Renan quer liderança do PMDB e Raimundo Lira é procurado para desistir do cargo
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A plateia, que incluía o presidente Michel Temer e outros expoentes do governo, entendeu o recado. Renan não estava fazendo campanha. Apenas comunicava o que pretende fazer.
O estilo do parlamentar, que deixa o comando do Senado na quarta (1º), é resumido por um auxiliar de Temer: “Renan vai ser o que ele quiser”. E o que ele quer agrada ao Planalto.
Temer sabe que precisa estar afinado com a Casa –e com a bancada de seu partido, de 20 dos 81 senadores– se quiser aprovar medidas como as reformas da Previdência e trabalhista e a indicação do novo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).
Presidente do Senado desde 2013, ainda no governo de Dilma Rousseff, Renan conhece cada meandro da Casa e procura se posicionar onde acredita que terá mais projeção, sem perder poder.
Senadores do PMDB dizem que ele não é unanimidade e, caso o voto fosse secreto, poderia se desgastar se vencesse com votação apertada.
Até o início da semana, as articulações ainda eram discretas. Mas horas antes do jantar com Temer, Renan resolveu ser assertivo e se reuniu com senadores do PMDB, como Marta Suplicy (SP), Rose de Freitas (ES),
Edison Lobão (MA), João Alberto (MA) e Katia Abreu (TO), aliada antiga e uma das principais entusiastas de sua candidatura.
Não chegou a pedir voto, mas, como definiu um senador, comportou-se como o major de um ditado nordestino: “Todo mundo é bom, mas o major é melhor”.
A candidatura do presidente do Senado ganhou corpo e seu provável sucessor, Eunício Oliveira (CE), intensificou articulações para contemplar peemedebistas sem disputas. Nesse xadrez, Lira deve ficar com a presidência da Comissão de Constituição e Justiça.
Aliados de Eunício afirmam que Renan na liderança não é o ideal. Os dois mantêm relação cordial, mas é sabido que o parceiro preferencial de Renan é Romero Jucá.
Folha