Jornais do Brasil neste domingo 21 de maio
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21 de maio de 2017
O Globo
Manchete : Temer muda estratégia, ataca dono da JBS e tenta parar inquérito
Presidente faz novo pronunciamento, mas não explica diálogo com Joesley Batista Para ganhar tempo e evitar debandada de aliados, peemedebista tenta desqualificar acusador, gravação e investigação. Fachin pedirá à Polícia Federal que faça perícia no áudio da conversa
Em seu segundo pronunciamento em três dias, o presidente Temer utilizou como defesa o ataque a Joesley Batista, dono da JBS, e tentou desqualificar a gravação da conversa entre os dois, mas não explicou e não negou o diálogo. A nova estratégia de Temer é pedir a suspensão do inquérito contra ele no STF, com o argumento de que as gravações foram adulteradas. Peritos divergem sobre suposta edição da fita, mas afirmam que no trecho mais polêmico, sobre anuência a pagamento de mesada ao ex-deputado Eduardo Cunha, não há adulteração.
“Essa gravação clandestina foi manipulada e adulterada com objetivos nitidamente subterrâneos”, disse Temer, que deixou vários pontos sem explicação no pronunciamento e reafirmou que não deixará o cargo. Para ele, Joesley praticou o “crime perfeito”: “não poi preso, não foi julgado, não foi punido, e pelo jeito não será”. Em nota, o dono da JBS negou manipulação ou edição da gravação. O ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no STF, deve pedir perícia na fita. (Págs. 3, 4, 5 e 6A)
Negociação entre R$ 11 bi e R$ 1 bi
O acordo de leniência com o grupo JBS não foi fechado. O MP cobra R$ 11 bilhões, mas a empresa quer pagar R$ 1 bilhão. (Pág. 10)
Delação vantajosa
Na comparação com as principais delações premiadas assinadas recentemente, a dos empresários Joesley e Wesley é a mais vantajosa para os delatores. Eles pagarão multa, mas ficarão soltos e sem usar tornozeleira eletrônica. (Pág. 6)
PSB deixa governo e pede renúncia
O PSB decidiu sair da base do governo e pediu a renúncia do presidente. PSDB e DEM ainda não tomaram decisão. (Pág. 6B)
Trump em clima de espionagem
Atrito de Donald Trump com agências de Inteligência criou um clima que estimula espionagens e vazamentos, além de minar a credibilidade de funcionários e paralisar o governo, indicam especialistas. (Pág. 42 e Adriana Carranca)
Foto-legenda : Legião ao relento
Moradores de rua dividem uma calçada no Centro. O desemprego aumentou a legião de sem-teto, e o Rio tem hoje cerca de 15 mil pessoas vivendo nas ruas, de acordo com a Secretaria municipal de Assistência Social. (Págs. 13 e 14)
Lauro Jardim
Janot acredita ter provas para denunciar Temer ao STF. (Pág. 2)
Merval Pereira
Temer ataca áudio porque não nega conversa. (Pág. 4)
Elio Gaspari
Para suceder a Temer, cinco nomes já estão na roda. (Pág. 7)
Miriam Leitão
Temer acerta os defeitos de Joesley, mas não se explica. (Pág. 36)
José Casado
Enredo se complica para Temer e seu algoz. (Pág. 6)
Ancelmo Gois
Irônico, historiador pede Obama no lugar de Temer. (Pág. 16)
Dorrit Harazim
“Não renunciarei” será desonra na História. (Pág. 20)
Veríssimo
Políticos vão dispensar salário e viver de propinas. (Pág. 21)
Cacá Diegues
Não temos onde depositar esperança. (Pág. 21)
Joaquim Falcão
Com vacância, escolha do presidente é do Congresso. (Pág. 8)
Fernando Gabeira
Foi um longo processo de degradação. (SEGUNDO CADERNO)
Artur Xexéo
O período de Michel Temer já passou. (SEGUNDO CADERNO)
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O Estado de S. Paulo
Manchete : ‘Fui vítima de bandidos, que saquearam o País’, diz Temer
Presidente fala ao Estado e aponta ‘armação’; Planalto pede suspensão de inquérito e STF autoriza perícia
O presidente Michel Temer disse ontem ao Estado que foi “vítima de bandidos que saquearam o País”. Em entrevista a Vera Magalhães, minutos depois do segundo pronunciamento dele em dois dias, Temer afirmou que o episódio da gravação de uma conversa dele com Joesley Batista, dono da JBS, foi “uma armação”. Ele negou que tenha participado de plano para comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha e disse estranhar que a delação da JBS tenha sido selada com a Lava Jato “no momento em que a economia começa a se recuperar”. No pronunciamento, no Palácio da Alvorada, informou que não renunciará e que pediu ao Supremo Tribunal Federal a suspensão do inquérito contra ele por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça. “A gravação clandestina foi manipulada e adulterada com objetivos nitidamente subterrâneos”, disse. Em nota, a JBS declara que entregou o áudio sem cortes aos procuradores. O STF determinou a perícia na gravação e analisará o caso na quarta-feira. (Política A4)
Em carta, Cunha nega ter sido silenciado
Em uma carta escrita à mão, o ex-deputado Eduardo Cunha, preso em Curitiba, nega silêncio (A5)
Lula defende eleição direta e se diz candidato
Em evento em São Bernardo, o ex-presidente Lula defendeu eleições diretas e disse ser candidato (A8)
Sob pressão, PGR tem de explicar benefícios
Defesa do presidente Temer aponta falhas e excesso de benefício no acordo dos irmãos Batista (A6)
Ex-procurador atua em escritório que trabalha para J&F
O ex-procurador Marcelo Miller, braço- direito de Rodrigo Janot até março, passou a atuar no escritório que negocia com a Procuradoria-Geral da República a leniência do grupo J&F, informa Vera Magalhães. Segundo a PGR, ele não participou da negociação da delação de Joesley Batista. (A5)
Propinas da JBS somam R$ 1,4 bi, aponta delação
A JBS admite ter dado R$ 1,4 bilhão em propinas. É o que mostram os 42 anexos de seu acordo de delação premiada. Depoimentos e planilhas apontam 214 pagamentos, envolvem 28 partidos e fazem o grupo concorrer com a Odebrecht, cuja delação listou R$ 1,68 bilhão em repasses a 26 partidos. (A4)
Entrevista – João Doria : ‘Crise não pode parar a economia’
O prefeito de São Paulo, João Doria, afirma que a crise política “não pode paralisar a economia nem as reformas” em curso, propostas pelo governo. Segundo ele, a gravação feita por Joesley Batista em um encontro com Michel Temer não é conclusiva, mas compromete o presidente pela circunstância e pelo tipo de diálogo. (Política A8)
Crise em debate
Para economistas, choque político compromete reformas
Avaliação é de que delação da JBS põe em xeque capacidade do presidente e de que incertezas favorecem recessão
Armando Castelar Pinheiro
‘Incerteza é maior e abala a confiança’
José Luis Oreiro
‘A economia em 2017 faleceu nessa semana’
Luiz Carlos Mendonça de Barros
‘Reforma trabalhista será teste do pudim’
Marcos Lisboa
‘É preciso ter clareza sobre o rumo a seguir o quanto antes’
Nelson Marconi
‘O cenário só melhora se mudar o governo’
Samuel Pessôa
‘Choque político piora a recuperação da economia’
Eduardo Giannetti
‘Temer não tem condição moral de seguir na Presidência’
Grupo contra vacina cresce e alarma governo
Movimentos contrários à vacinação dos filhos crescem e preocupam o Ministério da Saúde, que já registra queda na cobertura para alguns tipos de doença. Em 2016, a cobertura da segunda dose da tríplice viral chegou a apenas 77% do público- alvo. A decisão pode afetar a saúde pública. (Metrópole A14)
Saques e barricadas afetam Venezuela (Internacional A13)
Eliane Cantanhêde
Estouro da boiada
Colapso das lideranças dificulta saídas e facilita o “se não tem tu, vai tu mesmo”. (Política A8)
Vera Magalhães
Campeões da delação
Irmãos Batista dão banana ao País ao assistir dos EUA explosão da política brasileira. (Política A8)
Celso Ming
O que esperar da crise
Adiamento das reformas pode provocar incertezas sobre as contas públicas. (Economia B2)
Notas&Informações
A crise e as reformas – É ilusão pensar que a solução para a crise passa por deixar de lado a análise das reformas, substituídas pela discussão de alternativas institucionais pouco ortodoxas (A3)
A crise, as prioridades e o FMI – No Brasil, FMI defende reformas e ajuste de contas públicas (A3)
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Folha de S. Paulo
Manchete : Acuado, Temer ataca Joesley e pede fim de inquérito no STF
Presidente afirma que áudio é fraudulento, o que JBS nega; PSB decidiu deixar a base aliada
Acuado pela delação premiada de executivos da JBS, o presidente Michel Temer fez ontem seu segundo pronunciamento em três dias para se defender. Reafirmou que permanecerá no governo, chamou de pífia a acusação de corrupção pela qual é investigado no STF e atacou Joesley Batista. “O autor do grampo está livre e solto, passeando pelas ruas de N ova York. (…) Não foi preso, não foi julgado, não foi punido e, pelo jeito, não será”, disse. O presidente pediu ao STF a suspensão do inquérito atê ser comprovada a integridade da gravação de sua conversa com Joesley. Para Temer, o áudio é fraudulento. O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, levará o pedido para o plenário da corte. Em nota, a J&F, controladora da JBS, sustentou que o áudio não foi alterado. Horas antes do pronunciamento, o PSB anunciou a saída da base aliada. (Poder A4)
Conselho da OAB decide que vai apoiar impeachment
O Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) decidiu neste domingo (21) apoiar o impeachment de Michel Temer e formular pedido a ser protocolado na Câmara. Todos os Estados votaram a favor, exceto Amapá — Acre não votou. A sessão durou cerca de oito horas. O pedido deve ser protocolado na próxima semana. (Poder A5)
Senado tem articulação para manter Aécio no cargo (Poder A10)
Index Lava Jato
Antonio Prata
Eleição indireta? Romero Britto vira presidente (Cotidiano B2)
Igor Gielow
Discurso dobra a aposta contra Procuradoria (Poder A5)
Otávio Frias Filho
Com os alicerces abalados, Temer ainda resiste
As saídas para a crise por enquanto são formatos jurídicos vazios à espera do jogo das forças políticas reais. Escala e intensidade dos protestos que parecem prestes a se inflamar de novo nos próximos meses devei ão definir que desenlace institucional vai prevalecer. Diretas ou indiretas, agora ou em 2018, as eleições se apresentam mais imprevisíveis que nunca. (Ilustríssima pág. 2)
Editoriais
Leia “Mais um solavanco”, sobre efeitos da crise política na economia, e “Excessos ruralistas”, acerca de encolhimento de reservas ambientais. (Opinião A2).
Redação