Dia Mundial da Paz

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O Papa Paulo VI instituiu o Dia Mundial da Paz, em 1967, a ser comemorado no dia 1º de janeiro. “Dirigimo-nos a todos os homens de boa vontade para os exortar a celebrar o Dia da Paz, em todo o mundo, no primeiro dia do ano civil, 1 de janeiro de 1968.

Desejaríamos que depois, cada ano, esta celebração se viesse a repetir, como augúrio e promessa, no início do calendário que mede e traça o caminho da vida humana no tempo que seja a Paz, com o seu justo e benéfico equilíbrio, a dominar o se processar da história no futuro”.

Ficou claro, desde o início: “A proposta de dedicar à Paz o primeiro dia do novo ano não tem a pretensão de ser qualificada como exclusivamente religiosa ou católica”. O Papa Francisco explica o sentido da Mensagem de 2017: “Esta é a Mensagem para o 50º Dia Mundial da Paz.

Na primeira, o Beato Papa Paulo VI dirigiu-se a todos os povos – e não só aos católicos – com palavras inequívocas: ‘Finalmente resulta, de forma claríssima, que a paz é a única e verdadeira linha do progresso humano (não as tensões de nacionalismos ambiciosos nem as conquistas violentas, nem as repressões geradoras duma falsa ordem civil)’.

Advertia contra o ‘perigo de crer que as controvérsias internacionais não se possam resolver pelas vias da razão, isto é, das negociações baseadas no direito, na justiça, na equidade, mas apenas pelas vias dissuasivas e devastadoras’.

Ao contrário, citando a ‘Pacem in terris’ do seu antecessor São João XXIII, exaltava ‘o sentido e o amor da paz baseada na verdade, na justiça, na liberdade, no amor’. (…) É impressionante a atualidade dessas palavras, não menos importantes e prementes hoje do que há cinquenta anos”.

Na Mensagem de 2017 sobre “A não-violência: estilo de uma política para a paz”, escreve o Papa Francisco: “No início deste novo ano formulo sinceros votos de paz aos povos e nações do mundo inteiro, aos chefes de Estado e de governo, bem como aos responsáveis das Comunidades Religiosas e das várias expressões da sociedade civil.

Almejo paz a todo o homem, mulher, menino e menina, e rezo para que a imagem e semelhança de Deus em cada pessoa permitam-nos reconhecer-nos mutuamente como dons sagrados com uma dignidade imensa”. Como muitos paladinos da cultura da “não-violência ativa”, a exemplo de Ghandi, Martin Luter King e Dom Helder Câmara, o Papa Francisco abraça essa causa em sua mensagem:

“Enquanto o século passado foi arrasado por duas guerras mundiais devastadoras, conheceu a ameaça da guerra nuclear e um grande número de outros conflitos, hoje, infelizmente, encontramo-nos a braços com uma terrível guerra mundial aos pedaços.

Não é fácil saber se o mundo de hoje seja mais ou menos violento que o de ontem nem se os meios modernos de comunicação e a mobilidade que caracteriza a nossa época tornam-nos mais conscientes da violência ou mais rendidos a ela.

Seja como for, esta violência que se exerce ‘aos pedaços’, de maneiras diferentes e a variados níveis, provoca enormes sofrimentos de que estamos bem cientes: guerras em diferentes países e continentes; terrorismo; criminalidade e ataques armados imprevisíveis; os abusos sofridos pelos migrantes e pelas vítimas de tráfico humano; a devastação ambiental”.

O Papa identifica o coração humano como fonte da violência: “Se a origem donde brota a violência é o coração humano, então é fundamental começar por percorrer a senda da não-violência dentro da família”. Daí, vem o seu grito: “suplico que cessem a violência doméstica e os abusos sobre mulheres e crianças”.

O Papa Francisco escreveu a Mensagem do Dia Mundial da Paz, comemorado no dia 1º de janeiro de 2017, Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, tendo diante de si o mundo necessitado de paz.

Por: Dom Genival Saraiva