Pesquisa desenvolve uso de bambu como substituto de fios elétricos para construção civil e eletrônica

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Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), um dos maiores centros de produção científica do país, desenvolveram um método que usa o bambu como matéria prima para substituir os fios elétricos. A técnica sustentável, batizada de “bambutrônica”, pode ser aplicada na construção civil e em dispositivos eletrônicos.

A pesquisa foi feita em parceria com a Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e publicada na revista científica Royal Society of Chemistry, uma das mais respeitadas do mundo.

Por que o bambu funciona?

A estrutura interna do bambu tem de 30 a 40 microcanais alinhados por onde passam água e os nutrientes da planta.

Os poros são muito finos, da espessura de um fio de cabelo.

Na pesquisa, foram revestidos com tinta metálica a base de prata.

Com a sucção a vácuo, a tinta preenche todo o comprimento dos poros e deixa o material disponível para conduzir eletricidade.

Bambu é uma planta de crescimento muito rápido, com espécies que chegam a aumentar 1 metro por dia.

Condutor eficiente

De acordo com o pesquisador do CNPEM, Murilo Santiago, a “arquitetura” do bambu é complexa, porque é uma planta leve, resistente, flexível e permite a introdução de líquido aquecido nos canais. Os testes em laboratório provaram que o bambu é um condutor eficiente, podendo acender uma luz, por exemplo.

“Poderíamos vislumbrar o uso do bambu como um precursor, um material para a construção civil. Pensando numa parede inteligente, incorporando elementos condutores, uma vez que o material está na parede, conseguimos acessar o outro lado, sem precisar quebrar”, afirma.

“Funciona como um material condutor tridimensional. Abre um leque de possibilidades que só é possível devido a essa arquitetura complexa que a natureza forneceu pra gente e que podemos acessar no nosso quintal”, completa.

Próximos testes

O próximo passo será testar a tecnologia na transmissão de dados, informou o pesquisador Mathias Strauss.

Redação