Tropas federais são requisitadas para conter onda de violência em Campina Grande

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policia-federalO clima de insegurança em Campina Grande fez o vice-presidente da Câmara Municipal, vereador Márcio Melo (PSDC), assinar um requerimento solicitando a intervenção de tropas federais em Campina Grande. O documento será protocolado na na semana que vem e segue para votação, já que durante esta semana não houve sessão por causa das oficinas Interlegis de Marcos Jurídicos. Na onda do medo, um comerciante fincou barras de ferro na calçada da loja para evitar que assaltantes usem carros para invadir a loja, como nos últimos casos.

Para o vereador que assinou o requerimento, a falta de resposta do Governo do Estado deixa não só a Câmara sem respostas, mas a população. “Deixei o documento pronto, assinado, para ser protocolado na semana que vem. Solicita que sejam tomadas providências, já que o Governo do Estado se nega a solucionar e colocar suas tropas na rua. A gente os procura, pede informações e eles não respondem. Esse documento é um pedido de ajuda à Força Nacional. Do mesmo jeito que eles intervêm no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Norte, estou pedindo uma ajuda para Campina”, disse.

Embora a Constituição reserve apenas aos governadores dos Estados e Distrito Federal ou ao Ministro da Justiça a requisição de tropas federais, o vereador disse que além de enviar o requerimento ao Governo Federal, encaminhará ainda a deputados federais e senadores.

“De todos os meus colegas não sei se terei apoio para a aprovação desse requerimento, mas vou fazer minha parte e mostrar o que posso fazer. Campina está sofrendo uma onda de assaltos, gente se matando no fim de semana, carro sendo roubado todo dia, inclusive agora há pouco roubaram o carro de um amigo meu. É uma insegurança imensa. Tenho que fazer aminha parte”, explicou.

Segundo ele, além de enviar o documento ao Governo Federal, também encaminhará aos deputados federais e senadores.

Comércio tenta se protege

Em uma loja na Rua João Pessoa, o proprietário de uma loja resolveu tentar se proteger como pode. Durante a tarde, o Jornal Correio verificou um serviço para fincar barras de ferro verticais na calçada, que parecem querer impedir que um assalto nos moldes dos últimos que ocorreram em outras lojas, faça mais um alvo.

O proprietário de uma loja assaltada recentemente, Gaspar Júnior, contou que gostaria que as tropas nacionais isolassem o centro da cidade. “Eu já fui vitima, e não quero ser vítima novamente. O problema é que a gente não tem a quem recorrer. Estamos em um momento de caos. Acho que seria válido a Força Nacional intervir. Não sei se numa proporção grande, mas algo que pudesse isolar o Centro da cidade, a partir da meia noite, até se criar um plano de ação seria muito válido”, opinou.

Para outro lojista, João de Deus, que também teve a loja assaltada, a intervenção da Força Nacional não é para tanto. João de Deus “Acho que não chega a essa necessidade ainda não. Temos que pressionar a Polícia Militar da Paraíba e o Comando Geral. As medidas que tomamos após sermos alvo foi: reforçar as portas, colocar mais segurança de frente de loja e mais monitoramento. A gente precisa cobrar de quem tem essa obrigação, que é a nossa Polícia”, avaliou.

CDL discute segurança hoje

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) se reúne hoje com o comandante do 2º Batalhão, coronel Lamark Victor, e o delegado seccional Iasley Almeida para debater com lojistas soluções para evitar que novos casos aconteçam.

Linha do tempo (Fonte: CDL)

QUEOPS – Arrombada em 13 de setembro

Prejuízo total: R$9 mil

Mais de 300 peças roubadas (A maioria roupas masculinas)

Loja Hering – Arrombada em 21 de setembro

Prejuízo total: R$40 mil

R$ 28 mil em peças roubadas – 255 peças

R$ 12 mil – Em danos e melhorias na segurança

Lojas TIM – Arrombada em 10 de outubro

Prejuízo total: Entre R$20 e 25 mil

12 aparelhos de celular roubados.

Prejuízo mais estrutural do que material.

Em menos de um ano a loja foi assaltada cinco vezes e arrombada outras duas. Os donos aumentaram o custo mensal com segurança em R$ 10 mil e temem perder a franquia.

MIOCHE – Arrombada em 15 de outubro

Prejuízo Total: Mais de 50 mil reais

Não tem informações de quantas peças foram roubadas.

Os proprietários já pensam em ampliar os investimentos em segurança

Shopping do Pé – Arrombada em 17 de outubro

Prejuízo total: Entre R$30 mil e R$40 mil

Mais de 200 peças roubadas

Ainda não é possível saber o quanto deverá ser investido em segurança e melhorias

Lojas que já estão colocando barras para evitar os arrombamentos:

Luciano Calçados

Hering Maciel Pinheiro

Aluízio Fashion

Shopping do pé

Brasil Atacado