Morre o ex-deputado federal paraibano José Luís Clerot
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O ex-deputado federal e ex-ministro do Superior Tribunal Militar (STM), José Luís Clerot, morreu no fim da tarde desta segunda-feira (16), vítima de problemas cardíacos, aos 82 anos de idade, na residência dele, em Brasília. De acordo com o sobrinho, Guto Clerot, os problemas de saúde do ex-parlamentar, que também sofria de diabetes, se agravaram após ele ter se submetido a uma cirurgia de ponte de safena e a colocação de um marca-passo no coração.
O sobrinho de Clerot disse ainda que o velório e sepultamento serão nesta terça-feira (17), na Capital Federal, onde o tio residia há anos. Há possibilidade de o corpo ser cremado e as cinzas trazidas para a Paraíba, terra natal.
José Luís Clerot foi eleito em 1986 como deputado federal pelo PMDB e era amigo pessoal do ex-presidente José Sarney. Em 1994, teve nome lembrado para ser vice de Antonio Mariz na disputa pelo governo do Estado, mas concorreu à reeleição e ficou em quinto lugar na disputa.
Em 1998 concorreu à reeleição e, apesar de ter obtido 43.867 votos, não conseguiu o terceiro mandato, ficando como suplente. Reassumiu o mandato entre maio e julho de 2000. Em 2002 tentou novamente a disputa, mas conseguiu apenas 616 votos do eleitorado paraibano.
Embora permanecesse afastado do cenário político por opção própria, filiou-se ao PSDB em 2006 para tentar uma vaga de deputado federal pelo estado de Roraima, angariando 1.680 votos, ficando como suplente. Voltou ao PMDB em 2009 e concorreu novamente a uma vaga de deputado federal pelo estado da Paraíba, e novamente não obteve êxito, ficando com 12.740 sufrágios. Desde então, afastou-se da carreira política.
O ex-deputado José Luís Clerot nasceu em Mamanguape, no Litoral Norte da Paraíba, a 52 km de João Pessoa, no dia 9 de março de 1936. Era filho de Leon Francisco Clerot e de Luzia Barbosa Ramalho Clerot. Era casado com Heloísa Maria Martins Clerot, com quem teve três filhos.
Outros cargos
Em 1955, Clerot foi eleito presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES), na qual permaneceu até 1957. A partir desse ano, tornou-se oficial de gabinete do ministro da Educação e Cultura, Clóvis Salgado, no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, função que exerceria até 1960. Em 1958 ingressou no curso de direito da Universidade Católica de Petrópolis (RJ). Com a transferência da capital do Brasil para Brasília em 1960, dois anos depois se tornou assessor do prefeito do novo Distrito Federal, Ivo de Magalhães. No ano seguinte foi nomeado oficial e depois subchefe de gabinete do ministro do Trabalho e Previdência Social, Almino Afonso. Ainda em 1963 foi servir como oficial de gabinete da Presidência da República, cujo titular, João Goulart (1961-1964), viria a ser deposto pelo movimento político-militar de 31 de março de 1964, dando início a um ciclo de governos militares que duraria 21 anos.
Em 1969 foi eleito membro do conselho da Ordem dos Advogados do Brasil, secção do Distrito Federal (OAB-DF). Em 1971, tornou-se diretor regional e membro do grupo brasileiro da Associação Internacional de Direito Penal. Deixando o conselho da OAB-DF em 1973, dois anos depois ingressou no conselho federal dessa instituição e, no ano seguinte, tornou-se membro efetivo do I Fórum Nacional de Debates sobre Ciências Jurídicas e Sociais, em Brasília. Em 1977, saiu do conselho federal e reingressou no conselho da OAB-DF, onde permaneceu até 1979. Em 1980, iniciou sua carreira política filiando-se ao recém-criado Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).
Nas eleições de novembro de 1982, concorreu a uma cadeira de deputado federal pelo Rio de Janeiro na legenda peemedebista, conseguindo uma suplência. De volta ao conselho federal da OAB em 1985, tornou-se membro titular da comissão de reforma administrativa. Em 1986 foi nomeado ministro togado do Superior Tribunal Militar (STM), assumindo a função no dia 15 de dezembro.
Como ministro do STM, Clerot fez parte das comissões de Reajustamento Geral das Remunerações dos Integrantes dos quadros de pessoal do STM e de Auditorias da Justiça Militar. Em 1987, passou a integrar a Comissão Nacional Criança e Constituinte, do Ministério da Educação e Cultura (MEC), já no governo do presidente José Sarney (1985-1990), deixando ainda naquele ano o conselho federal da OAB. Em outubro do ano seguinte aposentou-se do STM e, em 1989, ingressou no Conselho Nacional do Serviço Social do MEC.
Ao longo de sua carreira profissional, foi também membro do grupo brasileiro da Sociedade Internacional de Direito Penal Militar e Direito de Guerra e advogado de presos políticos durante o regime militar.
*Texto de Adriana Rodrigues