Jornais do Brasil nesta segunda feira 22 de maio
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22 de maio de 2017
O Globo
Manchete: Temer perde apoios e aposta tudo no Supremo
Tentativa de mostrar força fracassa e jantar com aliados é cancelado
PSDB e DEM aguardam decisão do Supremo sobre pedido de suspensão do inquérito contra o presidente; FH articula acordo com partidos, inclusive o PT, para o caso de peemedebista deixar o cargo
Diante da possibilidade de baixa adesão, o presidente Temer teve de cancelar o jantar que havia marcado para ontem com líderes aliados de seu governo. Seria uma tentativa de demonstrar força, em meio à grave crise que enfrenta desde a divulgação, na quarta-feira passada, da gravação da conversa com Joesley Batista, dono da JBS. Os convites aos líderes dos partidos começaram a ser feitos na noite de sábado, mas ontem à tarde, quando ficou claro que o quórum seria baixo, os articuladores do Planalto anunciaram que o jantar viraria “reunião informal”. Temer agora aposta tudo no STF, que quarta-feira decidirá se mantém ou não o inquérito aberto para investigá-lo. PSDB e DEM vão esperar até lá para decidir se romperão ou não com o governo. O ex-presidente Fernando Henrique tenta costurar acordo com outros partidos, inclusive o PT, para garantir “sucessão controlada” de Temer. Para ele, o peemedebista não conseguirá concluir seu mandato. Manifestantes foram às ruas em 19 capitais e no Distrito Federal para pedir a saída do presidente. (Págs. 3 , 4 e 9)
Colunistas
MÍRIAM LEITÃO
Conversa sussurrada no porão foi desastrosa. Governo pode acabar por morte súbita. (Pág. 6)
RICARDO NOBLAT
Mesmo se o presidente tivesse só ouvido Joesley Batista, estaria igualmente enrascado. (Pág. 2)
JORGE BASTOS MORENO
Temer optou pelo caminho óbvio do indefensável: desqualificar o acusador, não a acusação. (Pág. 6)
LYDIA MEDEIROS
Tucanos decidem ficar no muro pelo menos até quarta-feira e dão sobrevida a Temer. (Pág. 6)
Perito citado por Temer usou programa amador para fazer laudo (Pág. 7)
PF pede gravador de dono da JBS para análise técnica (Pág. 7)
Registros de ligações reforçam acusações contra o presidente (Pág. 7)
Aécio recorre ao Supremo para tentar voltar ao Senado (Pág. 4)
Por 25 votos a um, OAB decide pedir impeachment (Pág. 3)
Maduro persegue médicos críticos
O governo venezuelano vem perseguindo médicos que participam de protestos contra o regime de Maduro e que criticam a falta de remédios ou a precariedade dos hospitais. Alguns são aposentados compulsoriamente ou até mesmo presos. (Pág. 26)
Teste para o Brasil
Entrevista – Marcos Lisboa
Economista critica excesso de subsídios e afirma que a agenda de reformas, em especial a da Previdência, é inadiável. E diz temer a crise: “Estamos testando quanto desaforo o país aguenta.” (Pág. 19)
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O Estado de S. Paulo
Manchete: PSDB e DEM dão fôlego a Temer até decisão do STF
Tucanos enfrentam pressão para deixar governo; Planalto tenta manter agenda de votações no Congresso
Cúpulas de PSDB e DEM decidiram dar mais um prazo para Michel Temer e aguardam julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o pedido de suspensão do inquérito contra o presidente, na quarta-feira, para decidir se mantêm ou retiram o apoio ao governo. Nos bastidores, os dois partidos avaliam saída alternativa para a crise, com a escolha de um nome de consenso para substituir Temer caso a situação fique insustentável e haja eleição indireta. O problema é que ainda não há acordo sobre quem seria. O presidente do PSDB, Tasso Jereissati, havia marcado reunião ontem com líderes do partido, do DEM e do PPS. Ministros entraram em campo, porém, para pedir que o encontro fosse adiado. Tucanos admitem que a pressão para o desembarque, principalmente da ala jovem, é forte. Para enfrentar a crise, o governo tenta manter agenda de votações no Congresso e retomar pauta de reformas. (POLÍTICA / PÁGS. A4 e A6)
Governo libera até R$ 5 bi do Orçamento
O governo desbloqueará de R$ 2 bilhões a R$ 5 bilhões do orçamento e editará duas MPs para tentar aprovar na Câmara parcelamento de débitos tributários (Refis) e projeto que acaba com guerra fiscal de Estados. (ECONOMIA / PÁG. B3)
Lula pediu à J&F ajuda ao MST, afirma delator. (Pág. A10)
Grupo teria obtido R$ 15 bi em troca de propina. (Pág. A11)
Michel Temer
Palavras necessárias
Se os que não pensam no futuro do nosso país cogitam que vamos parar, estão profundamente enganados. Continuo firmemente empenhado em prosseguir com a modernização da legislação trabalhista e com as demais reformas em curso. (ESPAÇO ABERTO / PÁG. A2)
Érica Gorga
Delação escandalosa
Operação contra a corrupção não pode permitir que criminosos fiquem soltos e se locupletem com o produto do crime. Nem pode sinalizar à sociedade que o crime compensa. (PÁG. A11)
Policiais desmontam feira da Cracolândia
Policiais avançam pela Alameda Dino Bueno, na região central, durante megaoperação contra o tráfico de drogas na manhã de ontem: 38 pessoas foram presas e 34 barracas de venda de crack, desmontadas. Para o prefeito João Doria, “não há possibilidade de a Cracolândia voltar”. (METRÓPOLE / PÁGS. A16 e A17)
Notas & Informações
Golpe de mestre
Com as delações da JBS houve quem saísse no lucro – em especial os próprios delatores. (PÁG. A3)
Há muito mais a fazer
Brasil pode tornar a cair em espiral de irresponsabilidade. (PÁG. A3)
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Folha de S. Paulo
Manchete : ‘Não renuncio; se quiserem, me derrubem’, afirma Temer
Em entrevista à Folha, presidente diz ter sido ingênuo ao conversar com Joesley, dono da JBS
Enfrentando a crise mais grave de seu governo, o presidente Michel Temer (PMDB)diz que renunciar seria uma admissão de culpa e desafia seus opositores. “Se quiserem, me derrubem.” Em entrevista a Fábio Zanini, Daniela Lima e Marina Dias, no Palácio da Alvorada, Temer afirma que, ao receber Joesley Batista fora da agenda em sua residência oficial, em março, não sabia que o empresário era alvo de investigações.
O dono da JBS, de forma escondida, gravou a conversa com o presidente e a utilizou para negociar um acordo de delação premiada. “Eu tenho demonstrado com relativo sucesso que o que o empresário fez foi induzir uma conversa”, diz. Questionado sobre eventual culpa, Temer respondeu: “Ingenuidade. Fui ingênuo ao receber uma pessoa naquele momento”. Como a lei determina o registro do encontro na agenda, Temer reconhece que também falhou nesse ponto.
Sobre o ex-assessor Rodrigo Rocha Loures (hoje deputado federal pelo PMDB-PR), flagrado com uma mala de dinheiro, Temer diz que mantinha com ele “relação institucional”. Sem aprovar a atitude do ex-auxiliar, o presidente defendeu seu caráter. “Ele é de boa índole.” Na entrevista, Temer ainda disse que o apoio do PSDB durará até 31/12/2018 e que vai revelar força política na “votação de matérias importantes”. (Entrevista da 2ª Pág. A6)
Doria declara o fim da cracolândia; tráfico fica
Mega operação da Polícia Militar removeu usuários de drogas e prendeu traficantes no principal foco de venda de drogas da cracolândia,na manhã deste domingo (21), no centro de SP. A ação, porém, espalhou o problema pelo entorno da região e revelou “guerra fria” entre as gestões Geraldo Alckmin e João Doria.
Enquanto o governador foi comedido, dizendo ser um primeiro passo, o prefeito decretou o fim da cracolândia, que existe há décadas, com fracassadas tentativas de extinção. “A cracolândia aqui acabou, não vai voltar mais”, disse Doria. (Metropole B1)
Intervenção policial ocorreu perto de shows da Virada Cultural; evento foi marcado por vazio de público (Ilustrada C1)
Na Arábia Saudita, Trump cobra muçulmanos para ‘expulsar’terror – (Mundo A15)
Celso Rocha de Barros
Para comemorar um ano sem Dilma, Michel decidiu cair (Poder A11)
Vinícius Mota
Presentear quem subornou a República agride a cidadania (Opinião A2)
Governo enfrenta desafios em série para sobreviver (Poder A4)
Para além do áudio, entenda o que pesa contra o presidente (Poder A4)
Fui vítima de uma armação criminosa
Aécio Neves
Fui vítima de criminosa armação. Mas isso não significa que eu não tenha errado. Diante da necessidade de dedicar-me à minha defesa, deixo de ocupar nesta Folha o espaço que, durante quase seis anos, ocupei semanalmente para discutir o país. (Tendências/Debates A3)
Editoriais
“Por um fio”, sobre condições de governabilidade de Temer, e “Equilibrismo de Macron”, acerca de estratégias do novo presidente da França. (Opinião A2).
Redação