Jornais do Brasil nesta sexta feira 28 de julho
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28 de julho de 2017
O Globo
Manchete: Bendine é preso, mas PF terá de reduzir operações
Presidente do BB e da Petrobras nos governos Lula e Dilma já está em Curitiba
Aliado dos petistas é acusado de receber propina de R$ 3 milhões da Odebrecht; ministro da Justiça avisa que corte de verbas do Orçamento da União vai obrigar redução de ações dos investigadores
Presidente do Banco do Brasil e da Petrobras nos governos Lula e Dilma, Aldemir Bendine foi preso pela Lava- Jato sob a acusação de receber propina de R$ 3 milhões da Odebrecht. De acordo com o Ministério Público, as negociações ocorreram até maio de 2015, ano em que ele assumiu a Petrobras e quando a Lava-Jato já estava em estágio avançado. Os investigadores disseram ter provas contra Bendine e o publicitário André Gustavo Vieira, também preso e que seria o intermediário da propina — os dois conversavam por um aplicativo que destrói as mensagens, mas salva imagens das telas. A defesa de Bendine afirma que ele tomou medidas contra a Odebrecht e contesta a necessidade da prisão. No mesmo dia da operação, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, disse que o corte de despesas da União vai afetar a Lava-Jato: “Poderá implicar em processos seletivos de ações, e não fazer todas as necessárias.” (Págs. 3 a 7)
MÍRIAM LEITÃO
Indicado por Dilma para “botar ordem”, Bendine manteve o esquema. (Pág. 22)
NELSON MOTTA
Lula redefine propina para legitimar ato de receber dinheiro sujo. (Pág. 19)
Contribuição previdenciária de servidores pode subir
União também avalia novas altas de impostos e mais cortes
A União teme que deixem de entrar no caixa até o fim do ano R$ 40,5 bilhões previstos no Orçamento, mas que dependem de projetos de difícil negociação no Congresso ou de leilões de privatização incertos. Por isso, começou a discutir mais opções para elevar a arrecadação. Entre elas estão aumento de 11% para 14% da contribuição previdenciária dos servidores, aumentos de impostos, ampliação do corte de gastos e revisão da meta fiscal. (Pág. 21)
Av. Brasil, 58km na linha de tiro
Trafegar pela Avenida Brasil é uma aventura de alto risco. Nos últimos 12 meses foram registradas 1.205 trocas de tiros em comunidades às margens dos 58 quilômetros da via, mais de três por dia, informa SIMONE CANDIDA. Os tiroteios deixaram 255 mortos e 348 feridos. Penha teve o maior número de casos. (Pág. 9)
Ministro prevê reação ‘de guerra’ do tráfico
O ministro Raul Jungmann (Defesa) disse que a população não pode esperar “resultados milagrosos” e que reação do tráfico será “de guerra”. (Pág. 10)
Temer ainda mais impopular
A aprovação ao governo Temer continua a cair e chegou a 70% de avaliação como ruim ou péssimo, segundo pesquisa do Ibope. O percentual de ótimo e bom (5%) é o mais baixo em 30 anos. (Pág. 6)
MERVAL PEREIRA
Temer é mal visto até pelo que está dando certo. (Pág. 4)
Foto-legenda: A lei de Maduro
Às vésperas da Constituinte, manifestante é preso em Caracas. Maduro proíbe protestos a partir de hoje. (Pág. 26)
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O Estado de S. Paulo
Manchete: Governo corta mais R$ 7,5 bi do PAC e verba cai 45% no ano
No total, após sucessivos cortes, valor destinado ao programa vai de R$ 36,1 bi para R$ 19,7 bi
O novo corte no Orçamento de 2017, anunciado ontem pelo governo, atingiu em cheio os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Com o novo contingenciamento, os valores destinados a essas despesas vão cair de R$ 36,1 bilhões previstos para R$ 19,7 bilhões. A redução total, no ano, chega a 45,4%. Em março, o PAC já havia perdido R$ 8,8 bilhões. Ontem, foram retirados mais R$ 7,5 bilhões do programa. Desse total, R$ 5,23 bilhões foram de fato cortados e R$ 2,25 bilhões serão remanejados para áreas que estão sem verbas e são consideradas essenciais. O estrangulamento no programa, vitrine das gestões anteriores, foi necessário para a equipe econômica chegar ao corte adicional de R$ 5,951 bilhões no Orçamento da União: além dos R$ 5,23 bilhões que saíram do PAC, outros R$ 640 milhões foram bloqueados de emendas parlamentares. (ECONOMIA / PÁG. B3)
Redução de benefícios
O governo estuda reduzir auxílios para servidores do Executivo. Por mês, cada funcionário tem direito a R$ 458 de auxílio-alimentação, R$ 321 (pré-escola) e R$ 204,19 (transporte), num total de R$ 3,87 bilhões por ano. (PÁG. B1)
Lava Jato atinge o topo do comando da Petrobrás
Em sua 42.ª fase, a Lava Jato alcançou o topo do comando da Petrobrás. Aldemir Bendine, ex-presidente da estatal e do Banco do Brasil, foi preso sob acusação de ter recebido R$ 3 milhões de propina da Odebrecht. Segundo a Procuradoria, os pagamentos foram feitos em 2015. Bendine, homem de confiança do ex-presidente Lula, foi escolhido pela então presidente Dilma Rousseff para “blindar” a petroleira após escândalos de corrupção. (POLÍTICA / PÁGS. A4 a A6)
Maduro prevê até 10 anos de prisão para manifestantes
A partir de hoje, estão proibidas manifestações contra a eleição da Assembleia Constituinte na Venezuela, marcada para domingo. Quem cometer “delito eleitoral” poderá pegar até 10 anos de prisão. Em resposta, a oposição promete grande mobilização em todo o país. Em meio à crise do governo Maduro, o Brasil enviou o embaixador de volta a Caracas. (INTERNACIONAL / PÁG. A9)
Colunistas
Coluna do Estadão
Amigos acreditam em delação premiada
Quem conhece Aldemir Bendine acredita que ele deve fazer delação premiada caso a prisão temporária decretada ontem se converta em prisão provisória – sem prazo para a soltura. Mas há dúvidas sobre se o ex-presidente da Petrobrás terá provas para apresentar a respeito das delações que vier a fazer. (PÁG. A4)
Vera Magalhães
Acabou a blindagem
A descoberta de que, nomeado, Bendine negociou recebimento de propina mostra que troca de presidente na Petrobrás foi nominal, não nas práticas. (PÁG. A4)
Eliane Cantanhêde
Cobras criadas
Dilma Rousseff deve explicações por ter nomeado Aldemir Bendine na Petrobrás, sobre quem pairavam várias polêmicas de ordem ética. (PÁG. A6)
Delação cita contrato para agradar a Lula (Política / Pág. A8)
Notas & Informações
Os juros e o jogo da incerteza
Novos cortes poderão ocorrer, mas falta saber se consumidores, empresários e investidores sentirão segurança para movimentar com mais vigor os negócios. (PÁG. A3)
Sem ocultar o culpado
A liberação obrigatória de emendas parlamentares tornou-se obrigatória na gestão Dilma Rousseff. (PÁG. A3)
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Folha de S. Paulo
Manchete : Bloqueio de recursos afetará obras do PAC e projetos de políticos
Para evitar piora do déficit público, Temer congela verba de emendas às vésperas de votação da denúncia
O governo Michel Temer (PMDB) anunciou ontem que vai bloquear um terço dos recursos do Programa de Aceleração do Crescimento, além de R$ 640 milhões em emendas parlamentares.
O contingenciamento, que soma R$ 5,9 bilhões, ê parte de plano da União para manter o déficit nas contas públicas dentro da meta para o ano, de R$ 139 bilhões. O congelamento dos recursos destinados a projetos de políticos ocorre às vésperas da apreciação pela Câmara da denúncia de corrupção contra o presidente, prevista para o dia 2 de agosto.
As emendas reúnem propostas e obras nos redutos eleitorais dos parlamentares e representam histórico objeto de barganha entre congressistas e o Executivo. O PAC, concentrado no Nordeste, perderá R$ 7,5 bilhões — R$ 5,2 bilhões serão represados e outros R$ 2,3 bilhões, remanejados para outras áreas do governo, como a Polícia Rodoviária Federal.
O programa, uma das principais vitrines do PT, tem agora assegurados R$ 20 bilhões em despesas neste ano — a previsão inicial era de quase R$ 37 bilhões. (Mercado A12)
Para ministro, falta de dinheiro vai afetar a PF
O ministro Torquato Jardim (Justiça) afirmou que a Polícia Federal não terá dinheiro neste ano para todas as ações e precisará escolher as mais relevantes. Segundo ele, o contingenciamento à PF foi de R$ 400 milhões.
Torquato disse que a instituição decidirá para onde direcionar a verba. Uma das operações que podem ser afetadas ê a Lava Jato. (Poder A5)
Empresário acusa Haddad e o PT de calote de R$ 2,7 mi
Rêu na Lava Jato, Giovane Favieri acusa o diretório municipal do PT e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad de terem dado calote de R$ 2,66 milhões. Ele ê sócio da F5BI Produções Ltda, a maior fornecedora da campanha de Haddad em 2016.
O ex-prefeito admite a dívida, que foi repassada ao partido, “como reza a lei”. O PT não quis comentar. (Poder A7)
Lava Jato prende ex-presidente do BB e da Petrobras
Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, foi preso em nova fase da Lava Jato. Ele ê suspeito de receber R$ 3 milhões em propina da Odebrecht. Sua defesa diz que ele sempre colaborou com as investigações e que a prisão ê desnecessária. (Poder A4)
JBS causou dano à imagem da Lava Jato, diz procurador
À Folha o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, da Lava Jato, critica pontos da delação da JBS. Para ele, pode ter havido ansiedade ao fechar o acordo, que compara a um relacionamento. “Você deseja muito uma pessoa e ela percebe.” (Poder A6)
Editoriais
“Esqueletos estatais”, sobre prisão de ex-presidente do BB e da Petrobras, e “Partido da ciência”, acerca de mobilização de pesquisadores. (Opinião A2).
Redação