‘Médico não abandona paciente, mas paciente pode trocar de médico’, diz Bolsonaro
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Ao lado de Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal, Jair Bolsonaro usou sua live semanal para falar sobre o plano de auxílio que pagará três parcelas de R$ 600 aos trabalhadores informais afetados pela crise do coronavírus. Até esta quinta-feira, o programa registra 30 milhões de cadastros e já começou a pagar aos primeiros beneficiários. Foram R$ 2,1 milhões pagos a 2,5 milhões de famílias.
Mas este não foi o único tema da live. Ao defender mais uma vez o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento, o presidente afirmou que até sua mãe tomará a medicação se necessário. E completou mencionando uma expressão muito usada pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que, ao reafirmar que segue como titular da pasta e à frente da condução da crise do coronavírus, diz que “médico não abandona paciente”.
— Se você está com uma certa idade e for infectado, tomaria ou não? Minha mãe está com 93 anos. Está na cara que ela vai tomar. Democraticamente, sem problema nenhum. Claro que ela vai consultar o médico. Mas o médico vai ser favorável, tenho certeza. Você vai no médico, ele te recomenda uma coisa que você sabe que não vai dar certo… Você tem todo direito de trocar de médico. Tem todo direito. Com todo respeito aos profissionais. Então repito. O médico nao abandona o paciente, mas o paciente pode trocar de médico — afirmou Bolsonaro.
Segundo o presidente, o Brasil aguarda para esta sexta-feira a chegada de uma remessa de insumos para a fabricação do medicamento pelas indústrias do país. Ele classificou como boa a relação entre o Brasil e a Índia, principal exportadora da substância.
— Alguns falam que é o remédio do Bolsonaro. Não é meu, não. Hoje tivemos a informação de que o presidente da França se encontrou com pesquisadores da hidroxicloroquina. O mundo todo está ligado. E acredito que, brevemente, será publicado um estudo emergencial dando muito força para o uso da cloroquina ao pessoal acometido da Covid-19. A Índia suspendeu a exportação do insumo para produzir hidroxicloroquina. Mas nós temos um bom relacionamento com a Índia. Precisamos de insumo de forma emergencial, e a previsão de chegada para sábado passou para amanhã. Então teremos uma sobrevida para fabricar esse “trem” aqui — afirmou o presidente, que chegou a exibir uma caixa de medicamento à base da substância.
Bolsonaro ainda contou sobre a conversa que teve com o cardiologista Roberto Kalil antes de seu pronunciamento na televisão, na noite da última quarta. Ele não poupou elogios ao médico, que admitiu ter se tratado com cloroquina, e aproveitou para criticar David Uip. O coordenador do Centro de Contingência de Coronavírus em São Paulo não negou nem confirmou ter feito uso da substância em seu tratamento. Pediu direito à privacidade.
— Um médico renomado como o doutor Kalil se medicou com aquilo e, respeitando o juramento de Hipócrates, externou que tomou a hidroxicloroquina. Diferentemente de outro, que politizou. Isso aqui não pode ser politizado. Isso aqui é vida.
Redação com Ascom