Sete fatos sobre jackpotting, golpe que faz caixa eletrônico liberar dinheiro
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Jackpotting é o nome dado ao golpe em que criminosos instalam malwares em caixas eletrônicos para fazer com que a máquina libere dinheiro. Com a fraude, que também pode ser aplicada a partir da manipulação do hardware do dispositivo, os golpistas conseguem sacar até 40 cédulas a cada 23 segundos e esvaziar as gavetas em poucos minutos.
Há registros de ataques de jackpotting em bancos do México, Europa e Estados Unidos, mas é difícil precisar a quantia roubada. Para se ter uma ideia da magnitude da fraude, entre fevereiro e novembro de 2017 foram registrados dez golpes do tipo na Alemanha, rendendo US$ 1.5 milhão de dólares aos criminosos. A seguir, confira sete fatos sobre a técnica.
- Como funciona
O primeiro passo para aplicar um golpe de jackpotting é instalar o malware na máquina. Para vasculhar o equipamento sem levantar suspeitas, os criminosos costumam se vestir como técnicos de caixas eletrônicos. Quando encontram uma porta para conectar o cabo, eles sincronizam seus notebooks com o computador da máquina e transferem o software malicioso.
Feita a instalação, os golpistas podem ativar o malware a partir do teclado da máquina ou de comandos remotos via smartphone. Após a emissão das notas, é preciso que alguém se dirija ao banco para sacar o dinheiro roubado. Esse trabalho é feito pelas mulas, pessoas que realizam operações de alto risco sob o comando de criminosos.
- O golpe pode ser feito no local ou à distância
Há duas modalidades de jackpotting: local e remoto. No primeiro caso, os bandidos inserem um cartão especial na máquina infectada e digitam um código de segurança para ativar o malware. O software, então, abre as gavetas de cédulas para que o criminoso faça o saque.
Quando se trata de uma ação à distância, o hacker que dá o golpe fica em um local seguro, longe do caixa eletrônico, enquanto a mula se posiciona em frente à máquina. Não é preciso tocar no equipamento para que o dinheiro saia: a ativação remota do malware desencadeia o saque de milhares de dólares em poucos minutos. Rápido e eficaz, o método se mostra muito mais conveniente para os criminosos, uma vez que permite predeterminar um horário para entrega do dinheiro e evita exposições públicas mais prolongadas.
- Ataques utilizam diversos tipos de malware
Um dos primeiros ataques de jackpotting foi registrado em 2013, no México. Apelidado de Ploutus.D, o malware utilizado na ocasião foi classificado como um dos mais avançados do segmento e deu origem a outros programas maliciosos, como o Cutlet Maker, que surgiu em 2016.
No último ano, um novo malware chamou a atenção por trazer um visual semelhante ao de máquinas caça-níqueis e ser mais fácil de usar que seus antecessores. O WinPot, como foi batizado o software, é capaz de contabilizar as células disponíveis em cada gaveta do caixa eletrônico para informar às mulas qual acumula o maior montante.
Ao contrário de malwares antigos, que demandavam um tempo maior para entrar em ação e dar acesso ao dinheiro roubado, o WinPot conta com botões de fácil utilização que remetem a termos de caça-níqueis. O comando para que o caixa eletrônico entregue as cédulas, por exemplo, é “spin” (girar, em português), como o movimento ativador da máquina de azar.
- Não há indícios de riscos para os consumidores
Especialistas em cibersegurança e fabricantes de caixas eletrônicos afirmam que a prática de jackpotting não compromete as informações financeiras dos usuários. O maior problema que o consumidor pode enfrentar é não conseguir sacar dinheiro porque o caixa eletrônico está vazio. Segundo informação da revista norte-americana Monday, não há registros de contas correntes comprometidas até o momento.
- Nem todas as formas de ataque envolvem malware
Nem todas as formas de jackpotting envolvem a infecção da máquina por malware. Também é possível realizar o crime a partir do hardware. Nesse caso, o criminoso adquire uma chave que abre o chassi do caixa e conecta, em uma das entradas USB, um dispositivo chamado caixa preta.
Enquanto o responsável pela fraude altera o caixa eletrônico, este exibe uma mensagem como “Terminal em manutenção” ou “Fora de serviço”, mas ainda pode ser usado para sacar dinheiro. A partir de um smartphone, o hacker consegue controlar a caixa preta e, ao toque de um botão, faz a máquina “cuspir” as cédulas. Após recolher as notas, o criminoso simplesmente se livra do dispositivo para eliminar evidências.
- Caixas eletrônicos com versões antigas do Windows são mais vulneráveis
Grande parte dos caixas eletrônicos rodam versões antigas do Windows, como XP e 7. Ambas edições do sistema operacional da Microsoft foram descontinuadas e não recebem mais atualizações de segurança, o que torna o software mais vulnerável a ataques de aplicações maliciosas. “As máquinas são muito velhas e lentas”, disse uma fonte familiar a golpes de jackpotting em entrevista à revista Wired.
- Malwares estão à venda na dark web
Alguns dos programas maliciosos capazes de hackear o sistema dos caixas eletrônicos podem ser encontrados online. Segundo a Kaspersky, o malware WinPot está à venda em sites de comércio ilegal na dark web, pequena fatia da Internet ainda mais oculta e sigilosa que a deep web, por valores entre US$ 500 e US$ 1 mil (cerca de R$ 2.303 a R$ 4.607, em conversão direta).
Pesquisadores da empresa de cibersegurança também encontraram links de venda do malware Cutler Maker no Alphabay, mercado clandestino da Darknet. Em março de 2017, um kit com o programa malicioso custava US$ 5000 (cerca de R$ 23 mil, em conversão direta). A loja foi derrubada pelo FBI em julho do mesmo ano.
G1