquéritos sobre oito ministros, 24 senadores e 39 deputados, além de governadores e ex-presidentes. Marcelo Odebrecht relatou pagamento de despesas pessoais de Lula e afirmou que tanto ele quanto a ex-presidente Dilma sabiam de doações via caixa dois para suas campanhas. Delatores revelaram ainda mesada para um irmão e ajuda a um filho de Lula. Um dos colaboradores, Márcio Faria, disse ter participado de reunião em São Paulo, com a presença do então vice-presidente Michel Temer, sobre propina num contrato da Petrobras. Presidente do PSDB, o senador Aécio Neves também surge com destaque nos depoimentos. Segundo os delatores, o grupo do tucano recebeu R$ 50 milhões por negócios na área de energia. Todos os acusados negam. (Págs. 3 a 9)
‘Governo não pode ficar paralisado’
Um dia depois de virem à tona detalhes da lista de Fachin, o presidente Michel Temer disse que o governo não pode ficar paralisado. “Vou deixar o Judiciário agir”, disse. O ministro Henrique Meirelles (Fazenda) afirmou que os inquéritos não devem atrapalhar a votação da reforma da Previdência. (Pág. 4)
EDITORIAL
É preciso reconstruir o sistema político sem parar o país (Pág. 16)
MERVAL PEREIRA
Lula está no centro das atividades ilegais. (Pág. 4)
MÍRIAM LEITÃO
O negócio da corrupção era sofisticado. (Pág. 20)
ANCELMO GOIS
PT quer claque no depoimento de Lula. (Pág. 12)
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
Delações revelam capitalismo de amigos. (Pág. 16)
JOSÉ CASADO
Odebrecht tinha maior bancada no Senado. (Pág. 6)
Taxa de juros cai 1 ponto, para 11,25%
O BC cortou a taxa Selic em 1 ponto percentual, de 12,25% ao ano para 11,25%. Foi a quinta redução seguida desde agosto, e os analistas preveem que o Copom continuará diminuindo os juros básicos nos próximos meses. (Pág. 20)
Palácio Guanabara tem telefones cortados
Por falta de pagamento, a sede do governo do Estado do Rio teve as linhas telefônicas cortadas pela Oi. Por causa de débito com a Light, quatro prédios públicos tiveram o fornecimento de energia elétrica interrompido e funcionam às escuras. (Pág. 10)
Proposta inclui Leia dividir férias em 3
O parecer do relator da reforma trabalhista, Rogério Marinho, diz que os trabalhadores poderão dividir as férias em até três períodos, um deles não inferior a 14 dias. O intervalo para almoço será de, no mínimo, 30 minutos. (Pág. 21)
————————————————————————————
O Estado de S. Paulo
Manchete: ‘Seu pessoal está com a goela muito aberta’
Patriarca da empresa diz que reclamou com ex-presidente de aumento de repasses e pediu ajuda para aprovar MPs
O empresário Emílio Odebrecht, presidente do Conselho de Administração da Odebrecht, disse à Procuradoria- Geral da República que discutia com Luiz Inácio Lula da Silva doações para campanhas do PT. “Lembro de, em uma dessas ocasiões, ter dito ao então presidente que o pessoal dele estava com a goela muito aberta. Estavam passando de jacaré para crocodilo”, afirmou. O relato integra os documentos que serviram de base a pedidos de abertura de inquérito pelo STF. Ontem, vídeos das delações foram liberados. O empresário disse que Lula fazia os pedidos diretamente a ele, mas os dois designavam um representante de cada lado para negociar valores. No caso do PT, inicialmente foi o ex-ministro Antonio Palocci, que está preso. Emílio disse ainda que solicitou a Lula em 2010 que atuasse pela aprovação das Medidas Provisórias 470/09 e 472/09 “porque o Guido (Mantega, então ministro da Fazenda) estava botando dificuldades”. A defesa de Lula vê “acusações frívolas” e ausência de provas. A de Mantega criticou o “julgamento público” com base em delações. (POLÍTICA / PÁGS. A4 a A11)
Empresa relata R$ 451 milhões para investigados
Delatores da Odebrecht dizem ter pago R$ 224,6 milhões por obras e contratos nas três esferas de governo e R$ 170 milhões por medidas provisórias, emendas e resoluções legislativas que atendiam aos interesses da empreiteira. (PÁG. A4)
Delator diz que Temer comandou reunião de propina
Ex-presidente da Odebrecht Engenharia Industrial, Márcio Faria disse a procuradores que o presidente Michel Temer comandou reunião em 2010 na qual se acertou propina de US$ 40 milhões ao PMDB. Em nota, Temer negou. (PÁG. A8)
R$ 100 milhões para Dilma em troca de MP (Pág. A6)
R$ 17,9 milhões para Kassab estruturar PSD (Pág. A7)
R$ 5,2 milhões para Aécio por obra em MG (Pág. A8)
Copom baixa taxa de juros em um ponto, para 11,25%
Diante da inflação em baixa e da atividade econômica menos intensa, o BC acelerou o ritmo do corte do juro e reduziu a Selic para 11,25%. Foi a 5.ª baixa consecutiva. (ECONOMIA / PÁG. B7)
Coluna do Broad
Parisotto não indicará conselheiro à CS
A Geração Futuro Lpar, que reúne ativos de Lírio Parisotto, teve negado na Justiça pedido para indicar conselheiro à CSN. *(PÁG. B2)
Celso Ming
A ponta do iceberg das delações dá ideia de como o brasileiro sustenta a roubalheira. (ECONOMIA / PÁG. B2)
Notas & Informações
Os desafios da lista de Fachin
O País sofrerá castigo imerecido se as investigações decorrentes das delações paralisarem as reformas. A limpeza da política não deve impedir a resolução dos problemas nacionais. (PÁG. A3)
A ocupação do Rio de Janeiro
Para o bem da moralidade pública e para o resgate da esperança dos cidadãos, Sérgio Cabral não deve ser beneficiado por nenhum tipo de colaboração. (PÁG. A3)
————————————————————————————
Folha de S. Paulo
Manchete : Odebrecht complica Temer, Lula, Aécio e Dilma em vídeos
Em depoimentos, ex-executivos da empreiteira detalham acusações sobre presidente e políticos
Gravações de depoimentos e relatos por escrito de delatores da Odebrecht complicam o presidente Michel Temer (PMDB), os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, do PT, e o senador Aécio Neves (PSDB). Em vídeos divulgados pelo Supremo, Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira, afirma que Dilma sabia da existência de propina em contratos da Petrobras. Outro ex-funcionário delata pagamento de R$ 5,2 milhões a pessoa de confiança de Aécio. Temer é acusado de ter comandado reunião em que se acertou o pagamento de US$ 40 milhões em recursos ilícitos. Em Curitiba, o juiz Sergio Moro pôs fim ao sigilo de outro depoimento de Marcelo, em que ele afirma ter disponibilizado a Lula um saldo de R$ 40 milhões de propina, ao final do seu mandato. Temer, Lula e Aécio negam as acusações. Dilma não quis comentar. (Poder a4)
Inflação ajuda, e BC acelera o corte na taxa de juros
O Banco Central acelerou o ritmo de corte da taxa básica de juros da economia com a redução na Selic em um ponto percentual, de 12,25% para 11,25%. O BC atribuiu a decisão, principalmente, ao cenário de inflação sob controle. Analistas projetam a taxa em 8,5% no final do ano. (Mercado a23)
Reforma trabalhista inclui demissão com metade da multa e restrição ao FGTS (Mercado a25)
Hospitais privados de SP têm lotação na área infantil
A alta procura para internação de crianças em hospitais particulares de São Paulo, causada pelo aumento da incidência de um vírus respiratório, tem causado lotação nas instituições. Em um deles, na região central, a espera por um leito chega a 24h, segundo os pais. (Cotidiano b3)
Editoriais
Leia “Nova normalidade”, sobre inquéritos contra quase cem políticos, e “El Niño a caminho”, acerca de reflexo econômico da mudança climática. (Opinião a2).
Redação