Eike Batista está em presídio com racionamento de água, diz MP
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A penitenciária Bandeira Stampa ou Bangu 9 para onde foi levado o empresário Eike Batista precisa racionar o fornecimento de água para que os presos possam tomar banho durante o dia. A unidade também passa por um problema em sua rede de esgoto deixando parte de seus canos entupidos. Todo esse cenário acontece em pleno verão carioca com temperaturas médias de 40 graus.
“A situação lá é muito ruim. Três vezes ao dia, os registros são abertos por meia hora para que os detentos possam tormar banho e fazer todas as suas necessidades. As condições da unidade não são boas como podem parecer”, conta a promotora Andrezza Duarte Cançado, coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Execução Penal do Ministério Público do Rio.
O racionamento adotado pela direção da unidade fez com os detentos fizessem uma greve de fome em protesto pela situação. No início do mês, detentos das unidades do Complexo de Gericinó denunciaram em um vídeo as más condições das unidades prisionais do Estado do Rio.Os presídios de Gericinó também ficaram dias sem água.
“Todas as unidades prisionais tem algum tipo de problema. Esse da água é recorrente. Há duas semanas, os detentos reclamaram da situação do racionamento. Esse clima gera muita preocupação na gente”, diz o defensor Marlon Barcellos, do Núcleo do Sistema Penitenciário (Nuspen) da Defensoria Pública.
Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) informou que “não há problemas de abastecimento de água” e que “demais informações não serão passadas por motivo de seguranca”.
Penitenciária Bandeira Stampa
A unidade onde está Eike Batista tem cela com 15 metros quadrados. Cada uma com quatro beliches. A água é fria.
O cenário é bem diferente da mansão no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio, onde a Polícia Federal buscou o empresário semana passada – na ocasião, ele já tinha viajado para Nova York. Segundo reportagem da revista Época, o imóvel tem 3,5 mil metros quadrados.
Eike está numa cela da galeria A em um setor da penitenciária onde costumam ficar suspeitos de envolvimento com milícias. O empresário divide a cela com seis outros presos sem curso superior dos processos da Lava-Jato, no Rio.
Na cela de 15 metros quadrados há um buraco no chão chamado de “boi” que serve como vaso sanitário. O chuveiro é um cano de água fria para o banho. O preso pode levar uma televisão e ventilador por conta própria. Eike Batista fará quatro refeições diárias.
O empresário jantou às 17h, mas o cardápio não foi revelado pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
O presídio não está lotado, segundo informações do RJTV. São 541 vagas e, atualmente, há 422 presos. Das 26 vagas para trabalho interno, só uma está disponível.
A unidade tem enfermaria, escola, biblioteca e consultório dentário. Os presos podem receber visitas cinco dias por semana. No mês passado, 12 telefones celulares foram apreendidos durante a vistoria.
G1