Eleições têm mesmos protagonistas de sempre na Paraíba
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O período entre 23 e 25 de março de 2018 tem semelhanças com iguais períodos dos anos de 2006, 2010 e 2014 na política da Paraíba.
Os principais personagens políticos de hoje são os mesmos de antes: Ricardo Coutinho (PSB), Cássio Cunha Lima (PSDB), José Maranhão (MDB), Luciano Cartaxo (PV) e Manoel Junior (PMDB), que estão em cena desde 2006, alguns deles desde 2002, como Maranhão e Cássio.
Uma curiosidade: Maranhão é protagonista das eleições para governador desde 1994, quando se elegeu vice de Antônio Mariz.
Dos quatro, Cartaxo e Manoel Júnior mudaram de partido nesse tempo todo. Petista desde os primórdios, Cartaxo abandonou a legenda em 2015, quando tinha sido o primeiro prefeito de Capital do Nordeste eleito pela legenda. Filiou-se ao PSD, pelo qual foi reeleito. Semana passada, abandonou o PSD e ingressou no PV.
Manoel Júnior trocou o PMDB pelo PSB em 2006, depois voltou para o PMDB, partido no qual permaneceu até agora (MDB), quando deixou a legenda para ingressar no PSC.
Em 2006, Cássio era governador e candidato à reeleição. Maranhão era senador e se preparava para enfrentá-lo na disputa pelo Governo. Ricardo Coutinho era prefeito de João Pessoa (eleito em 2004 com Manoel Junior, do PMDB, na vice), adversário de Cássio e aliado de Maranhão. Na Câmara de João Pessoa, Luciano Cartaxo (ainda no PT) era líder de Ricardo Coutinho.
Em 2002, Cartaxo disputou uma vaga na Assembleia, mas ficou como primeiro suplente. No mesmo ano, Ricardo foi eleito deputado. Renunciou para disputar a prefeitura de 2004, mas Cartaxo não assumiu. Preferiu disputar mais um mandato na Câmara. A vaga foi para Nivaldo Manoel (PSB).
Em 2006, Luciano Cartaxo foi apresentado pelo PT, com apoio de Ricardo, para ser vice de José Maranhão. Naquele pleito, Cássio teve José Lacerda Neto como candidato a vice e os dois derrotaram José Maranhão e Luciano Cartaxo.
PCB contestou a vitória tucana
O PCB, partido que apoiou a chapa formada PMDB e PT, contestou a vitória de Cássio em 2006. O tucano foi cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em 2007 e teve a cassação confirmada em 2009 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Antes, em 2008, houve eleições municipais e Ricardo Coutinho foi reeleito pelo PSB, com Luciano Agra, do mesmo partido, na vice.
Maranhão e Cartaxo assumiram em fevereiro de 2009. Em 2010, o quadro de lideranças era praticamente o mesmo, mas dois novos nomes surgiram no tabuleiro da sucessão: o deputado estadual Rodrigo Soares (PT) e o deputado federal Rômulo Gouveia (PSDB), depois PSD).
Maranhão se candidatou à reeleição e o PT trocou Cartaxo por Rodrigo Soares na vice. Cássio se lançou na disputa pelo Senado. Cartaxo disputou e ganhou vaga na Assembleia. Diante da ferrenha oposição de Cássio a Maranhão, Ricardo viu uma brecha, rompeu com o peemedebista e se lançou na disputa pelo Governo com o apoio do tucano. Rompido com Ricardo, Manoel Júnior estava de novo no PMDB em apoio a Maranhão. Resultado: a aliança entre Cássio e Ricardo derrotou Maranhão.
Nos primeiro dois anos do vitorioso casamento de Cássio com Ricardo, tudo correu às mil maravilhas. Mas a campanha de 2014 foi se aproximando e os personagens eram os mesmos com acréscimo de Ruy Carneiro (PSDB), Lígia Feliciano (PDT) e Roberto Paulino (PMDB). Os Cunha Lima continuavam no Governo, mas como peixes fora da água. Até que houve o rompimento geral e Cássio se lançou na disputa pelo Governo (com Ruy na vice) para enfrentar Ricardo (com Lígia na vice).
Derrotado por Ricardo quatro anos antes, Maranhão estava solto e ainda rompido com Ricardo. Sem mandato, o peemedebista disputou o senado e ganhou. Para governador, o PMDB lançou o então deputado federal Vital do Rêgo Filho, com Paulino na vice. Ricardo teve o apoio do prefeito Luciano Cartaxo e adotou como candidato a senador o irmão do prefeito, Lucélio (PT), derrotado por Maranhão.
Socialista ganhou
A disputa para governador em 2014 foi para o segundo turno. Na época, Maranhão optou pelo apoio a Ricardo e contribuiu decisivamente para a vitória do socialista e a derrota do tucano.
Redação