Jornais do Brasil neste sábado 07 de janeiro

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07 de janeiro de 2017

O Globo

Manchete: Ministro negou ajuda a Roraima antes de chacina

Após massacre em Manaus, 31 presos são mortos em Boa Vista

‘Tinha que matar mais’, diz secretário nacional de Juventude, subordinado a Temer, sobre chacinas; governo detalha plano de segurança

O Ministério da Justiça negou ajuda ao pedido feito em novembro pelo governo de Roraima para tentar controlar a crise no sistema prisional do estado, que foi palco ontem de novo massacre, com a morte de 31 presos na maior penitenciária de Boa Vista. O ministro Alexandre de Moraes disse ter recebido só solicitação de ajuda para o controle da entrada de venezuelanos no estado, mas foi desmentido pelo ofício enviado pela governadora Suely Campos após chacina em novembro. Ao comentar as chacinas de Boa Vista e Manaus, o secretário nacional de Juventude, Bruno Júlio, disse ao blog de ILIMAR FRANCO: “Tinha que matar mais.” (Págs. 3 a 8)

Seguro terá pagamento automático

O governo prepara um sistema informatizado pelo qual, a partir do segundo semestre, trabalhadores demitidos vão receber seguro-desemprego de forma automática, revela GERALDA DOCA. (Pág. 17)

Turista prende ladrão e é detido

Americano ajudou a prender ladrão em Ipanema e acabou detido por desacato. Cerca de 35 turistas registram queixa de assalto por dia. (Pág. 9)

UFRJ tem aulas em corredores

Atingida por incêndio em outubro, a Faculdade de Arquitetura da UFRJ tem feito reposição de aulas nos corredores. Ano letivo de 2017 está ameaçado. (Pág. 16)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: PCC mata 31 em Roraima e divulga cenas no WhatsApp

Vítimas foram decapitadas, esquartejadas e tiveram o coração arrancado

Delegado diz que mortos queriam criar facção

Para desembargadora, assassinos não temem a lei

Ministro nega descontrole

Cinco dias após 60 detentos – a maioria do Primeiro Comando da Capital (PCC) – serem assassinados no Amazonas pela Família do Norte (FDN), a facção paulista matou 31 presos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista (RR). Parte das vítimas foi esquartejada, decapitada ou teve o coração arrancado. Assassinos filmaram as execuções e distribuíram o vídeo pelo WhatsApp. Para a desembargadora do Tribunal de Justiça de SP, Ivana David, as duas rebeliões mostram que presos desafiam o Estado. “Nesses vídeos, percebe-se que não têm medo da lei.” Segundo o delegado-geral em exercício de Roraima, Marcos Lázaro, os mortos haviam rompido com o PCC e queriam criar facção local. Nem todos eram do crime organizado. Em Brasília, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, negou guerra de facções e descontrole. Após afirmar que Roraima não havia pedido ajuda federal para controlar presídios, ele admitiu que foi procurado pela governadora Suely Campos. Em São Paulo, a Secretaria da Administração Penitenciária levou para presídio mantido em sigilo 71 detentos de facções rivais do PCC. (METRÓPOLE / PÁGS. A10 a A13)

Secretário critica repercussão de massacre e cai

O secretário nacional de Juventude, Bruno Júlio, deixou o cargo ontem à noite, horas após criticar a repercussão dada ao massacre de presos no Amazonas e em Roraima. Júlio disse que “está havendo uma valorização muito grande da morte de condenados”. (METRÓPOLE / PÁG. A12)

Coluna do Estadão

Desde 2015, a governadora de Roraima, Suely Campos, apela por reforço da Força Nacional. Por telefone, Suely pediu “ações reais” a Michel Temer. “O que adianta o ministro (Alexandre de Moraes) vir aqui se já ocorreu o pior? Só para usar a imprensa?” (POLÍTICA / PÁG. A4)

Análises

João Domingos

Falta plano estratégico

Tragédia carrega ausência do Estado, abandono de políticas públicas, insensibilidade à barbárie. (POLÍTICA / PÁG. A5)

José Vicente da Silva Filho

Realidade desafiadora

Medidas do plano de segurança parecem adequadas, mas sua execução é extremamente complexa. (METRÓPOLE / PÁG. A13)

Comércio adota desconto; Receita vê risco de fraude

Dez dias após o governo legalizar desconto a quem paga em dinheiro, a prática, que já existia informalmente, ganhou fôlego, principalmente no pequeno comércio. Mas a Receita Federal teme alta na sonegação de impostos. (ECONOMIA / PÁGS. B1 e B3)

Câmara ameaça vetos de Temer sobre Estados (Política / Pág. A4)

Adriana Fernandes

Governo e STF estão em conflito após Cármen Lúcia ter suspendido arresto de recursos do RJ. (ECONOMIA / PÁG. B4)

Notas & Informações

O Estado é o responsável

Nas últimas décadas, o Estado – em todos os seus níveis – abandonou o sistema penitenciário. (PÁG. A3)

Sem-votos querem o caos. (PÁG. A3)

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Folha de S. Paulo

Manchete: País tem 93 presos assassinados em apenas seis dias

Novo massacre deixa 31 mortos em presídio de Roraima; governo Temer negou pedido de ajuda feito pelo Estado

Uma nova matança em presídio de Roraima deixou 31 mortos, colocando mais uma vez o governo Michel Temer (PMDB) sob pressão. O massacre está entre as três maiores chacinas em presídios do país após o caso do Carandiru, em 1992. Assim, o número de mortos em penitenciárias em 2017 chega a 93 — um quarto do total no ano passado. Duas versões foram dadas para as mortes. O governo de Roraima atribuiu o caso a uma retaliação do PCC à chacina de 56 presos em Manaus (AM), onde maioria das vítimas era ligada à facção. À tarde, o secretário Uziel Castro (Justiça) disse ao enviado Rubens Valente que a chacina foi “uma barbárie” do PCC e descartou a versão de briga de facções, na linha do divulgado pelo Planalto. O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou que o sistema carcerário “não saiu do controle”. A governadora Maria Suely Campos (PP-RR) pediu ajuda em novembro ao governo federal. O auxílio foi negado pois, segundo Moraes, a Força Nacional de Segurança não pode atuar em presídios. (Cotidiano B1)

Secretário de Temer cai depois de criticar atenção dada a massacre. (B5 )

Oscar Vilhena

Estado é sócio minoritário do crime em prisões

Estima-se que facções criminosas dominem mais de 70% das penitenciárias brasileiras. O sistema prisional virou uma parceria público-privada, e o Estado é sócio minoritário. A frágil estabilidade baseia-se no conluio entre crime e autoridades. (Cotidiano B2)

Quem não atuou em carnificina foi morto, diz refém

Agente penitenciário feito refém no Compaj, em Manaus, quando 56 detentos morreram em guerra entre facções criminosas, disse que os amotinados matavam os que se escondiam. “Todos os presos participaram da carnificina. Só não participou quem morreu”, afirmou João (nome fictício). (Cotidiano B6)

Operador de Serra admite ter recebido caixa 2 na Suíça

O empresário e ex-deputado federal Ronaldo Cezar Coelho admitiu ter recebido recursos da Odebrecht na Suíça como ressarcimento por adiantar pagamentos à campanha de José Serra (PSDB) para a Presidência em 2010. O valor foi regularizado pelo programa previsto na chamada Lei de Repatriação, afirmou a defesa de Coelho. A empreiteira o apontou à Lava Jato como um dos operadores de R$ 23 milhões repassados, via caixa dois, à campanha de Serra. O atual chefe do Itamaraty nega irregularidades. (Poder A4)

Governo pressionou Venezuela a quitar atrasos com a Odebrecht. (A6)

Demétrio Magnoli

Prefeito Doria faz política com‘p’ minúsculo em SP

Doria veste-se de gari; proíbe gravata no secretariado; promete multar auxiliares retardatários. É política com “p” minúsculo. Ele vestiu o figurino do gestor, e gestão é necessidade. Mas o elogio desmedido da gestão veicula uma mensagem: o mandato exclui a ideia de mudança. (Poder A6)

Editoriais

Leia “Fatos e factoides”, sobre o começo da gestão João Doria, e “Elefantes quase brancos”, acerca das arenas construídas para a Copa de 2014. (Opinião A2).

Redação