Quase 40% das ligações ao Samu no ano foram trotes; crime leva a prisão ou multa
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O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência recebeu, através do número 192, mais de 416 mil chamados de janeiro até novembro deste ano da população de João Pessoa e mais 59 municípios que compreendem a macrorregião de cobertura. Os acidentes de trânsito lideram esses números com pouco mais de 7,7 mil ocorrências. Um dado alarmante continua sendo a quantidade de trotes recebidos pelo órgão. As chamadas para falsas ocorrências são responsáveis por 38% do total das ligações recebidas.
A prática de trote é considerada crime pelo Código Penal Brasileiro. Diz o artigo 340 do código (Decreto Lei 2848/40) que o ato de provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado é passível de pena de detenção, de um a seis meses, ou multa.
Estatísticas apontam que a maior parte dos trotes é realizada por crianças e adolescentes. Para combater a prática, a coordenação do Samu pede a ajuda dos pais na conscientização dos filhos.
Na maioria das vezes, o trote é reconhecido ainda no processo de atendimento por telefone, casos em que as ambulâncias não são liberadas pela Central de Regulação. Quando o usuário é convincente, o trote só é descoberto quando o veículo chega ao local indicado na ligação. Nesses casos, as ambulâncias acabam sendo ocupadas por cerca de 40 minutos, tempo em que poderiam estar atendendo solicitações reais e ajudando a salvar vidas.
Números do Samu em 2016
Além dos acidentes de trânsito, os dados apontam que as ocorrências neurológicas estão em segundo lugar entre as chamadas, com 4.699 atendimentos, o que representa 14% do total. Em terceiro aparecem as ocorrências psiquiátricas, com 3.545 atendimentos, representando 10% dos registros. O Samu atua no atendimento de urgência e emergência ligadas com o risco de morte, como explica a coordenadora Érica Rivenna, que ainda faz um alerta para a população quanto ao tipo de chamado que deve ser direcionado ao órgão.
“Uma febre, uma dor abdominal não é para o Samu. Às vezes, as pessoas ligam pra cá para esse tipo de ocorrência e acaba ocorrendo demora para os casos mais graves. Ou seja, qualquer tipo de acidente de trânsito, quedas livres, dores torácicas, que não sejam musculares, AVC, uma criança que se engasga e convulsão são situações que requerem a presença do Samu”, explica.
Estrutura
Atualmente, são dez ambulâncias disponíveis para a população, das quais três delas são de suporte avançado, além de três motolâncias, veículos que ajudam no atendimento mais rápido às vítimas. Na equipe multiprofissional há 46 médicos disponíveis 24 horas por dia, nos sete dias da semana.
Redação