Jornais do Brasil neste sábado 20 de maio
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20 de maio de 2017
O Globo
Manchete : Propina sem partido
JBS expõe entranhas da corrupção na política
Temer vai responder por três crimes
Lula e Dilma receberam no exterior
Pagamentos incluem Aécio e Serra
A divulgação dos vídeos da delação de Joesley Batista e de executivos da JBS revelou a “compra” de políticos dos mais diversos partidos em troca de interesses da empresa. As gravações complicaram mais a situação do presidente Temer ao revelar supostas negociações de propina com o peemedebista até este ano. No inquérito aberto por autorização do STF, Temer será investigado por corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa. Um dos executivos contou que, em 2014, mandou entregar R$ 1 milhão a Temer numa caixa de sapatos. Joesley disse que pagou propina aos ex-presidentes Lula e Dilma no exterior. Em 2014, contou, os dois petistas tinham US$ 150 milhões em contas lá fora. O delator relatou ter pagado a cinco deputados para votarem contra o impeachment de Dilma. Os tucanos Aécio e Serra também receberam propina via caixa dois, segundo ele. A defesa de Temer alega que houve adulteração na gravação da conversa com Joesley. (Págs. 3 a 16)
CVM abre cinco processos para investigar JBS
A Comissão de Valores Mobiliários vai investigar a JBS. Em abril, quando Joesley negociava a delação, pessoas ligadas aos controladores da empresa venderam R$ 328,5 milhões em ações da JBS. Ontem, as ações valeriam menos R$ 51,7 milhões. A JBS ainda teria se aproveitado do dólar. (Pág. 29)
Editorial
A renúncia do presidente
Este jornal apoiou o projeto reformista do presidente Michel Temer. As reformas são essenciais para a estabilidade política, para a paz social e para o normal funcionamento das instituições. Mas a crença nesse projeto não pode levar ao autoengano, a negar a verdade. Não pode levar ao desrespeito a princípios morais e éticos. Ao abrir as portas de sua casa ao empresário Joesley Batista, o presidente Michel Temer abriu também as portas para a sua derrocada. Nenhum cidadão cônscio das obrigações da cidadania pode deixar de reconhecer que o presidente perdeu as condições morais, éticas, políticas e administrativas para continuar governando o Brasil. Fingir que o escândalo não passa de inocente conversa entre amigos não é uma opção. Além de contribuir para a perpetuação dessas práticas, não apressará as reformas de que o Brasil necessita. Será, isso sim, a razão para que elas sejam mais uma vez postergadas. (Pág. 18)
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O Estado de S. Paulo
Manchete : Janot vê indícios de que Temer cometeu três crimes
Lula e Dilma receberam US$ 150 milhões, diz delator
Dinheiro teria ido para contas na Suíça. Valores foram usados para financiar campanhas eleitorais, segundo Joesley Batista; gastos eram tratados com o ex-ministro Guido Mantega
Esquema beneficiou 1.829 políticos de 28 siglas
Doações ilícitas chegaram a R$ 600 milhões, distribuídos em troca de contrapartidas no setor público, de acordo com delator
Procurador-geral aponta corrupção passiva, obstrução da Justiça e participação em organização criminosa
Executivo da JBS afirma que Temer recebeu R$ 15 mi em propinas
Defesa do presidente diz que gravação foi editada
O presidente Michel Temer é citado diversas vezes como beneficiário de propinas da JBS em depoimentos de sócios e executivos da empresa divulgados ontem. Os acertos seriam feitos desde 2010. Um dos delatores, Ricardo Saud, mostrou aos procuradores planilhas com repasses de R$ 15 milhões, cuja destinação teria sido definida pelo presidente em 2014. Temer será investigado por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça. Para o procurador-geral, Rodrigo Janot, há indícios de que o presidente e o senador Aécio Neves atuaram para barrar a Lava Jato. A defesa de Temer afirma que a gravação feita pelo empresário Joesley Batista foi editada e vai pedir perícia no áudio. Em seu depoimento, Batista afirma que abasteceu contas na Suíça com US$ 150 milhões para o ex-presidente Lula e para a presidente cassada Dilma Rousseff, operadas pelo ex-ministro Guido Mantega. No total, a empresa teria distribuído R$ 600 milhões para 1.829 políticos de 28 partidos por meio de doações ilícitas. (Política A4 a A13)
Perito aponta cortes em áudio de Joesley
Perito ouvido pelo Estado apontou “fragmentações” em 14 trechos do áudio da conversa entre Temer e Joesley Batista. Ele não viu corte no trecho que faz menção a Eduardo Cunha. (A7)
CVM abre 5 processos contra a JBS
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu cinco processos para investigar a suspeita de manipulação de mercado na compra de dólares pela JBS, que nega irregularidades. O indício foi comunicado ao Ministério Público Federal (MPF). A autarquia atua para analisar e, se for o caso, punir o grupo, mas também foi incluída na delação de Joesley Batista. O empresário diz ter negociado uma indicação para a diretoria da CVM. (Economia B5)
Base aposta em Meirelles para continuidade (A6)
Em crise, governo acelera projetos
Na contramão da crise política, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, acelera os parcelamentos de dívidas de produtores rurais e de empresas. (Economia B1 e B3)
Consumo de bebida alcoólica sobe 43% (Metrópole A17)
Notas&Informações
Um teste para o Brasil – Os afoitos que propugnam a destituição de um governo antes que estejam reunidas as provas atentam contra a Constituição (A3)
O socorro aos Estados – A gravidade da crise dos Estados os leva a aceitar regras de austeridade e de responsabilidade fiscal que não deveriam ter ignorado (A3)
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Folha de S. Paulo
Manchete : Janot vê indícios de 3 crimes em atuação de Michel Temer
Pedido de abertura de inquérito fala em obstrução de Justiça, corrupção e organização criminosa
A Procuradoria-Geral da República vê indícios dos crimes de obstrução de Justiça, corrupção passiva e organização criminosa na conduta do presidente Michel Temer narrada pelos irmãos Batista, da JBS, em delação. No pedido de abertura de inquérito contra o peemedebista, o procurador Rodrigo Janot afirma que Temer e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) agiram “em articulação” para impedir avanços da Operação Lava Jato. O tucano e o deputado Rodrigo Loures (PMDB-PR), ambos afastados de seus cargos, são alvo da mesma investigação. Os vídeos das delações da JBS foram liberados pelo Supremo Tribunal Federal nesta sexta (19). Joesley diz ter pago R$ 4,7 milhões de 2010 a março deste ano, a pedido de Temer. O acordo, segundo ele, incluiu “mensalinho” de R$ 100 mil e repasse, em espécie, de R$ 300 mil para marqueteiro de confiança do presidente. Outro delator aponta pagamentos de R$ 15 milhões ao PMDB. Temer, diz, “embolsou” R$ 1 milhão deste valor. O presidente nega que tenha cometido crimes. Aécio afirma que não colocou empecilhos à Lava Jato. (Poder A4)
Joesley afirma que pagou US$ 80 mi a Lula e Dilma
Segundo a delação de Joesley Batista, os ex-presidentes petistas Lula e Dilma Rousseff receberam US$ 80 milhões (mais de R$ 250 milhões) em contas no exterior. A JBS também relatou pagamentos aos senadores tucanos José Serra e Aécio Neves. Todos esses citados negam irregularidades. O ex-diretor Ricardo Saud disse que tem registro de propina paga a 1.829 eleitos. Segundo ele, um montante de quase R$ 600 milhões foi distribuído como pagamento indevido a 28 partidos. (Poder A8)
Áudio entregue por Joesley tem cortes, diz perícia
A gravação da conversa entre Joesley Batista e Michel Temer sofreu mais de 50 edições, aponta perícia contratada pela Folha. A Procuradoria-Geral da República nega alterações. (Poder A6)
Advogado de Temer diz que gravação parece ‘preparada’ (Poder A6)
Procuradoria prepara respostas a questionamentos (Poder A7)
Desigualdade de rendimento entre brancos e negros volta a crescer (Mercado A23)
Colunas e Opinião
André Singer
Há indícios graves, mas que devem ser olhados com cuidado e atenção (Opinião A2)
Demétrio Magnolli
É conspiração, mas são duas: contra a Justiça e contra a Presidência (Poder A14)
Bruno Carazza
Condições oferecidas aos delatores da JBS parecem descalibradas (Poder A13)
Mário Sergio Conti
Livros recentes tratam de prisões para obter delação
Dois livros que saíram há pouco falam de prisões preventivas como método para obter delações premiadas e incriminar políticos. Seu ambiente é a Alemanha de há 80 anos, mas é possível trazê-los para o presente. (Ilustrada C6)
Editoriais
Leia “A derrocada de Aécio”, sobre impacto das acusações contra o tucano, e “Amparo federal”, acerca de programa de socorro financeiro aos Estados. (Opinião A2).
Redação