PALAVRA DE JURISTA
Por - em 7 anos atrás 954
Ante o turbilhão de informações e acontecimentos advindo da operação Lava Jato, fica difícil posicionar-se claramente sobre sua operacionalidade e isenção político-partidária.
O mesmo vale para uma avaliação do posicionamento do TSE no julgamento da chapa Dilma-Temer.
Assim, lanço mão de uma entrevista do jurista Luiz Flávio Gomes à rádio CBN na última segunda-feira (15), que me parece clara o suficiente e com a qual concordo integralmente.
Tópicos da Entrevista:
– Chapa Dilma-Temer/TSE: “Do ponto de vista jurídico não há como não cassar a chapa Dilma-Temer, face o grande número de provas de caixa dois; se o TSE não cassar essa chapa estará dando um tiro em sua cabeça, porque estará se suicidando como instituição e sua credibilidade vai a zero; quanto mais demora o julgamento, mais o governo Temer vai ficando, e não pode ficar, pois do ponto de vista ético, técnico e jurídico não poderia esse governo ficar. São muitas provas de corrupção e caixa dois. O TSE vai cassar!”
– Brasil-Corrupção: “Somos uma cleptocracia, um governo de ladrões, onde parlamento, justiça e juízes acobertam a corrupção. Nós eleitores também somos responsáveis pela limpeza, pela faxina, pela assepsia deste sistema político podre, perverso, que rouba 600 milhões por dia, e que isso tudo poderia estar em educação, saúde, etc… .”
– Financiamento de Campanha: “Não pode permitir financiamento empresarial: deu no que deu!”
– Seletividade da Lava Jato: “Sim há; indiscutivelmente a Lava Jato joga toda sua energia em cima do PT, ainda que muitos outros partidos estejam envolvidos. Os velhos caciques estão todos envolvidos, a exemplo de Serra, Aécio, Alckmin, Temer, Jucá, Renan, Sarney, Lobão… . Se recebe a pecha de parcialidade você deixa de ser justiça.”
Luiz Flávio Gomes é um jurista brasileiro, fundador da primeira rede de ensino telepresencial da América Latina. É presidente do Instituto Avante Brasil e coeditor do Portal Atualidades do Direito, ao lado de Alice Bianchini. É apresentador da TVAD. Formação: Universidade Complutense de Madrid (2001), Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (1989).
Fernando Caldeira