EUA pedem a hackers que ataquem seus sites para testar segurança

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O Departamento de Defesa dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (2) que convidará hackers para atacarem seus sites para testar e aprimorar a cibersegurança de suas infraestruturas, no primeiro programa com estas características aplicado pelo governo federal.

A iniciativa faz parte do projeto “Hack the Pentagon”, que o Departamento de Defesa divulgou hoje, e que tem como objetivo pôr mais filtros às repetidas ameaças informáticas que o governo americano recebeu nestes últimos anos.

Entre elas, se destacam o ciberataque em massa que, no final do 2014, comprometeu a informação de até quatro milhões de funcionários federais ou o de agosto, quando hackers russos se infiltraram no sistema de e-mails não confidenciais do Estado-Maior Conjunto dos EUA.

O Pentágono já conta com uma equipe de especialistas dedicados a encontrar erros em seu sistema, mas é a primeira vez que pedirá ajuda a agentes externos.

Os hackers participantes deste programa piloto precisam ser cidadãos americanos, serem aprovados em uma verificação de antecedentes, e, uma vez investigados, só poderão fazer parte dele durante um período limitado de tempo.

Os sistemas de informação mais sensíveis sobre missões confidenciais do Pentágono não estão incluídos na iniciativa.

“Sempre estou pedindo a nossa gente que pense além da caixa de cinco lados que é o Pentágono. Convidar hackers responsáveis para pôr à toda prova nossa cibersegurança vai nesta linha”, disse o secretário de Defesa dos EUA, Ashton Carter.

“Hack the Pentagon”, que será lançado em abril, está inspirado em projetos parecidos de algumas das maiores empresas tecnológicas americanas para melhorar sua segurança.

Facebook, Google, Yahoo! e Microsoft já têm programas destas características, chamados “bug bounty” porque oferecem recompensas econômicas para quem identificar erros no sistema de suas redes.

“Confio que esta inovadora iniciativa fortalecerá nossas defesas digitais e melhorará nossa segurança nacional no longo prazo”, acrescentou o líder do Pentágono.

A cibersegurança tem sido protagonista nestes últimos dias na agenda do Pentágono, que anunciou na segunda-feira que o exército desdobrou novas armas digitais na Internet para atacar o grupo Estado Islâmicoe acabar com suas comunicações, a coordenação de seus militantes e suas fontes de financiamento na Síria e no Iraque.

Redação