O FANTASMA DA RENÚNCIA

Por - em 6 anos atrás 4531

Não é exclusividade paraibana a desistência pela disputa de cargos públicos nas eleições. Mas tanto quanto alhures, ou até mais, o fantasma da renúncia tem rondado a disputa eleitoral deste ano na Paraíba. E, ao que tudo indica, ele permanece em cena.

Romero Rodrigues, Luciano Cartaxo, Raimundo Lira, entre outros de menor expressão eleitoral, foram alcançados por esse mal. Cada qual com uma justificativa, cada qual com suas alegações e razões, mas o fato é que Romero, Cartaxo e Lira foram tragados pelo tal fantasma e desistiram da disputa.

A questão é: esse fantasma foi embora ou permanece na política da Paraíba?

Bem, se tomarmos as pré-candidaturas de Maranhão (MDB), João Azevêdo (PSB) e Tárcio Teixeira (PSOL) como parâmetros para análise, podemos concluir que o tal fantasma tomou doril. Escafedeu-se!

Tanto Zé quanto João têm dado demonstrações cabais e públicas de permanência no páreo sucessório. Visitas, reuniões, palestras, festas, entrevistas, etc, etc, etc… . Já Tárcio Teixeira é pré-candidatura seguríssima, posto que é, entre todas, a mais ideológica.

Porém, se fizermos uma breve análise da presença ou não do fantasma da renúncia a partir da pré-candidatura do jovem Lucélio Cartaxo (PV), não teremos a mesma certeza. Diferente de Zé, João e Tárcio, Lucélio nem tem se articulado com a intensidade que anteriormente chegou a ter, como tem perdido sucessivos apoios de lideranças políticas importantes. Na maioria dos casos, lideranças políticas ligadas ao senador Cássio Cunha Lima (PSDB), que diz apoiá-lo.

Ou seja, espalha-se como rastilho de pólvora nos meios políticos que uma operação desembarque foi urdida e já está em marcha na cúpula do tucanato paraibano para ‘desidratar’ o que ainda resta da pré-candidatura do PV e para que Cássio se junte a Zé Maranhão fortalecendo, na visão tucana, tanto uma candidatura de oposição e de enfrentamento à governamental, quanto a candidatura à reeleição do ‘galo de Campina’, que outrora levava a pecha de imbatível.

Conversas de pé de ouvido entre Cássio e Maranhão, em Brasília, declarações de Enivaldo Ribeiro (PP) de que o nepotismo toma conta da chapa de Lucélio, a definição do PR pró Maranhão, a indefinição do PSC dos Gadelha e a indiscutível força da candidatura governamental na figura de João Azevedo formam um caldo político-eleitoral que pode levar a pré-candidatura do PV ao governo a tornar-se uma pré-candidatura do PV ao senado.

O fantasma da renúncia ainda assombra na política da Paraíba!

Fernando Caldeira