Câmara dos Deputados suspende Glauber Braga por 6 meses e mantém mandato de Carla Zambelli
Por Por Júlia Mano - em 20 minutos atrás 2
O plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (10) a suspensão do deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) por seis meses. Foram 318 votos a favor, 141 contra e três abstenções.
Glauber Braga foi acusado de faltar com decoro parlamentar ao expulsar da Câmara dos Deputados, a chutes e empurrões, Gabriel Costenaro, integrante do MBL (Movimento Brasil Livre).
O caso se deu em abril de 2024. Na ocasião, o influenciador fez insinuações sobre Saudade Braga, mãe do deputado e ex-prefeita de Nova Friburgo (RJ). “Essa tentativa de cassação não tem absolutamente nada a ver com o chute na bunda dado no provocador”, disse o Glauber Braga em discurso de defesa no plenário.
O parlamentar ainda criticou o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), por colocar a representação contra seu mandato para votação na sessão desta quarta.
Disse que a atitude foi motivada por uma “falsa simetria” entre o seu “caso e o de Carla Zambelli”.
“Não venham ainda querer me igualar com caso de Eduardo Bolsonaro, eu não conspirei contra o meu país no exterior”, declarou Glauber Braga.
Antes de aprovar a suspensão do deputado, o plenário decidiu substituir o processo de cassação de Glauber Braga. Foram votos 226 a favor, 220 contras e três abstenções.
Na terça-feira (9), Glauber Braga foi retirado à força do plenário da Câmara após ocupar a mesa diretora em protesto contra possível cassação de seu mandato e o PL da dosimetria, aprovado na madrugada desta quarta.
Carla Zambelli
A Câmara dos Deputados manteve nesta quinta-feira (11) o mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Foram 227 votos a favor da cassação, abaixo da maioria absoluta de 257 necessária para aprovação do parecer contra a parlamentar.
Votaram contra a cassação do mandato 170 deputados. Houve 10 abstenções. Agora, o parecer será arquivado.
Zambelli está detida na Itália desde julho. A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) condenou a deputada a 10 anos de prisão em regime inicialmente fechado por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A decisão do plenário da Câmara contraria a decisão judicial. A mesa diretora foi comunicada pelo Supremo de que a condenação de Zambelli também inclui a pena acessória de perda de mandato na Casa Baixa do Congresso Nacional.
Durante discurso de defesa, o advogado de Zambelli, Fabio Pagnozzi, negou que ela “cometeu ou ordenou invasão ao CNJ”. “Esta defesa pediu por diversas vezes acesso às provas ao ministro [do STF] Alexandre de Moraes, mas nunca chegaram às minhas mãos, assim como a contraprova, que é o celular da deputada, para que eu visse o que continha”, explicou.
O advogado também citou em sua declaração o processo analisado antes pelo plenário de cassação do deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ). Pagnozzi disse que, se ocupasse cargo na Câmara, não votaria para o parlamentar perder o mandato.
Segundo o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), o plenário decidirá nos próximos dias sobre os mandatos de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ).
