Jornais do Brasil nesta Quinta Feira 20 de Outubro
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20 de outubro de 2016
O Globo
Manchete : Cunha é preso, mas não sai de cena
Chamado por Moro de criminoso em série, ex-presidente da Câmara atemoriza o Planalto e o PMDB
Tudo sobre a prisão, as acusações e o que aguarda o deputado cassado que é alvo da Lava-Jato
Cassado há pouco mais de um mês, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi preso ontem por prazo indeterminado pelo juiz Sérgio Moro. A prisão de Cunha, até pouco tempo um dos políticos mais influentes do país e peça-chave no impeachment de Dilma, foi recebida com temor no Planalto. O receio é que o ex-deputado, guardião de segredos do Congresso e do submundo da política, envolva integrantes da cúpula do governo e do PMDB numa possível delação. A PF amanheceu na casa de Cunha no Rio, mas ele foi encontrado em Brasília, no início da tarde, e levado para Curitiba. Moro considerou que o ex-deputado não perdeu influência e poderia tentar obstruir as investigações e fugir do país, ressaltando que Cunha tem US$ 13 milhões ainda ocultos no exterior. O peemedebista é acusado de ter recebido propina no escândalo de corrupção da Petrobras e de movimentar contas na Suíça não declaradas. (Págs. 3 a 10)
Truculência como marca
Em sua trajetória de executivo e político, Cunha agia perseguindo desafetos (Pág. 8)
Cavendish diz que pagou anel de R$ 800 mil para mulher de Cabral
O empresário Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, afirmou à Lava-Jato ter dado de presente para a mulher do ex-governador Sérgio Cabral um anel de ouro branco com brilhantes, avaliado em R$ 800 mil, quando os dois viajaram juntos para o Principado de Mônaco, em 2009, revelam CHICO OTAVIO E DANIEL BIASETTO. O empresário, que negocia acordo de delação premiada, apresentou aos investigadores nota fiscal da compra. Acusado de corrupção, Cavendish está em prisão domiciliar. Em 2009 e 2010, a Delta Construções obteve R$ 538 milhões em contratos do governo do Rio. Cabral informou que não pode comentar “supostas declarações cujo conteúdo desconhece”. (Pág. 11)
BC corta juros em apenas 0,25 ponto percentual e espera ajuste fiscal (Pág.25)
MEC pode adiar Enem em 181 escolas ocupadas por estudantes (Pág.35)
Ancelmo Gois
Grupo ligado a Cunha pede R$ 1,8 bi à BR
O TJ julga, semana que vem, ação da Refinaria de Manguinhos, ligada a Cunha, que pede R$ 1,8 bilhão à Petrobras (Pág.18)
Colunas e Artigos
MERVAL PEREIRA – A brincadeira acabou (Pág.4)
JOAQUIM FALCÃO – A tensão foi para o governo (Pág. 6)
JORGE BASTOS MORENO – A crença na Justiça reacende (Pág. 6)
RICARDO NOBLAT – Pânico na República (Pág. 10)
JOSÉ CASADO – Contagem regressiva (Pág.10)
FREI BETTO – O medo que Cunha provoca (Pág. 10)
CORA RÓNAI – Um símbolo do que detestamos (Pág.10)
SÉRGIO FADUL – Queimar pontes ou fazer silêncio (Pág.10)
MAIÁ MENEZES – O abalo nos paradigmas (Pág.10)
CARLOS A. SARDENBERG – Corruptos têm que cair fora (Pág.22)
Editorial
‘Prisão de Cunha é vitória na luta contra a impunidade’ (Pág.22)
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O Estado de S. Paulo
Manchete : Lava Jato prende Cunha e amedronta mundo político
Preocupação é com possibilidade de delação; Moro também decretou indisponibilidade de R$ 220 milhões do ex-presidente da Câmara
Cassado há 37 dias, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi preso por ordem do juiz Sérgio Moro. O magistrado da Lava Jato autorizou a prisão sob argumento de que ela evita “obstrução da Justiça”, dificulta “ocultação e dissimulação do produto do crime” e previne fuga. A decisão – chamada de “absurda” na página do político no Facebook – foi tomada em ação na qual Cunha é acusado de receber mais de US$ 1,5 milhão de propina por contrato da Petrobrás na África. O peemedebista também teve R$ 220 milhões bloqueados. Por causa da ameaça velada de delação, sua prisão foi recebida com apreensão no Planalto, onde estão antigos aliados do PMDB, no Congresso, onde tinha ampla rede de apoio, e no PT – que comemorou, mas avaliou que decisão enfraquece discurso de que Moro só prende petista. (Política A4 a A12)
Análises
José Roberto de Toledo – Melhor não cutucar o mais poderoso presidente da Câmara desde Ulysses (A8)
Eloísa Machado de Almeida – Os fundamentos da ordem de prisão seguem o STF: Cunha abusava do poder (A8)
Vera Magalhães – Prisão de Cunha é revés para o governo Temer pelo potencial estrago de eventual delação (A8)
Força-tarefa apura se empresas de dono da Gol pagaram propina
Segundo a força-tarefa da Lava Jato, empresas ligadas a Henrique Constantino, um dos donos da Gol Linhas Aéreas, teriam pago propina a Eduardo Cunha por meio da Jesus.com. A Gol informou que está colaborando com as autoridades e contratou auditoria para apurar os fatos. (A12)
Banco Central corta taxa Selic em 0,25 ponto
O Banco Central voltou ontem a reduzir a taxa Selic (juros básicos da economia), após quatro anos sem cortes. Em decisão unânime do Copom, a taxa caiu 0,25 ponto porcentual – de 14,25% para 14%. Na primeira redução de juros sob comando do presidente Ilan Goldfajn, pesou a inflação. Mas o BC condiciona cortes mais rápidos ao avanço do ajuste fiscal. (Economia B1 e B3)
Celso Ming – BC maneja válvulas para que moeda flua para o setor produtivo, mas sem as leviandades da era Dilma (B2)
Coluna do Estadão
Eduardo Cunha terá como vizinhos na Polícia Federal pelo menos dois investigados da Lava Jato que o delataram (A2)
Notas&Informações
Lula quer desmoralizar o Brasil – Lula está armando um espetáculo circense para dizer que o Mal cooptou a Justiça (A3)
Desafio do crime organizado (A3)
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Folha de S. Paulo
Manchete : Lava Jato prende Eduardo Cunha; governo e Congresso temem delação
Peemedebista é criminoso serial e ameaçava investigação, diz juiz Moro; prejuízo ao erário pode chegar a R$ 221 mi
O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cosentino da Cunha (PMDB-RJ), 58, foi preso pela Lava Jato em Brasília nesta quarta (19), 37 dias após ter o mandato cassado. Ele havia perdido o foro privilegiado. A prisão preventiva (sem prazo definido) foi decretada pelo juiz Sergio Moro a pedido da Procuradoria. Na ação, ele responde às acusações de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. “A dimensão e o caráter serial dos crimes estendendo-se por vários anos” representam riscos à ordem pública, disse o magistrado. Ele foi transferido para Curitiba. Segundo a apuração, Cunha recebeu R$ 5 milhões de propina em contas na Suíça, oriundos de desvios de contratos da Petrobras na África. A Justiça já havia decretado o bloqueio de bens até o valor de R$ 220,7 milhões, estimativa dos prejuízos ao erário. A prisão espalhou apreensão no governo Michel Temer (PMDB) e no Congresso. Aliados temem que uma eventual delação atinja o presidente e seus homens de confiança, como o secretário Moreira Franco. Para a Lava Jato, Cunha seguia com influência no Planalto. (Poder A4)
JANIO DE FREITAS
Planejador obsessivo, ele esperou ser preso sem desejo de fuga (Poder A11)
BERNARDO MELLO FRANCO
Depois de calmaria, Planalto navega de novo em mar revolto (Opinião A2)
ROBERTO DIAS
Detenção não deixa de ser um tapa na imagem do Supremo (Opinião A2)
‘É um absurdo’, afirma defesa do ex-deputado
A defesa de Eduardo Cunha disse que a prisão é “um absurdo” e foi decretada sem haver um “fato novo” contra o peemedebista. “Esse pedido ficou mais de quatro meses no STF e não foi admitido”, declarou o advogado Pedro Ivo Velloso. Cunha afirmou em nota que o juiz Sergio Moro não tinha competência para decretar sua detenção. (Poder A6)
BC reduz os juros em 0,25 ponto percentual e inicia ciclo de queda
O Comitê de Política Monetária do Banco Central anunciou nesta quarta (19) a redução da taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 14% ao ano. A decisão, esperada pelos analistas, foi unânime. Ê o primeiro corte da Selic desde outubro de 2012, quando chegou a 7,25%. O BC apontou a queda da inflação e o avanço de reformas no Congresso como justificativas. O comitê volta a se reunir em novembro, no último encontro deste ano, quando há nova expectativa de corte. As previsões do mercado se dividem entre outra redução de 0,25 ou uma maior, de 0,5. A Selic serve de referência para a formação de todas as outras taxas de juros aplicadas no país. (Mercado A21)
ANÁLISE – Na falta de outros estímulos, queda pode dar fôlego para a economia, escreve Érica Fraga. (A23)
Editoriais
Leia “O homem-bomba”, a respeito de prisão de Eduardo Cunha, e “A César o que é de César”, sobre cidade brasileira com pior índice de bem-estar (Opinião A2).
Redação