Jornais do Brasil neste sábado 18 de março

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18 de março de 2017

O Globo

Manchete : Escândalo da carne deve afetar exportações do país

EUA e União Europeia pedem informações ao governo brasileiro

PF desarticula esquema de pagamento de propina a fiscais para liberação de produtos adulterados e impróprios para o consumo. Investigação envolve 40 frigoríficos e atinge gigantes como BRF e JBS.

Em operação que envolveu 1.100 policiais em seis estados e no Distrito Federal, a PF desarticulou um esquema de venda e exportação de carne adulterada. Empresas pagavam propina a fiscais agropecuários para liberarem produtos como aves, carnes, embutidos e até ração para animais domésticos impróprios para o consumo.

Segundo a PF, parte da propina iria para PMDB e PP. O escândalo levou os Estados Unidos e a União Europeia a pedirem informações ao governo brasileiro, e especialistas afirmam que as exportações do país serão afetadas. Executivos da BRF (dona das marcas Sadia e Perdigão) e um funcionário da JBS (Friboi e Seara) são investigados. (Págs. 19 a 24 e Míriam Leitão)
Podre e com papelão

FRAUDES

A PF investiga o uso de carne estragada e papelão, para fazer linguiças e salsichas, e o de substâncias cancerígenas, além da reembalagem de produtos vencidos.

“Pode usar sossegado, não tem cheiro de azedo, nada, nada, nada”

Normélio Peccin Filho

Sócio do frigorífico Peccin – (Pág. 22)

Mulher de Cabral vai para prisão domiciliar

A ex-primeira-dama Adriana Ancelmo cumprirá prisão domiciliar, para cuidar dos filhos de 11 e 14 anos. Antes, seu apartamento passará por varredura, porque ela não poderá ter acesso a internet e telefone. (Pág. 6)

Caixa 2 é crime eleitoral, diz Cármen Lúcia

No 3° aniversário da Lava-Jato, a presidente do STF, Cármen Lúcia, disse que caixa 2 é crime e criticou o debate sobre anistia: “Não existe essa história de caixa 1, caixa 2 ou caixa 3. Se vier de dinheiro ilícito, está previsto na legislação penal.” Procuradores alertaram para “órgãos que tentam impedir” a operação. (Pág. 3 e Merval Pereira)

MICHEL TEMER

ARTIGO

Tempo de recuperação

Liberação do FGTS é mais uma medida para acelerar a retomada do crescimento, já confirmada por uma série de indicadores econômicos. Pág. 17)

Gás de botijão sobe 9,8%

A Petrobras reajustou o preço do gás de botijão em 9,8% nas refinarias, o que provocará um aumento de pelo menos 3,1% para o consumidor. Mas, em algumas regiões, a alta pode chegar a 10%. Para analistas, estatal quer aproximar preço ao praticado no mercado internacional. (Pág. 27)
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O Estado de S. Paulo

Manchete : Frigoríficos pagavam propina para burlar fiscalização, diz PF

Entre as empresas flagradas em operação estão BRF e JBS, duas das maiores produtoras e exportadoras de carne do Brasil

Deflagrada ontem pela Polícia Federal, a Operação Carne Fraca revelou um grande esquema de corrupção envolvendo empresas de alimentos e fiscais do Ministério da Agricultura. As investigações mostraram que os fiscais da vigilância sanitária recebiam propina para emitir certificados para produtos com diversos tipos de fraude, como o emprego de carnes estragadas e de substâncias que mascaravam mau cheiro.

Entre as empresas investigadas estão duas das maiores produtoras e exportadoras de carne do Brasil, a BRF – dona das marcas Sadia e Perdigão, entre outras – e o JBS – controlador da Friboi e da Seara. As ações das duas empresas despencaram na Bolsa. Dezenas de outros frigoríficos de menor porte também estão sendo investigados, além de empresas de comércio exterior, de fertilizantes e escritórios de advocacia. Três frigoríficos foram lacrados. O Ministério da Agricultura afastou 33 servidores. A JBS afirmou em nota que “não há nenhuma medida judicial contra seus executivos”. A BRF disse que está colaborando com autoridades. (Economia/Págs. B1 e B3 a B9)

No prato do brasileiro, de papelão a carne estragada

Os investigadores da Operação Carne Fraca apuraram que a organização criminosa usava tiras de papelão na fabricação de salsichas, e carne de cabeça de porco – componente proibido – na composição de linguiças. Também eram adicionados carne estragada e ácido ascórbico – substância cancerígena – nos embutidos. (Pág. B3)
‘Reputação do País está em jogo’, afirma Blairo. (Pág. B4)

Propina irrigava PMDB e PP, segundo a PF. (Pág. B5)

Ministro da Justiça aparece em grampo. (Pág. B5)

Cármen Lúcia critica anistia ao caixa 2 e pede referendo

A ministra Cármen Lúcia, presidente do STF, disse ontem que “anistia ao caixa 2 não é bem-vinda”. A ministra defendeu a realização de um referendo ou plebiscito sobre os pontos da reforma política. “Talvez seja a hora de cumprir o Artigo 14 da Constituição”, afirmou. É o artigo que prevê os mecanismos de consulta popular. (Política/Pág. A5)

Desmatamento aumenta em Unidades de Conservação

Um levantamento do Imazon, obtido com exclusividade pelo Estado, revela que as taxas de desmatamento dentro de Unidades de Conservação (UCs) estão aumentando. A participação da perda de floresta nessas áreas protegidas, em relação ao desmatamento total da Amazônia Legal, saltou de 6% em 2008 para 12% em 2015. (Metrópole/Pág. A18)
Brasil terá vacina de febre amarela da OMS

A pedido do Brasil, a Organização Mundial da Saúde enviará um lote de 3,5 milhões de doses da vacina da febre amarela. (Metrópole/Pág. A22)

NOTAS & INFORMAÇOES

Boas-novas em dias de tensão

Em dias de incerteza agravada pela Lava Jato, sinais de melhora da economia são especialmente importantes para o avanço na pauta de reformas. (Pág. A3)

A mentira como arma

Contra o governo Temer, a tropa petista, com o general Lula à frente, só tem a mentira como arma. (Pág. A3)
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Folha de S. Paulo

Manchete : Operação da PF prende fiscais e atinge as gigantes da carne

Em sua maior operação, com 1.100 agentes, a Polícia Federal deflagrou nesta sexta (17) uma ofensiva contra esquema de corrupção na fiscalização de cames pelo país.

Os principais frigoríficos brasileiros foram alvo da Operação Carne Fraca. São investigadas a BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, e a JBS, proprietária de Friboi, Seara e Big Frango.
De acordo com a PF, uma organização criminosa liderada por fiscais do Ministério da Agricultura facilitava a produção de alimentos adulterados em troca de propina.

A investigação indica venda de came podre, com ácido sórbico (potencialmente cancerígeno), reembalagem de produtos vencidos e uso de papelão em embutidos. Produtos adulterados teriam surgido atê em merenda escolar. Entre os presos estão 19 fiscais, um funcionário da JBS e dois executivos da BRF. O ministério afastou 33 servidores.

Citado na investigação, o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, aparece em conversa interceptada com o suposto líder do esquema, chamando-o de “grande chefe”. Ele não ê investigado. As ações das duas gigantes frigoríficas despencaram. (Mercado/Pág. 1)

Investigadas afirmam que as normas são respeitadas

Empresas investigadas na operação da Polícia Federal negam irregularidades.

A JBS diz que ela e suas subsidiárias cumprem todas as normas regulatórias relacionadas à produção e comercialização de alimentos. A BRF afirma não compactuar com práticas ilícitas e que os seus produtos seguem processos e controles rigorosos. (Mercado/Pág. 5)

Mauro Zafalon

Análise

Setor precisará de muito marketing para se recuperar

Os efeitos dessa operação serão desastrosos nos mercados externo e interno. Na Europa, ê quase certo que o consumo de came brasileira será desestimulado. Aqui o consumidor, quando for ao mercado , pensará duas vezes antes de comprá-la. (Mercado/Pág 6)
Brechas reduzem chance de punição por caixa dois

Políticos acusados de caixa dois clássico — ocultar a real movimentação financeira das campanhas — usam brechas na lei, como pedido de suspensão de processo, para escapar de punição.
Apesar do enquadramento de casos como crime eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral nunca determinou uma condenação. (Poder A4)
Assembleia de Deus articula criação de partido (Poder A10)

Preconceito, crise e medo dificultam emprego de detento

Pouco mais de 10% dos presos do país fazem capacitação profissional, e 20°/o trabalham dentro das cadeias. Plano do governo quer preparar detentos, mas a oferta de cursos ê tímida. Outras dificuldades são preconceito, medo de empresários e a crise econômica. (Cotidiano B1)

Editoriais

“Came estragada”, sobre suspeita de venda ilegal de alimentos, e “Escravidão sob sigilo”, acerca de lista com casos de trabalho precário. (Opinião A2).

Redação