A história de um militante dos direitos de um deficiênte que resolveu ir a luta
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Ver o mundo de uma forma diferente nem sempre é uma tarefa fácil, mas a vontade de superar as próprias barreiras e conquistar a autonomia motivou o paraibano José Josinaldo Dantas, 36 anos, a ser um defensor dos direitos das pessoas com deficiência após o acidente sofrido há quatro anos, que resultou na amputação de parte de sua perna direita.
Casado e pai de duas filhas, Dantas teve que superar seus medos e, principalmente, a fragilidade psicológica para retomar sua vida. Ele teve que descobrir um novo mundo. “Antes de perder a perna eu não tinha noção e nem me preocupava em saber como era a vida de uma pessoa com deficiência, eu tive que aprender tudo”, explicou.
Foi driblando cada dificuldade pelo caminho que Dantas percebeu que seu papel deveria ser à frente, lutando pelos direitos daqueles que não o podiam fazer. “Quando você percebe a dificuldade para conseguir uma prótese, não consegue mais se locomover para todos os lugares, pois não há acessibilidade, e vê como as pessoas estão desinformadas da importância de conhecer a realidade de uma pessoa com deficiência, você só tem duas escolhas: ou cala-se ou vai à luta. Eu resolvi lutar”, afirmou Dantas.
Para debater a implementação de políticas para as pessoas com deficiência, Dantas participa da 4ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, realizada nas Conferências Conjuntas de Direitos Humanos, em Brasília.
Esta é a primeira Conferência Nacional que o paraibano participa, mas afirma que não será a última. “Ainda existem muitas coisas que precisamos conquistar. Eu sou igual a qualquer um e posso fazer as mesmas coisas que qualquer pessoa”. O recado que ele deixa é claro, “não olhe com pena para um deficiente, olhe como uma pessoa normal. Respeito é tudo!”.
Durante a Conferência, as discussões abordam desde temas referentes às políticas setoriais como questões relacionadas às temáticas de gênero, orientação sexual e ciclos de vida. O evento tem a participação de 886 representantes dos estados e do Distrito Federal. Como resultado final, os organizadores esperam estruturar um documento com até 45 diretrizes e 135 ações.
Ascom SNDH