Dia do Trabalho tem atos a favor e contra o impeachment de Dilma
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Evento pró-impeachment do dia 1º de maio da Força Sindical, na praça Campo de Bagatelle na Zona Norte de São Paulo (Foto: Felipe Rau/Estadão Conteúdo)
O Dia do Trabalho neste domingo (1º) foi marcado por atos a favor e contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, que participou de evento da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Vale do Anhangabaú, região central de São Paulo. Ela anunciou reajuste no Bolsa Família.
Houve atos contra o impeachment em ao menos 31 cidades de 19 estados e no DF. O público destes atos foi menor do que o registrado em manifestações contra o impeachment em 17 de abril e 31 de março.
Os maiores atos deste domingo foram em São Paulo, onde houve três eventos: da Força Sindical (pró-impeachment), da CUT (contra o impeachment) e da Conlutas (por novas eleições).
Ato da Força Sindical em SP
A Força Sindical ocupou a praça Campos de Bagatelle, na Zona Norte. O deputado federal Paulinho da Força e outros parlamentares discursaram em defesa do impeachment. A organização diz que 500 mil participaram.
“O Temer hoje está empenhado em montar uma equipe econômica que possa tirar o país dessa situação. Nós conversamos com ele também em manter os direitos trabalhistas. Nós queremos aprovar a medida provisória da leniência, porque os donos das empresas têm que continuar presos, mas as empresas não podem deixar de trabalhar.”
Paulinho comemorou o avanço do processo de impeachment e pediu que os presentes levantassem a mão em apoio ao afastamento de Dilma (clique aqui para assistir).
Ato Conlutas na Avenida Paulista
Na Avenida Paulista, a CSP-Conlutas, ligada ao PSTU, ocupou o vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e milhares pediram “fora, Dilma, Temer, Renan, Cunha, Aécio, Serra, Alckmin e todos” (clique aqui para assistir). Também defenderam a realização de novas eleições.
Ato da CUT no Anhangabaú: Dilma discursou
O ato da CUT no Vale do Anhangabaú teve presença de Dilma Rousseff. A presidente anunciou reajuste de 9% para os beneficiários do Bolsa Família; correção de 5% da tabela do Imposto de Renda a partir de 2017; contratação de 25 mil moradias do “Minha Casa, Minha Vida Entidades”; proposta de ampliação da licença paternidade para funcionários públicos de 5 para 20 dias; criação do Conselho Nacional do Trabalho; e criação do plano safra da agricultura familiar.
Do mesmo ato da CUT, participou Rui Falcão, presidente nacional do PT. “A luta continua, não vai ter golpe”, afirmou.
“O programa de Temer é regressivo. Temos de reagir ao golpe. Temos de manter o saldo maior”, disse. Segundo ele, o PT não conversará com Temer. “Eu não converso com golpista, eu não converso com quem trai sua própria colega de chapa.
O ex-presidente Lula, que era esperado pelos organizadores para discursar, não foi à manifestação. O deputado federal Paulo Teixeira (PT) disse que Lula optou por não discursar para que o espaço no Vale do Anhangabaú fosse só da presidente Dilma Rousseff. A CUT esperava reunir entre 80 mil e 100 mil participantes.
Outras cidades
Em Belém, manifestantes pró-impeachment que apoiam o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e grupos pró-Dilma ligados à CUT trocaram ofensas. A PM conteve os manifestantes, que foram orientados a se dispersar (clique aqui para assistir).
Em Porto Alegre, o vencedor do prêmio Nobel da Paz de 1980, o argentino Adolfo Pérez Esquivel, participou de um ato contra o impeachment e discursou (clique aqui para ver).
Em Brasília, manifestantes fizeram cartazes com a palavra “golpe” em vários idiomas (clique aqui para ver).
Também foram registrados atos nas seguintes cidades: Maceió, Recife, Belo Horizonte, Juiz de Fora (MG), Campo Grande, Natal, Goiânia, Vitória, Fortaleza, Salvador, Rio de Janeiro, Curitiba, Aracajú, João Pessoa, Cuiabá, Caruaru (PE), Campos dos Goytacazes (RJ), Joinville (SC), Laguna, Chapecó e Blumenau (SC).