
Anastasia sugere que comissão barre áudio de Machado na defesa de Dilma
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O relator da comissão especial do impeachment, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), propôs nesta quinta-feira (2) que o colegiado rejeite pedido da defesa da presidente afastada Dilma Rousseff para incluir, na fase de coleta de provas do processo, as gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Ele também defendeu que seja negada perícia solicitada pela petista.
Anastasia apresentou aos integrantes do colegiado um parecer sobre os requerimentos feitos pela defesa, acusação e senadores. O relatório com as sugestões dele terá que ser votado pela comissão, a quem cabe a palavra final sobre a convocação de testemunhas e a solicitação de provas. Por falta de acordo, a sessão foi suspensa e deverá ser retomada a partir das 16h30 desta quinta para deliberar sobre os requerimentos.
Diante disso, a defesa de Dilma argumenta que as gravações mostrariam o real motivo da deflagração do processo de impeachment.
O relator, porém, entende que o requerimento da defesa visa “reativar” a discussão sobre o suposto desvio de finalidade, mas que isso já foi debatido e superado quando o plenário doSenado aprovou a abertura do processo.
O ex-advogado-geral da União José Eduardo Cardozo, responsável pela defesa de Dilma, protestou contra as sugestões de Anastasia.
Segundo Cardozo, caso a inclusão dos áudios de Sérgio Machado seja rejeitada, a defesa ficará impossibilitada de “provar” que o processo de impeachment foi aberto em um ato de “desvio de finalidade” de políticos que queriam interferir na Lava Jato.
“Vossa Excelência [Anastasia] não quer permitir que Sua Excelência, a presidente [afastada] da República, prove sua inocência? Não quer que se prove que esse processo na verdade partiu de um claro desvio de poder. Será que a defesa não tem direito de provar [isso]?”, bradou Cardozo.
O relator também sugeriu que não seja acatado o pedido da defesa para a realização de uma perícia financeira e fiscal por um organismo “externo, internacional e independente”. A alegação da defesa é que o Tribunal de Contas da União (TCU) não teria isenção para executar o trabalho uma vez que analisa as contas de governo de 2015.
G1