Em Boqueirão Ricardo ressalta importância das sementes da paixão
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O governador Ricardo Coutinho participou, neste sábado (7), do encerramento da 7ª edição da Festa Estadual das Sementes da Paixão, na cidade de Boqueirão. O evento, realizado pela Articulação do Semiárido Paraibano (ASA-PB), acontece desde a última quinta-feira (5), e contou com palestras, oficinas, debates, feiras, caminhada e ato público em defesa das chamadas sementes da paixão, nome dado ao imenso patrimônio genético cultivado pelas famílias agricultoras paraibanas para a produção de alimentos e geração de renda. “Fortalecendo a resistência e celebrando a vida no Semiárido” foi o tema desta edição.
Na oportunidade, Ricardo Coutinho ressaltou a importância das sementes da paixão para o desenvolvimento da agricultura e enfatizou que elas precisam ser preservadas e valorizadas. “Este é o mundo da diversidade. Não se pode alterar a natureza, tentando padronizar desde sementes até produtos, porque esse é um processo que pode ser irreversível para a sustentabilidade da humanidade. É por isso que essa resistência da agricultura familiar, através das sementes da paixão, é fundamental para preservar a saúde do ser humano e para a biodiversidade”, observou o governador.
Ele ainda comentou sobre a inauguração do Banco Mãe de Sementes, no Sítio Quicé, entre Lagoa Seca e São Sebastião de Lagoa de Roça, que está favorecendo o trabalho de agricultores de 14 municípios do Polo da Borborema. “Há poucos dias entregamos o Banco Mãe que está armazenando a produção dos agricultores daquele polo e ajudando a preservar esse patrimônio que são as sementes da paixão”, disse o governador.
“Esse é um momento especial para todo o pessoal do semiárido porque serve para que eles comemorem o trabalho que é realizado e o crescimento da produção das sementes da paixão. Eles fazem um trabalho muito bonito, que faz bem para o meio ambiente e a população”, afirmou o gerente da Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca, Antônio Barbosa.
Para o prefeito de Boqueirão, João Paulo Segundo, esse movimento feito pelos agricultores resgata e incentiva a cultura das sementes, ao mesmo tempo em que fortalece o semiárido paraibano e também empodera aqueles que vivem do cultivo das sementes da paixão.
De acordo com a organização do evento, mais de 800 pessoas participaram do encerramento da Festa das Sementes da Paixão e quase 2 mil estiveram nos três dias de evento.
“Essa festa existe porque os agricultores resistem e lutam pela valorização das sementes da paixão. Falamos não aos transgênicos e ao uso dos agrotóxicos. Temos uma variedade de sementes, todas saudáveis, em harmonia com a natureza e a biodiversidade. Esta é a semente da segurança alimentar”, garantiu a representante da Articulação do Semiárido Paraibano, Maria da Glória Araújo.
“Há mais de 20 anos que cultivo estas sementes da paixão que são da melhor qualidade e sou um dos guardiões das sementes. Precisamos de mais incentivo e apoio para poder desenvolver essa produção e gerar mais renda para nosso povo e nesta festa discutimos isso também. Trabalho com uma diversidade grande, como feijão, milho, fava e hortaliças, todas saudáveis”, frisou o agricultor Joaquim Pedro.
A agricultora Maria do Céu é de Solânea e comentou sobre a importância da união dos agricultores da região para a preservação das sementes da paixão. “Trabalho com o cultivo destas sementes há muito tempo. É uma tradição que já vem dos meus pais. É importante que a gente lute coletivamente pela defesa dos nossos produtos e o fortalecimento das sementes da paixão”, frisou.
Sementes da Paixão – Ao longo dos anos, os agricultores do semiárido observaram, experimentaram e selecionaram um mosaico de sementes adaptadas às características da região. Essas sementes são plantadas de acordo com o regime das chuvas e sua resposta às especificidades do clima. As sementes da paixão são símbolos da vida em abundância, heranças deixadas pelos antepassados e cuidadas na atualidade para que as futuras gerações continuem tendo acesso. O zelo pelas sementes da paixão demonstra a importância desse patrimônio genético e cultural para a garantia da soberania e segurança alimentar.
Da Redação com Assessoria