Ministro da Previdência e Sergio Moro trocam acusações sobre fraudes no INSS

Por Por Eduarda Soares - em 23 minutos atrás 2

A audiência pública realizada nesta quarta-feira (15) no Senado sobre as fraudes no INSS foi marcada por um embate entre o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, e o senador Sergio Moro (União-PR). Durante a reunião da Comissão de Transparência, Moro acusou o ministro de omissão por supostamente ter ignorado denúncias de descontos indevidos em benefícios previdenciários enquanto ocupava o cargo de secretário-executivo da pasta, em 2023.

Queiroz negou qualquer conhecimento prévio e responsabilizou o governo anterior. “Essas denúncias foram feitas em 2020, senador. Parece que Vossa Excelência era o ministro da Justiça nessa época. Vossa Excelência fez alguma coisa para coibir essas fraudes?”, questionou o ministro. Moro respondeu que as informações nunca chegaram até ele e afirmou que, se tivesse recebido os mesmos dados que Queiroz teve acesso em 2023, teria tomado providências imediatas.

O senador reforçou que já não estava mais no governo em setembro de 2020, quando um servidor do INSS prestou depoimento denunciando o esquema. “Quem se omitiu aqui foi Vossa Excelência. O senhor ouviu na reunião, ministro. Na reunião foi informado sobre as fraudes e Vossa Excelência não fez nada. Vossa Excelência era de confiança de Carlos Lupi e continua no ministério”, disse Moro.

Outros parlamentares também pressionaram Queiroz. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) mencionou que ingressou com uma ação na Justiça para impedir que ele continue no ministério. Embora não tenha acusado o ministro de envolvimento direto no esquema, ela destacou que sua função na época incluía o enfrentamento a fraudes no sistema previdenciário.

Queiroz manteve a posição de que só soube da gravidade do caso pela imprensa e negou qualquer omissão. O clima tenso da audiência reflete a crescente pressão sobre o governo para apurar responsabilidades pelas fraudes bilionárias que atingiram o INSS.

Veja a audiência pública na íntegra:

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