ABC de Natal leva goleada histórica e Guarani vai a final

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abc guarani jpeO JOGO

ÉPICO!

Atenção, futebol: as definições de “impossível” foram atualizadas. Pois isso não é palavra que cabe no dicionário do bugrino neste 23 de outubro. Principalmente do bugrino que, contra todas as previsões antecipadas, escolheu acreditar no time que o tirou do inferno da Série C. Pois esse time não só acabou com o martírio, como também protagonizou neste domingo uma virada mais do que histórica. Fez 6 a 0 no ABC dentro de um Brinco de Ouro pulsante, pulverizou a goleada de 4 a 0 do primeiro jogo em Natal e carimbou o passaporte para a decisão da Série C do Campeonato Brasileiro. Bugrino, compre um novo dicionário, mas antes vá atrás de uma passagem para Varginha: o seu time vai disputar a final contra o Boa Esporte nos dois próximos fins de semana.

REAÇÃO HISTÓRICA

Ninguém em nenhuma divisão do Campeonato Brasileiro tinha virado um 4 a 0 para 5 a 4. O desafio era tão grande que pouquíssimos acreditavam. Pouco mais de três mil pessoas, bem a menos que na partida contra o ASA, saíram de casa, vestiram-se de verde e foram vibrar com o time. Foram recompensados com uma postura aguerrida, combativa, desafiadora, vencedora. De campeão. O Guarani fez 2 a 0 no primeiro tempo, precisou de poucos minutos para aumentar para 4 a 0 depois do intervalo e ampliou para 5 e 6 em seguida. Fumagalli (três), Leandro Amaro, Alex Santana e Pipico foram os heróis da noite.

NOITE INFELIZ

O ABC podia perder de um gol de diferença. De dois. Até de três. A confiança era tão grande que o time começou em marcha lenta a partida de Campinas. O erro foi fatal. Quando o time de Geninho acordou, estava 2 a 0 para o Guarani e Jones Carioca, o artilheiro do campeonato, já não estava mais em campo, expulso. O técnico ainda optou pela saída de Lúcio Flávio, o maior toque de qualidade da equipe, ainda no primeiro tempo. O Mais Querido passou a segunda etapa inteira acuado em seu campo de defesa, esperando por uma bola que acabasse com a. Ela aconteceu, mas do outro lado do campo.

O CARA

O Guarani é Fumagalli. E Fumagalli é o Guarani (por sorte do clube). Se Lúcio Flávio fez dois gols nos 4 a 0 em Natal, o ídolo bugrino apareceu para o jogo deste domingo. Deu passe para Leandro Amaro abrir a contagem e marcou os três gols seguintes. Isso sem contar o chute no travessão e a expulsão cavada de Jones Carioca, em que tirou o atacante do ABC do sério e ainda ficou só com o amarelo. O ídolo, que vestiu a camiisa 250 em homenagem ao número de jogos que completou há uma semana, fez talvez a maior atuação da sua carreira. É o maestro de um sonho que segue vivo: o do título da terceira divisão.

PRIMEIRO TEMPO

Guarani e ABC entraram em rotações diferentes, e isso foi determinante para que os 4 a 0 de Natal fossem amenizados aos poucos. Leandro Amaro fez o primeiro do Bugre aos oito minutos. Fumagalli, que já tinha cruzado para o zagueiro marcar, ampliou de falta aos 25. Em seguida, acertou uma pancada no travessão. O ABC, atordoado com o ritmo paulista, levou outro golpe com a expulsão de Jones Carioca, após cuspir no capitão bugrino. De repente, a desvantagem alviverde, que era tão grande nessa semana, parecia completamente reversível em 45 minutos.

SEGUNDO TEMPO

Chamusca voltou com Alex Santana para qualificar o toque de bola de um time que precisaria penetrar na fortaleza adversária. Mas, ao contrário do primeiro tempo, o Guarani encontrou o caminho para entrar na área do ABC. Fumagalli fez o terceiro gol logo a três minutos, livre após cruzamento de Gilton. A pressão era tanta que o quarto saiu aos nove, de novo nos pés de Fumagalli. Daí para a virada foi mais difícil. O ABC chegou a assustar em algumas jogadas em velocidade, mas a noite era mesmo alviverde. Alex Santana, em um chutaço de longe, colocou no ângulo esquerdo e deu ao Bugre o placar que ele precisava. Depois, foi só Pipico, de cabeça, marcar o último gol para coroar a presença dos torcedores.

PÚBLICO E RENDA

Público: 3.257 pagantes

Renda: R$ 25.895,00

FUMASSACRE

Atuações: Fumagalli lidera noite histórica do Guarani e leva nota 10.

Por Murilo Borges e Guto Marchiori