Ministério Público recomenda que prefeito de Guarabira cancele Festa da Luz pela “impossibilidade de se manter o distanciamento”
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O Ministério Público da Paraíba (MPPB) emitiu uma recomendação ao prefeito de Guarabira, Marcus Diogo (PSDB), para que o gestor se abstenha de promover ou de autorizar realização da Festa da Luz 2022 devido à impossibilidade de se manter o distanciamento social entre os participantes. O evento está marcado para acontecer entre os dias 28 de janeiro e 1º de fevereiro, com shows de Wesley Safadão, Xand Avião, João Gomes e Solange Almeida.
No pedido, assinado pela promotora de Justiça Edivane Saraiva de Souza na última quinta-feira (25), é citado que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a proibição de grandes aglomerações e que o órgão já afirmou que o mundo está entrando em uma quarta onda de casos de Covid-19. “Países da Europa já enfrentam o ressurgimento de novos casos de coronavírus, com mais de 440 mil novos casos confirmados em menos de 24 horas”, diz a promotora.
O documento ainda usa o exemplo de mais de 70 cidades do interior de São Paulo que cancelaram o carnaval do próximo ano e do cancelamento da tradicional festa de réveillon na orla de Cabedelo “para evitar aglomerações e não transformar a cidade em um ‘polo’ do Covid-19, visando assim a proteção de saúde de seus munícipes”.
A promotora também argumenta que seria impossível exigir teste de Covid-19 com no mínimo dois dias antes da realização da Festa da Luz a todos os participantes e que a decisão pelo cancelamento do evento representará “respeito às famílias que perderam seus parentes e amigos para o vírus”.
“Um evento público do porte da festa da padroeira da cidade de Guarabira, que reúne mais de 400 mil pessoas, torna-se inviável o cumprimento das normas sanitárias e de controle da propagação do vírus Covid-19, ante a impossibilidade de manter-se o distanciamento social, uso obrigatório de máscaras, cartão de vacinação e teste de Covid atualizado, dentre outras medidas”, concluiu a promotora.
A Prefeitura de Guarabira tem 15 dias para se manifestar acerca da recomendação.
Redação com MPPB