
China investe pesado e amplia influência econômica sobre o Brasil
Por Por Roberta Ribeiro - em 5 minutos atrás 1
A aproximação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com a China vai muito além de declarações, como a da primeira-dama, Janja Silva, pedindo colaboração para regular as redes sociais no Brasil. Os chineses não só se tornaram os principais parceiros comerciais brasileiros desde 2009 como também têm ampliado e diversificado de forma considerável o capital investido no país.
As estimativas para o aporte de capital chinês no Brasil até 2032 superam os R$ 27 bilhões, segundo dados da ApexBrasil. A significativa entrada de capital nos próximos anos consolida a presença de empresas chinesas no país.
Segundo o Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), em 2023 os investimentos chineses em solo nacional somaram US$ 1,73 bilhão, um aumento de 33% em relação ao ano anterior. Desse total, 39% foram direcionados a projetos do setor elétrico e 33%, ao automotivo.
De acordo com dados do Banco Central, entre janeiro e junho deste ano os investimentos diretos chineses para operações de participação no capital chegaram a US$ 379 milhões. O montante é maior do que o valor anual investido pela China desde 2018.
A medição desse tipo de investimento considera os ingressos de recursos estrangeiros para compra ou aumento do capital social de empresas no Brasil. Não entra na conta o reinvestimento de lucros pelas próprias companhias.
De acordo com o advogado tributarista Marco Antônio Ruzene, a China tem demonstrado forte interesse em investir em infraestrutura logística e energética no Brasil, facilitando o escoamento de produtos brasileiros e promovendo ganhos logísticos mútuos.
Ele destaca o interesse do país asiático nas parcerias público-privadas (PPPs) e concessões estatais. “A China busca participar de licitações e concessões públicas brasileiras, o que demanda do Brasil marcos legais claros e previsíveis, especialmente no setor de infraestrutura logística”, explica.