
Lula e Bolsonaro travam guerra particular no Sudeste na reta final da campanha
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A uma semana do primeiro turno, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), intensificam as agendas de campanha no Sudeste, que, por possuir três dos cinco maiores colégios eleitorais do país, vai influenciar o resultado do pleito. A depender do desempenho dos dois principais candidatos ao Palácio do Planalto na região, inclusive, a disputa pode ser decidida já no primeiro turno, marcado para o dia 2 de outubro. Mais do que isso, os embates entre os candidatos aos governos de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais são acompanhados de perto – e com muita atenção – pelas equipes do petista e do postulante do PL – os paulistas, por exemplo, podem ter que escolher entre Fernando Haddad, apoiado por Lula, ou Tarcísio Gomes de Freitas, candidato de Bolsonaro, em um eventual segundo turno. Segundo balanço do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Sudeste possui mais de 66,7 milhões de eleitores, o que representa 42% do eleitorado nacional. São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, é responsável por 22,1% do total. Ou seja: a cada cinco votos depositados nas urnas em todo o país, um acontece em solo paulista.
Em 2018, o então deputado federal Jair Bolsonaro, filiado ao PSL, recebeu 12.378.012 em São Paulo, 53% do total. À época, o candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, teve 16% (3.833.982 votos). Em Minas Gerais, segundo maior colégio, Bolsonaro terminou na primeira colocação (48,31% do total), ostentando uma diferença de mais de 2,2 milhões de votos para o ex-prefeito de São Paulo. No Rio de Janeiro, berço político do bolsonarismo, a vitória do atual presidente foi ainda mais expressiva. O eleitor fluminense deu 59,79% dos votos (5.107.735) ao parlamentar e 14,69% (1.255.425) para o ex-ministro da Educação. Quatro anos depois, o presidente da República chega à reta final da campanha enfrentando um cenário completamente distinto. Desde a redemocratização, o candidato que obtém a maioria do eleitorado no Estado de Minas Gerais chega à Presidência da República. No Rio, pesquisas internas do partido apontam Bolsonaro à frente. O partido trabalha com o cenário em que o presidente terá cerca de cinco pontos de vantagem para o adversário.
O resultado no Sudeste é acompanhado de perto pelas duas campanhas, mas desperta ainda mais atenção dos aliados de Bolsonaro. O desempenho na região é visto como fiel da balança para tentar “equilibrar o jogo”, segundo definiu à reportagem um dirigente do Partido Liberal. O raciocínio do correligionário do presidente também leva em consideração a atual situação eleitoral no Nordeste. No Sudeste, cada ponto percentual significa cerca de 667 mil votos. No Nordeste, 423 mil. As duas campanhas têm a certeza de que a reta final que se avizinha será, no mínimo, emocionante.
Redação com JPan