Jornais do Brasil nesta sexta feira 7 de abril
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07 de abril de 2017
O Globo
Manchete: Com concessões na reforma, abono salarial pode acabar
Perda com mudanças admitidas pelo governo é de R$ 115 bilhões
Para facilitar aprovação, Temer cede a pressões do Congresso e admite alterar proposta sobre regras de transição, pensões, benefícios assistenciais e aposentadorias rural e especiais
O presidente Temer cedeu a pressões de deputados e aceitou alterar as regras de transição na reforma da Previdência. As propostas de mudanças na aposentadoria rural, nos benefícios assistenciais, nas pensões e nos regimes especiais para professores e policiais também foram suavizadas. Com isso, a economia prevista com a reforma, que era de R$ 678 bilhões em dez anos, será reduzida em R$ 115 bilhões. Para compensar, o governo planeja acabar com o abono salarial, benefício de um salário mínimo pago a 22 milhões de trabalhadores de baixa renda e que consome, por ano, R$ 18 bilhões. A mudança na reforma da Previdência foi criticada por economistas e fez o dólar subir. Temer disse que não houve recuo, mas negociação com o Congresso. (Págs. 19 a 22)
MERVAL PEREIRA
Mulheres também vão ser atendidas
O governo deve aceitar também incluir a diferenciação da idade mínima para homens e mulheres. Mas admite, no máximo, uma diferença de três anos: de 62 para as mulheres. (Pág. 4)
MÍRIAM LEITÃO
Privilégios de uma sociedade de desiguais quebraram a Previdência. (Pág. 20)
EDITORIAL
‘Margem de negociação é estreita’ (Pág. 16)
Pezão reage a denúncia: ‘Mentira deslavada’
Em depoimento ao juiz Moro como testemunha de Cabral, o governador Pezão disse desconhecer esquema de corrupção liderado por seu antecessor. Em entrevista, negou participação em escândalos, mas admitiu encontro com delator. (Pág. 3)
Crise feia não tem pai
Governo do estado e Alerj trocam acusações sobre crise financeira do Rio. (Pág. 11)
Alfabetização mais cedo
Apresentada pelo MEC, a Base Nacional Curricular estabelece que a criança deve estar alfabetizada até o fim do 2º ano — um ano antes do previsto anteriormente. (Pág. 27)
‘Venezuela está em paz’, diz Maduro
Milhares de venezuelanos saíram às ruas de Caracas e de cidades em cinco estados para protestar contra o governo do presidente Maduro e pedir o retorno do país à normalidade constitucional. As manifestações na capital foram violentamente reprimidas, com vários presos e dezenas de feridos. Durante encontro com líderes religiosos transmitido pela TV, Maduro disse que “o país está em paz”. (Pág. 26 )
EUA avaliam ação militar na Síria
Os EUA podem liderar uma coalizão militar contra Bashar al-Assad. Para Trump, ataques do governo sírio à população merecem resposta. (Pág. 26)
Preso ex-dirigente da natação no país
Coaracy Nunes, que presidiu a Confederação de Desportos Aquáticos por 28 anos, foi preso pela PF sob acusação de desviar R$ 40 milhões. (Págs. 29 e 30)
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O Estado de S. Paulo
Manchete: Trump ataca alvos da Síria
Uso de armas químicas motivou bombardeio; aliada de Bashar Assad, Rússia foi avisada com antecedência
Os Estados Unidos lançaram ontem 59 mísseis contra posições do governo Bashar Assad na Síria, em retaliação ao ataque químico que matou cerca de 100 pessoas na terça-feira. Os alvos foram pistas de pouso, aviões e centrais de abastecimento de combustível. O presidente Donald Trump disse que o ataque, feito a partir de destróieres no Mediterrâneo, representa a defesa de “interesses de segurança nacional vitais”. “Eu acho que o que Assad fez é terrível. Eu acho que o que aconteceu na Síria é um crime verdadeiramente grave”, afirmou. A Rússia – que apoia Assad e diz que o arsenal químico estava com rebeldes – foi avisada com antecedência do bombardeio. A ofensiva representa uma guinada na posição de Trump. Na semana passada, ele declarou que o afastamento do dirigente sírio havia deixado de ser prioridade. Também representa um contraste com a posição menos intervencionista defendida por ele na campanha, na qual repetiu que os EUA não poderiam ser a “polícia do mundo” e deveriam pôr questões domésticas em primeiro lugar. (INTERNACIONAL / PÁGS. A8, A9 e A12)
Governo mudará 5 pontos da reforma da Previdência
Feita para reduzir rejeição à proposta enviada ao Congresso, alteração custará 17% da economia prevista
Sob forte pressão da base aliada para flexibilizar a reforma da Previdência, o presidente Michel Temer deu carta branca para que a Câmara dos Deputados altere cinco pontos do texto, entre eles a regra de transição, as pensões e as aposentadorias rural, de professores e de policiais. As mudanças custarão pelo menos 17% da economia prevista com a proposta original em dez anos. Segundo a Casa Civil, o impacto da reforma será reduzido em R$ 115,26 bilhões entre 2018 e 2027. O recuo nos cinco pontos ocorreu um dia após o Placar da Previdência do Estado mostrar que o Planalto não tem os 308 votos necessários para aprovar as mudanças. O levantamento acelerou discussões sobre pontos em que o governo poderia ceder. Como a reforma está na primeira fase de tramitação na Comissão Especial da Câmara, a preocupação de investidores é de que a busca de apoio desfigure a proposta enviada ao Congresso, esvaziando seu impacto nas contas. (ECONOMIA / PÁGS. B1 a B4)
Base curricular prevê alfabetização no fim do 1º ano
A terceira versão da Base Nacional Comum Curricular prevê que crianças saibam ler e escrever no fim do 1.º ano do ensino fundamental. Elas devem escrever palavras e frases “de forma alfabética”, além de grafar o próprio nome, o dos pais, o endereço e ler palavras e pequenos textos. Antes, o prazo era até o fim do 2.º ano. Os alunos devem aprender Matemática da educação infantil ao 9.º ano. Probabilidade e Estatística serão ensinadas desde o 1.º ano. O MEC espera que a base entre em vigor em 2019. (METRÓPOLE / PÁGS. A13 e A14)
Dirigente da natação é preso em operação da PF (Esportes / Pág. A17 )
Colunistas
Coluna do Estadão
Recursos para acalmar aliados
Integrantes da base reclamam que o Planalto demorou a perceber a insatisfação de aliados. Avaliam que foi preciso ameaçar derrubar propostas de interesse do governo para que Michel Temer se convencesse de que precisa mudar a reforma e atender aos pedidos de recursos e nomeações. (PÁG. A4)
Celso Ming
Expectativa de vida não é critério correto para definir limite de idade de aposentadoria. (ECONOMIA / PÁG. B2)
Notas & Informações
Muito trabalho pela frente
O governo deve lembrar aos deputados que, em questões tão importantes para o País, para atender aos verdadeiros interesses do eleitor é necessário, muitas vezes, desagradá-lo. (PÁG. A3)
Integração, sem PT e Kirchners
Decisões pragmáticas foram bloqueadas, durante anos, por escolhas ideológicas e políticas industriais baseadas no favorecimento. (PÁG. A3)
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Folha de S. Paulo
Manchete: Trump lança mísseis na Síria
Em ofensiva surpresa, o presidente dos EUA retaliou o regime do ditador Bashar al-Assad após ataque químico
Em retaliação ao ataque químico que matou ao menos 80 pessoas na Síria, o presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou o lançamento de 59 mísseis contra base militar do regime do ditador Bashar al-Assad. O país árabe passa por guerra civil há seis anos. Na terça, uma ofensiva com gás tóxico contra cidade dominada por opositores de Assad deixou dezenas de vítimas, entre elas várias crianças. “Assad sufocou homens, mulheres e crianças inocentes. Até mesmo lindos bebês foram cruelmente assassinados neste ataque bárbaro”, disse Trump. “Nenhum filho de Deus deveria jamais sofrer horror tão terrível.” Segundo o presidente, é “interesse vital da segurança nacional dos EUA” evitar ouso de armas químicas. O Pentágono afirma que 59 mísseis Tomahawk foram lançados de dois navios de guerra e atingiram a base aérea de Al Shayrat, em Homs. De acordo com o governo, nenhum avião ou material militar da Rússia — que apoia o regime — foi atingido. Moscou teria sido avisada antes do ataque. (Mundo A9)
ANÁLISE – IGOR GIELOW
Ação põe russos e americanos em rota de colisão
Um movimento maior para tirar Assad do poder implicaria tropas em solo. Mas Trump quer mesmo derrubar o protegido de Putin? Além de brigar com uma potência nuclear, haveria a chance de humilhar um Putin sem condição de reagir devido à penúria econômica. Isso seria um golpe para o russo e poderia gerar mais agressividade. (Mundo A10)
Por apoio à nova Previdência, Temer cede ao Congresso
Para conseguir apoio à reforma da Previdência no Congresso, o presidente Michel Temer decidiu ceder em mais cinco pontos do texto, entre eles a regra de transição para trabalhadores próximos da aposentadoria. Com o recuo, a economia gerada pelas novas regras seria reduzida em R$ 115 bilhões em dez anos, 17% dos R$ 678 bilhões estimados com o texto original. (Mercado A15)
Pezão afirma a Moro que Cabral nunca falou com ele sobre propina (Poder A8)
Base curricular prevê alfabetização em até dois anos
Entregue pelo governo para parecer do Conselho Nacional de Educação, a terceira versão da base curricular prevê alfabetização nos dois primeiros anos do ensino fundamental, a partir de 2019. O documento exclui o ensino religioso. (Cotidiano B1)
PF prende 3 em ação contra desvio de verbas na natação
A Polícia Federal prendeu Coaracy Nunes, ex-presidente da CBDA, e dois dirigentes da entidade que controla os esportes aquáticos no país, sob a acusação de desvio de até R$ 40 milhões. Eles responderão por peculato, associação criminosa e fraude. A defesa recorrerá. (Esporte B8)
Hélio Schwartsman
Ofensiva dos EUA pareceu operação de marketing (Opinião A2)
Brasil vai sediar negociações de paz da Colômbia com guerrilha (Mundo A12)
Editoriais
Leia “Estatais à míngua”, acerca de queda de investimentos das empresas federais, e “Trump e a Síria”, sobre reação do governo dos EUA a ataque químico. (Opinião A2).
Redação