Juíza manda soltar mulher presa após matar homem que a perseguia em Mangabeira
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A juíza Francilucy Rejane de Sousa Mota determinou, nesta quarta-feira (20), a soltura de Maria Alcione, presa nessa terça-feira (19) após confessar matar um homem no bairro de Mangabeira, em João Pessoa. Wanderley Santos Cavalcante, segundo Alcione, a teria estuprado e assassinado seu marido, do qual era amigo até a época do homicídio.
O advogado Getúlio Souza esteve na Penitenciária Feminina Júlia Maranhão, na tarde desta quarta-feira, para providenciar a liberação de Alcione, que ficará em liberdade sem uso de tornozeleira eletrônica, devendo apenas permanecer em casa no período da noite.
Viúva, violentada e ameaçada. Maria Alcione era perseguida há um ano pelo homem que ela acusa tê-la estuprado. A mulher que matou um homem na Avenida Hilton Souto Maior, no bairro de Mangabeira, em João Pessoa, nesta terça-feira, confessou o crime e disse que agiu em legítima defesa. Ela prestou depoimento na tarde de ontem, conforme apurou o ClickPB junto ao delegado Ademir Fernandes.
Maria Alcione contou que Wanderley matou seu marido, Luciano, em uma briga. Eles eram amigos há anos, até a época do fato. Nesse período ela já havia sido estuprada por Wanderley, segundo revelou ao delegado.
Há um ano vinha sendo cercada por Wanderley, o qual dizia que, se percebesse que os filhos dela estavam indo vingar a morte do pai e o estupro dela, ele iria matá-la. “Ele apareceu e começou a ameaçar, de um ano para cá. Ficava intimidando ela. Dizendo que se os filhos dela fossem atrás dele para vingar a morte do pai, se descobrissem de estupro que ele cometeu, ele ia matar ela. Ela não aguentava mais. Tomava remédio controlado por causa dele. Ela não aguentou, comprou a arma e matou”, explicou o delegado Ademir Fernandes.
Maria Alcione era cercada no próprio local de trabalho, numa área de lanchonetes em frente a um shopping de Mangabeira. “Ele vivia lá. Faz um ano. Estava guardando carro próximo de onde ela trabalha”, informou o delegado.
Ela foi levada para a a Penitenciária Feminina Júlia Maranhão, na tarde dessa terça-feira. O ClickPB procurou saber do delegado se será considerado que Maria Alcione agiu em legítima defesa. Ele disse que não, mas que as circunstâncias devem atenuar a pena pelo crime de homicídio praticado por ela.
Maria Alcione tem 10 filhos, sendo três adotivos. Ela recebeu um abraço da filha mais velha ainda na delegacia, no começo da tarde de ontem.
Redação