CAGEPA: PARAIBANA COMO VOCÊ!
Por - em 8 anos atrás 863
O raciocínio é muito simples: empresa privada existe para dar lucro e empresa pública existe para cumprir função social.
Desta forma, tivéssemos a Companhia de Água e Esgoto da Paraíba (Cagepa) privatizada, muitas dessas pequenas cidades espalhadas pelo Brejo, Curimataú, Seridó, Cariri e Sertão não teriam água encanada e tratada em suas residências. E o motivo é simples: empresa privada existe para dar lucro, lembra-se? E levar água tratada a rincões dos interiores deliberadamente não é algo lucrativo!
O que os paraibanos precisam saber é que sendo uma empresa pública, a Cagepa leva água tratada às residências de praticamente todas as cidades do Estado, ainda que sem ter lucros. A sua lógica é investir o que ganha nas grandes cidades, como João Pessoa, Campina Grande, Santa Rita, Cabedelo, Patos e Cajazeiras, por exemplo, em cidades pequenas onde os investimentos são maiores que as receitas, cumprindo assim sua função social de socializar a distribuição de água potável no Estado.
E isso é bom? Claro que sim. É uma questão de saúde pública, inclusive.
Ao contrário, fosse a Cagepa uma empresa privada, teria ela interesse em levar água tratada a pequenas cidades/localidades? Absolutamente! E não levaria porque o que se arrecadaria com esse fornecimento é inferior aos investimentos feitos para poder fornecer.
Mas, que garantias tem o povo paraibano, verdadeiro e único dono de uma Cagepa pública que, nessa condição, ela consiga subsistir de sua própria atividade sem necessitar onerar os cofres estaduais?
Essa garantia só mesmo o povo pode lhe dar. De que forma? Elegendo governadores comprometidos efetivamente com a boa prática administrativa. Ou seja, governantes que não permitam fazer de empresas públicas verdadeiros cabides de emprego.
Só para que se tenha uma ideia do saneamento administrativo feito na atual gestão Ricardo Coutinho, a Cagepa que antes tinha mais de 500 cargos comissionados, hoje tem aproximadamente 50 destes. E como registrou o atual governador em sua ‘Carta Aberta aos Cidadãos da Paraíba’, “em nosso Estado, em 2016, a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba, criada em 1966, foi superavitária em R$ 20 milhões; nos últimos seis anos, o Estado – que tem 75% de seu território na região semiárida – aportou R$ 308 milhões em investimentos para obras e projetos da CAGEPA, além de outros investimentos na própria Secretaria de Recursos Hídricos, o que viabilizou a instalação e a operação de mais 1.127 quilômetros de adutoras e uma melhoria significativa no tratamento das águas distribuídas. Tal política permitiu que a Empresa aumentasse em 75% as ligações de redes de esgoto em nosso Estado; atendesse plenamente 219 localidades (195 sedes de municípios e 24 distritos); garantisse que cerca de 70% da população atendida por ela pagasse, pelos serviços prestados, apenas a Tarifa Mínima, e cerca de 100 mil pessoas fossem beneficiadas pela Tarifa Social (congelada em todo o nosso mandato); e que, no ranking de Saneamento Básico das 100 maiores cidades brasileiras, a CAGEPA posicionasse João Pessoa em 1˚ lugar entre as capitais nordestinas e em 9º lugar entre as capitais do Brasil, e Campina Grande como a 18ª cidade no Brasil e a segunda melhor cidade do Nordeste.”
Concluo fazendo minhas as palavras de Ricardo Coutinho na referida carta: “a Paraíba que disse Nego à República Velha vem, mais uma vez, proclamar um Nego à alienação do maior patrimônio que o povo da Paraíba dispõe a Cagepa.”
Fernando Caldeira