Impunidade a Moraes engaja a campanha da direita para comandar o Senado em 2027

Por Por Sílvio Ribas/Gazeta do Povo - em 57 segundos atrás 1

A resistência do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), em pautar o pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), apesar do apoio formal de 41 senadores que já possibilita a abertura do processo – a maioria da Casa –, impulsiona as articulações da direita para as eleições de 2026, com especial foco em tentar conquistar maioria no Senado.

Políticos e analistas avaliam que, a se manter a negativa de Alcolumbre, o impeachment de ministros do STF ganhará atenção adicional. Essa é a principal bandeira do PL e de oposicionistas de outras legendas na disputa pelas 54 vagas que estarão em jogo no Senado no ano que vem – duas para cada uma das 27 unidades da federação. A meta de alterar a correlação de forças na Casa reforçará o caráter decisivo da eleição de 2026.

Foi grande a frustração da oposição ao não conseguir afastar Moraes ainda neste ano, mesmo diante de novos vazamentos de mensagens de assessores do ministro que agravam as denúncias de abusos. Por isso, a meta agora é eleger um presidente do Senado com um perfil mais combativo, que leve adiante, a partir de 2027, medidas que possam frear a hipertrofia do STF e assim reequilibrar as relações entre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.

O pedido de impeachment de Moraes integra o chamado “Pacote da Paz” da oposição, apresentado semana passada e que inclui também a anistia aos réus do 8 de janeiro e o fim do foro privilegiado.

Para retirar Moraes de seu cargo, o pedido de impeachment lista crimes de responsabilidade como usurpação de competência de outros Poderes e abuso de autoridade.

A bandeira ganhou ainda mais força com a sanção individual aplicada ao ministro pelos Estados Unidos por meio da Lei Magnitsky Global. O embasamento da retaliação foi Moraes ter usado seu cargo para autorizar detenções arbitrárias preventivas e suprimir a liberdade de expressão no Brasil. Em razão da ação da Casa Branca, as acusações contra ele passaram a ser internacionalmente conhecidas. Mas a mobilização ainda não foi suficiente para comprometer suas bases de apoio interno.

    Sem tags.